Um Casamento Forçado

Só Comigo Que Não?

 Quantos comentários lindos <3

------------------------

Depois da conversa entre Rafa e Lippe no "Quarto", o homem se tornara muito mais ameno. Até mesmo as expressões de maldade, frieza e amargura que antes eram constantes no belo rosto dele, deram lugar à expressões mais relaxadas e leves.

Estava mais generoso e calmo com todos; até mesmo com os criados, que antes eram tratados na mais pura indiferença.

"Ele mudou com todo mundo. Porém comigo continua com certa frieza", Rafa pensou, observando o marido sentado numa poltrona em frente à lareira, brincando com Jack.

Ultimamente os dois estavam se dando muito bem. Com um leve sorriso, Rafa se aproximou.

- Vocês já não parecem mais inimigos como antes. - Disse baixinho, parando perto de Felippe.

Ele sorriu, sem levantar os olhos, e fez uma carícia no pêlo do gato.

- Digamos que um ergueu a bandeira branca para o outro.

Rafa riu.

Felippe ergueu os olhos risonhos para ela.

Mas assim que os olhares encontraram, ele desviou e ficou mais sério.

Com o coração acelerado, Rafa se aproximou para pegar Jack no colo.

Os longos cabelos foram para frente, espalhando o perfume bem perto de Felippe.
Ele se levantou, quase apressado.

- Se prepare para o almoço.- Ele disse, e logo saiu da sala.

Rafa suspirou, afagando o gatinho em seus braços.

Para completa surpresa da morena, o almoço não foi feito em silêncio, ou em meio há uma discussão, como era de costume. Ao contrário. Felippe puxou um assunto que fosse do interesse da esposa, e logo ela se esqueceu de todo o resto, conversando animadamente na mesa, enquanto ambos comiam.

Quando Rafa riu de uma besteira qualquer, Felippe sorriu de leve e observou-a.

Rafa era o retrato dos anjos quando ria.

- Tive uma ideia. - Ela disse afobadamente, quando dois criados lhes serviram a sobremesa. - Vamos comer os doces no jardim?

Felippe se retraiu, parecendo se assustar com a idéia.

- No... Jardim?

- Sim! - Os olhos da morena brilharam quando ela se levantou, já embalando as sobremesas em guardanapos.

- Como um piquenique! Nunca fez isto?

- Há muito tempo não faço. - Ele respondeu, com um suspiro.

- Então hoje será uma ótima oportunidade. - Ela sorriu, indo até ele e puxando-o pela mão.

Quando os dois sentaram em cima da toalha que Rafa levara para o jardim, Felippe deu um risinho irônico.

- Deus, há tanto tempo eu não fazia algo do tipo.

Rafa sorriu, animada, espalhando as sobremesas, uma jarra de suco e copos em cima da toalha.

Os dois voltaram a conversar, degustando dos doces e se divertindo. Nem mesmo Felippe percebia, mas ele ali estava relaxado e alegre como nunca estivera antes.

- Tem noção de que nos últimos minutos sorriu mais do que em todos os meses que passaram? - Rafa murmurou, brincando com a colher entre os dedos.

Felippe parou de sorrir.

- Nunca perca isso. - Rafa recomendou. - Um sorriso vale mais do que mil palavras ou gestos. E devo dizer que seu sorriso o deixa mais bonito. - Ela acrescentou, tímida e sem encará-lo.

Felippe riu baixinho, de forma rouca e sensual, deixando os sentidos de Rafa eriçados.

- Bem, agora que terminamos vamos entrar? - Ela disse.

Quando se levantou, um vento transpassou as árvores, fazendo flores e folhas pequenas voarem ao redor dela.

Ela sorriu, dando um pequeno giro e estendendo uma pequena mão para pegar as folhas no ar.

Felippe continuou sentado, admirando-a.

Rafa parecia uma visão celestial, as faces coradas e os cabelos esvoaçando, juntamente com a barra do vestido. Mas ela não parecia fazer idéia de como estava angelicalmente bela naquele momento.

- Vamos de uma vez. O tempo esta escurecendo, vai chover a qualquer momento. - Felippe disse se levantando apanhando as coisas da toalha.

Rafa se abaixou para ajudá-lo, mas acabou tropeçando e caindo, ralando o braço.

Felippe virou-se rapidamente foi ao encontro da esposa, que ainda estava no chão.

- Você está bem?

- S-sim... – disse levantando-se.

Felippe a ajudou a ficar de pé.

- Meu braço ta ardendo.

- Está machucada – ele disse observando o pequeno braço da esposa – Venha vamos entrar e passar algo.

Assim que entraram Felippe a colocou sentada na ilha da cozinha e logo trouxe um remédio e curativos. Não dizia nada e Rafa apenas o observava . Ele se colocou no meio das pernas da esposa e limpava o ferimento com o cuidado que ela nunca havia presenciado vindo da parte dele. Rafa deu uma gemidinho de dor e ele a olhou, com um semblante que ela não reconheceu. Dó? Cuidado?

Quando terminou Rafa suspirou e agradeceu, estavam tão próximos, ela se esticou para alcançar os lábios do marido, porém ele recuou, deixando-a desnorteada.

Rafa subiu correndo para o quarto, e bateu a porta, e começou a chorar. Era nítido, ela estava realmente apaixonada por Felippe, mais a indiferença dele a incomodava.

* * *

Alguns dias se passaram...

Rafaella não tinha voltado a encontrar Felippe, ele nem se quer estava mais dormindo no mesmo quarto que ela. Ela estava triste, cabisbaixa.

Resolveu ir ao shopping, andar um pouco, se distrair. Procurou por D. Dulce.

A encontrou na sala arrumando a estante.

- Olá D. Dulce.

- Olá senhora.

- Preciso sair, e não estou achando o motorista.

- Senhora hoje é a folga dele.

Rafa ficou em silencio. Pensando

- Senhora, perdoe-me, mas a senhora e o senhor Felippe estão brigados?

- Sim Dulce.

- É eu percebi, ele está até dormindo em outro quarto, está triste.

- Felippe triste?

- Sim, senhora.

- Não creio nisso... Bom então vou eu mesma dirigindo.

- Tenha cuidado senhora.

- Pode deixar. – ela disse saindo da sala.

Rafaella pegou sua bolsa, procurou pelo carro e saiu da mansão.

Há muito tempo Rafa não dirigia, sentia-se livre completamente bem.

Estacionou o carro, e entrou no shopping, andou um pouco, comprou algumas coisas, comeu algo, Rafa via muitos casais, e sentia-se triste, queria que seu casamento fosse diferente. Depois de umas 3 horas no shopping. Resolveu ir embora.
Colocou as sacolas no porta malas, ligou o carro e saiu.

A distância entre a, mansão e o shopping, era um pouco grande.
A morena abriu bem os vidros do carro para sentir o vento, era uma sensação que há muito tempo não sentia. Ela parou no farol vermelho e ficou esperando o ele abrir.

O farol ficou verde e Rafa seguiu viagem quando de repente ...