"We Found Love"

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25 de Abril de 2012

Cozinha, Condomínio, TN

02:26 PM

O silêncio perturbava Sam. Não queria ser o primeiro a falar, no entanto. Ele sabia que Hanna deveria virar para ele e começar a conversa. Porém, sua língua não parava quieta; ele queria explicações.

Quem fora o maldito que tinha feito o horário daquele dia? Devia ter sido Quinn em conjunto com Puck, Sam pensou irritado enquanto Hanna lhe passava um prato recém-lavado para que ele enxugasse e o colocasse no armário. Os dois pagariam por todo o constrangimento que estavam fazendo ele e Hanna passarem.

De longe, ele podia ouvir os gritos animados de Rachel e Sugar na garagem da mansão, discutindo aonde deveriam colocar isso ou aquilo. O silêncio era tão doloroso que Sam pensou ter escutado Beth chorar, e Brittany consolá-la. Os outros, ele não tinha ideia onde estavam, mas sabia que se esforçasse um pouco, os ouviria pelas paredes da cozinha.

— Já arrumou suas malas? — Hanna por fim falou; a voz contida, porém clara.

Ele bufou ao pegar uma panela que eles tinham usado mais cedo para cozinhar o que restava de uma latinha de milho. Ele nem entendia porque tinham que deixar tudo arrumado antes de saírem da casa, mas não havia como questionar a mortífera personalidade de Quinn e, agora, de Rachel.

— Sim — disse mal-humorado, enfiando a panela com excessiva violência no armário. — E você?

— Prontas desde sempre.

Hanna deu uma risadinha, olhando de esguelha para Sam. Como o garoto não demonstrou nenhum sentimento, ela parou de enxaguar o prato e o encarou, impaciente.

— Sabe, Sam — Hanna começou; o garoto notou que suas mãos tremiam —, levar um fora não é a pior coisa do mundo, pelo menos não no mundo em que estamos vivendo. Falei para você, eu não quero isso, sei o que está fazendo e...

— O que eu estou fazendo? — Sam repetiu confuso, arqueando a sobrancelha.

— Substituir Mercedes! — Hanna disse sem rodeios. Mas ela não o encarava mais. Suas mãos apertavam com força a pia, impedindo-as de tremerem mais. — O espaço que ela deixou precisa ser ocupado por alguém e você me escolheu para...

— O que eu sinto por você veio bem antes de Mercedes morrer! — rebateu o garoto, indignado. Ele jogou o pano que usava para limpar os pratos no chão em um acesso de fúria. — Não venha colocar a culpa em mim por seu medo de se meter em relacionamentos!

Sam ofegava. Tinha medo de ter ido um pouco longe demais dessa vez. Ele não era um garoto violento, jamais fora. Porque, então, de uma hora para outra, Hanna fazia sua mente ser tomada por uma exaltação desconhecida?

— Estamos no fim do mundo — ele disse, jogando os braços para cima, exasperado. — Pelo amor de Deus, quem não se agarraria a uma chance de ficar com alguém?

As mãos de Hanna apertavam ainda mais a beirada da pia. Ela se recusava a olhá-lo. Sam pensou em ter chegado ao fim da linha, embora estivesse falando a verdade. Com três casais andando felizes e serelepes pela casa, quem não teria inveja da interação íntima que eles dividiam?

— Eu — respondeu Hanna num fiapo de voz. Ele não soube o que dizer; sua respiração parou por um segundo ao ouvir a voz da garota. — Eu não quero.

Hanna continuava na mesma posição que antes. Sam tinha medo de se aproximar. Eles estavam com a raiva correndo por suas veias, iria ser apenas uma questão de tempo para que Hanna explodisse contra o garoto novamente.

Running Away From HellWhere stories live. Discover now