Sean

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26 de Abril de 2012

Kylie Gayle Road, Oakland, TN

04:47 PM

— Sinto muito pelo pescoço.

— Sem problemas — Rachel falou de mau humor, massageando a área.

Sam e Puck tinham reajeitado os bancos da igrejinha na beira da estrada para formar um círculo. Eles tentaram se arranjar neles; alguns, como Santana e Sugar, deitando no colo de suas namoradas e tomando um banco inteiro somente para elas.

Joe não mencionava o modo de como as meninas se tratavam, ou simplesmente parecia ignorar. Sentando ao lado de Sam, que estava ao lado de Hanna protetoramente, o homem trocava algumas palavras com os dois até que toda a atenção do grupo se voltou para ele.

— Vocês são os primeiros forasteiros que eu vejo em meses. Os últimos... Bem, eles eram mais violentos que vocês. Atacavam primeiro, perguntavam depois. — Joe apontou para a cicatriz que cortava todo o seu rosto. — Esse foi meu prêmio por não contar a eles onde a nossa comunidade estava.

— Você os matou?

Quinn estava chocada com a história. Ele não dissera muita coisa sobre a tal comunidade, mas a naturalidade com que contava algumas mortes — pessoas, não walkers — que ele causara era impressionante.

Ela gostava de matar errantes, pois era de certa forma o que lhe tirava o estresse. Mas nunca chegara a matar humanos. Nem quando as coisas estavam completamente malucas em Lima. A vida era algo tão frágil e precioso que ela mesma se condenaria por matar um humano. Eles tinham tido sorte com Hanna — alguém que queria ajudá-los e não era vingativa —, porém, e se fosse outra pessoa, alguém que colocasse o grupo em perigo? Ela seria capaz de matá-lo?

— Você é o único da equipe que sobreviveu? — Hanna cortou o assunto antes que Joe respondesse a pergunta de Quinn.

— Você se lembra. De quarenta, dez foram para casa morrer com suas famílias. Vinte permaneceram com as pesquisas e dez fugiram pro campo. Ajudantes e estagiários não contam, é claro — Joe acrescentou. — Fui um desses dez designados a vir pra cá. Três morreram durante o percurso. Os walkers estavam loucos naquela época.

"Ao chegarmos, era uma pequena quadra abandonada e cercada. Tinha quatro pessoas: os filhos e a mulher de Jackson. Ele os mandara para organizar tudo. Tínhamos comida, armamento, um laboratório pra pesquisas..."

— O que houve? — indagou Sam.

— Pessoas chegavam, e pessoas comem e matam walkers. — Joe deu de ombros. — Temos comida até pelo menos o próximo verão, mas estou preocupado. Armas... Elas já estão em falta.

Joe observou cada um deles fixamente. Ninguém falou por longos minutos. Quinn sentiu-se desconfortável com o silêncio; achava que a presença de Joe os forçava a isso. Ela não confiava nele — afinal, quem confiaria em um homem que tentara matar sua namorada?

— Estamos muito distante da comunidade? — perguntou Rachel, quebrando o silêncio. Ela fora a única a devolver o olhar de Joe com a mesma intensidade; uma das muitas razões para Quinn amá-la.

— Uma hora de carro. — Joe sacudiu os ombros novamente.

— Por que está tão longe de lá? — Puck questionou, distraído com Beth.

— Estamos tentando investidas mais longas, uma forma de banir os walkers mais perto do condomínio. Além disso, se irmos mais longe, há maior possibilidade de acharmos armamento.

Running Away From HellWhere stories live. Discover now