A caminho do divórcio

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Três anos se passaram e eu consegui voltar pra faculdade e em mais três concluí e me formei em direito. Agora eu estava com 25 anos e já era uma advogada. Minha bebê Louisie já estava uma mocinha inteligente de 6 aninhos, era a melhor na escola. Tão boa quanto eu fui. Foi assim que avancei uma série e consegui terminar um ano mais cedo. Ela é o nosso orgulho.
Na mesa do jantar, Maíra nos servia e nós três estávamos conversando quando Lisie solta uma pérola atrás da outra.
Minha sogra Evelyn passou a ter contato com a neta depois dela ter feito um aninho.
Ela nunca mais foi à minha casa, Adam ia lá aos finais de semana sempre acompanhado da filha. Eu fazia questão de não ir lá na maioria das vezes, mas o meu sogro insistia e eu por gostar muito dele acabava aparecendo. Depois que ela fez cinco aninhos ela passeava por perto com a avó. Ela nunca ia até nosso apartamento, o porteiro avisava e Maíra descia com ela. E na volta a mesma coisa. Maíra descia e subia de volta com a Lisie. Eu não imaginava o quanto diabólica ela era até ela envenenar minha filha pra falar e perguntar algumas coisas ruins sobre mim.
-Mamãe, na semana passada quando saí com a vovó Evelyn, ela disse que você era prostituta na faculdade.
O que exatamente uma prostituta faz?
Engoli a comida a seco desceu como se fosse um tijolo inteiro.
-A sua avó estava brincando querida... Tentou amenizar Adam.
-Brincando?!
Sua mãe diz isso de mim por brincadeira?!
Logo pra minha filha?!
Você não pode estar falando sério!
- Ela também disse pra mim, que na verdade queria dar o golpe do baú pra ter o dinheiro do papai... 
- Ela disse o quê?!
Eu gritei cheia de ódio.
E começou a discussão.
Batemos boca na frente da nossa filha por muito tempo entre xingamentos e palavras ofensivas e aquilo acontecia à alguns anos e foi piorando que já discutiamos por causa da mãe dele em quase todos nossos jantares em casa, então decidi de uma vez por todas.
-Lisie, largue o seu jantar e suba!  Pegue suas coisas da escola e ponha na mochila agora!
Maíra, vá ajudá-la. Somente o necessário.
-Mas mãe eu ainda to com fome...
-Suba agora querida, na casa da vovó Helena comeremos mais, prometo. Com a carinha triste ela obedeceu.
-Então é assim que resolvemos as coisas? Você pega a nossa filha e vai pra casa da sua mãe?
Ele ia falando atrás de mim enquanto subia pro nosso quarto e eu ia arrumando minhas malas. Na verdade grande parte já estava arrumado um dia antes. Estava de caso pensado. Não aguentava mais tantas brigas.
Eu peguei tudo que era meu. Várias malas já estavam perto da porta eu peguei todas as minhas coisas. O principal foi pra Lisie.
Ela levou apenas as coisas da escola. Chamei um táxi pra ajudar com tanta mala. 
Já na porta, Adam chorava e pedia pra ficarmos e Maíra via toda a cena.
-Eu e Lisie só voltaremos quando você colocar sua mãe em seu devido lugar. Todo jantar é isso.
A seis anos brigamos pelo mesmo motivo. Sua mãe me cansou. Ela venceu! EU QUERO DIVÓRCIO! Esbravejei.
-Depois conversamos.
No caminho da casa dos meus pais. Lisie ia me fazendo uma série de perguntas e eu as respondia com lágrimas. Num Flash back, via o batismo da nossa filha e o jantar que fizemos somente pra nós, os avós e os padrinhos me lembrei de tanta coisa... Chegamos na casa dos meus pais que já sabiam de tudo. Eu sempre conversava com a minha mãe depois das brigas com o Adam e isso foi a cada dia matando nosso casamento aos poucos, ele sempre defendia a mãe dele tentando amenizar. Nas poucas vezes que eu ia lá ela sempre me ofendida na frente de quem fosse e o Adam sempre quieto e depois me dizia que era brincadeira, no início ele até me defendia e discutia com a mãe, mas depois era assim. Ele mandava eu ignorar e isso não dava certo, minha sogra continuava a me ofender e falar cada vez mais coisas horríveis sobre mim.
-Como está a mais linda do vovô? Perguntou meu pai, tentando quebrar o clima. Os empregados logo pegaram minhas bagagens que sinceramente não sei como couberam tantas em minha Hailux eram mais de 50 malas lotadas de coisas, fora as malas que havia colocado no taxi.
Mesmo assim, só couberam nós duas no carro. E quase a Lisie também não cabe.
Eu subi pro meu quarto e minhas coisas já estavam sendo arrumadas pelas empregadas. É eu havia voltado a vida de antes. Alguns dias se passaram e meus pais compraram tudo novo pra Lisie ela gostou por ter brinquedos e roupas novas, mas queria que seu pai estivesse com ela. A noite no jantar, Desirrée chegou e me deu um abraço mais apertado e sincero de uma amiga. Derick também me abraçou e foi brincar com Lisie enquanto eu conversava com Desirrée. Eles já estavam casados e ela era advogada e não havia uma causa que ela não ganhasse. Ela era das melhores por sinal.
-Acabou mesmo amiga?
-Sim, aquela megera conseguiu acabar comigo. Já estávamos acostumados a brigar toda noite no jantar. E foi piorando cada vez mais.
-Hilary, se você quiser eu posso ser sua advogada.
-Não quero envolver você mais nisso do que já está, afinal eu também sou advogada e já preparei os papéis pra ele assinar e depois do jantar vou até nosso apartamento e depois que o juiz assinar seremos divorciados. Quero resolver o mais rápido possível. Sem dor. Sem mágoa.
-Você sabe que no caso de vocês isso vai ser impossível né?!
Choramos, mas sabia que algum dia ficaria bem. Ainda nos amávamos, mas isso não acaba bem, assim como em alguns divórcios. Eu havia ligado pra ele e concordava comigo em tudo. -Você pode levar minha alma com você se quiser, mas não vamos em frente com isso!
Disse ele em uma ligação antes do jantar. Eu topei conversar com ele, afinal ainda existia amor e podiamos realmente reatar naquela noite. Ele bebeu muito e ligou pra mãezinha dele que logo armou tudo com a Maíra, a nossa empregada. Ela viu as nossas mensagens pelo celular dele e a maldita pagou uma fortuna pra safada ficar nua na cama ao lado dele. Mas antes ela o dopou com boa noite Cinderela.
Iríamos nos reconciliar aquela noite, nós haviamos conversado muito desde o dia que fui embora e eu pensava em nós e na Lisie... ele preparou tudo, pétalas de rosa espalhadas pela casa,  uma lingerie linda estava no sofá e velas pela escada. Uma taça de champanhe me esperando... A parte de encontrá-los na nossa cama foi armação da demoníaca Evelyn, o resto era pra mim mesmo. Tocava uma musica sensual do Chris Brown: Love more feat Nick Minaj.
Eu entrei em casa e  no quarto presenciei aquela cena.
Não pensei duas vezes e tirei fotos no meu celular.
Estava tão bêbado...
-Não senhora por favor!
-Cala boca sua vadia!!!
Estapiei ela e ele nem acordava. Estava dopado claro.
Eu saí dali e entrei no carro liguei o som e tocava Say goodbye do Crhis Brown.
Dirigi aos prantos e lembrei da cerimônia de formatura e de seu pedido de casamento, lembrei da nossa festa de casamento que na verdade foi apenas um jantar em familia. Nem lua de mel tivemos.
Lise era apenas um bebezinho... Quando entrei na garagem de casa, não olhei pra cara de ninguém e coloquei pra tocar no meu iPod a bendita música do Chris. Eu chorava e via nossas fotos de casamento. Como estávamos felizes, como podia ter acabado assim. Ele na cama com a empregada?! Peguei meu telefone e enviei as fotos via WhatsApp e Desirrée largou tudo e foi correndo pra minha casa.
-Amiga, o que foi isso?
-Ele e eu iríamos nos reconciliar, mas me deparei com essa cena...
A empregada na cama implorando pra eu não tirar mais fotos e ele lá como se nada estivesse acontecendo. Nem se moveu. Foi de caso pensado!
-Amiga, deixa eu pegar seu caso?
-Agora, eu aceito. Não quero nunca mais olhar pra ele!
Nós nos abraçamos e choramos mais. Naquela semana ele ligava, falava com a Lisie, mas quando pedia pra falar comigo a empregada respondia que só o que tínhamos em comum é a filha que ele poderia ver na hora e no dia que quisesse. Menos a mim. Nunca mais nos veríamos. No dia marcado, ele foi assinar os papéis do divórcio e se surpreendeu ao não me ver e ver apenas Desirrée. Ele se surpreendeu também ao abrir os papéis que ele assinaria pro divórcio quando viu as fotos e percebeu que tudo que era dele agora seria meu e da nossa filha. Ele não entendeu nada. -Desirret, me explica essas fotos por favor?!
-Doutora Desirret. Disse o juiz
-Não estamos num almoço em família.
-Sr. Johnson o senhor foi pego em flagrante de traição. Essas fotos são as provas. Inclusive isso te tira o direito de passar finais de semana sozinho com sua filha. Você só poderá vê-la na presença da mãe ou de outro responsável legal por ela.
Mas pelo jeito é melhor você não tentar contato por enquanto, Hilary está muito abalada com a sua traição.
-Mas eu nao traí ninguém!
-Não é o que me parece nessas fotos.
Ela abriu a pasta e tornou a  mostrar-lo aquelas malditas fotos.
-Ah! É bom procurar um apartamento pra você o mais rapido possível, pertence a sua filha e a Hilary, já que Lisie ainda é menor. Posso te dar uma semana. Eu ja conversei com ela e topou te dar esse prazo.
- Eu vou sair de lá hoje, mas eu volto e vou provar à ela que eu não fiz isso!
Ele apontou pras fotos e saiu com raiva.

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