Decepção

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               *Narrado pelo Adam*

Entrei no meu carro sem acreditar. Cheguei em casa e Maíra estava lá trabalhando, como normalmente fazia.
-Maíra, precisamos conversar.
-Eu também quero falar com o senhor, eu já arrumei um lugar pra trabalhar.
-Mas, pensei que você iria continuar trabalhando aqui pra minha ex esposa. Semana que vem ela e minha filha vão voltar pra casa. Ela vai continuar te pagando da mesma forma. Não está satisfeita?
Fui irônico.
-É que eu pensei que ela não iria mais querer ficar comigo.
-E por que você pensou isso?
Perguntei fingindo não saber de nada. -Sei lá, eu só pensei...
-Pensou é?
Não será por causa disso?!
Joguei as fotos na mesa bem na frente dela.
Ela arregalou os olhos e começou a chorar, foi logo disparando a dizer:
-Sua mãe prometeu pagar meus estudos e me deu muito dinheiro pra eu ficar nua e me deitar com o senhor. Eu disse que não faria e que morreria de vergonha, mas a sua mãe me garantiu que o senhor não ia ver nada, ela deu um remédio pro senhor dormir e não se lembrar. Eu não sabia que a sua esposa ia chegar e nos ver, ela que tirou essas fotos horríveis e ainda me bateu!
Ela chorou mais ao lembrar que havia apanhado.
-Cala a boca! Não fala mais nada, senta ai que eu vou chamar uma pessoa e você vai repetir tudo isso na frente dela.
-Mas seu Adam...
-Mas nada, cala boca, vadia!
Você destruiu meu casamento, não tem direito de falar nada!
Eu gritei com ela que logo se sentou quietinha na cadeira enquanto eu ligava pra Desirrée. Ela tremia e chorava enquanto eu estava no telefone.

Adam: Alô, Desirrée?
Eu preciso que você venha depressa pra minha casa, tenho algo aqui que você vai querer ouvir.
É sobre aquelas fotos.
Minha mãe está envolvida nisso.
Desirée: Como assim Adam?
Adam: Quando você chegar aqui eu explico, ou melhor, a Maíra explica.
Desirrée: Acho que comecei a entender, vou levar um amigo. Ele trabalha pra Polícia e pode nos ajudar.
Adam: Ok, estamos esperando, beijos.
Desirrée: Beijos.

Ela continuou chorando e tremendo.
-Seu Adam não faça nada de mal comigo eu imploro!
-Ah, você implora?!
Você ajudou a minha mãe a fazer uma coisa dessas e ainda quer que eu tenha pena de você?
A minha vontade é realmente de te matar!
Esbravejei furioso com a mão levantada na sua direção. Ela se afastou e chorou mais.
-Não quero perder minha razão com você!
Eu fiquei ali na cozinha andando de um lado para o outro nervoso.
A campainha tocou e eu mesmo abri. Era Desirrée e o amigo policial.
-Olá Adam, este aqui é o delegado Arnaldo Piquet, contei a história pra ele. E pelo que entendemos essa garota armou pra vocês.
-Mas ou menos isso.
Respondi e logo comprimentei o delegado.
Na sala, decidimos por precaução, que ela seria "detida" pra não fugir ou tentar contar pra minha mãe que já sabíamos da verdade.
-É essa a meliante, Sr. Johnson?
Perguntou o delegado.
-Sim. Ela enganou a mim e a minha esposa e ainda recebeu propina pra ficar calada.
Ele foi logo a algemado.
- Pelo amor de Deus eu não posso ficar presa! Eu juro que falo tudo pra sua esposa.
-Ex esposa você quis dizer!
Esbravejei.
-Levem ela logo daqui por favor.
O delegado saiu com ela.
- Adam, precisamos de alguma forma convencer a Hilary de vir falar com você e essa menina confessar pra ela.  -Eu sei Desirrée, mas ela não quer nem me ver pintado de ouro.
-Eu vou resolver isso hoje mesmo, não se preocupe.
Dei um abraço na Desirée. Arrumei minhas coisas em malas e no dia seguinte fui à um hotel. No dia seguinte, liguei pra Desirrée e na esperança de tudo ficar bem, ela me disse algo não muito satisfatório.

Adam: Desirrée, conseguiu convencer sua amiga?
Desirée: As notícias não são muito boas.
Adam: Como assim?
Desirrée: Ela decidiu passar um mês fora. Eu liguei pra ela e me disse que nem morta falará com você.
Eu acho melhor esperarmos ela voltar. Com ela aqui, vai ser mais fácil. Eu acho.
Adam: E a Lisie, está com ela?
Desirée: Sim, ela a levou, Lisie está de férias da escola.
Adam: Que saudade da minha filha! Quero poder vê-la logo.
Um beijo Desirée e obrigado por tudo.
Desirée: Beijos e se cuida Adam!

Desliguei o telefone aflito. E fui pro hospital. Trabalhei ao lado do meu pai e assisti algumas cirurgias.
- Adam, está tudo bem meu filho?
-Não pai... Eu não consigo aceitar meu divórcio com a Hilary.
-Meu filho, tudo isso vai passar e vocês vão ficar bem.
-Hilary viajou com a Lisie.
-Eu sei, eu fui com elas ao aeroporto. Lisie está tão linda. Hilary precisa de um tempo.
Eu não entendo porque sua mãe não gosta dela, Hilary é uma boa mãe, uma boa esposa, nunca vi você reclamando dela.
-É pai, mas eu errei muito em ter deixado minha mãe ofende-la e eu simplesmente me calava.
-As coisas não teriam terminado assim se minha mãe não tivesse feito isso.
Eu mostrei as fotos pro meu pai que ficou horrorizado.
-Você tem certeza que sua mãe está metida nisso?!
-Sim pai, a Maíra confessou. Ela pagou uma pequena fortuna a minha empregada e ela se prestou a isso. A própria Hilary tirou essas fotos. Eu havia preparado um jantar pra Hilary iríamos nos reconciliar, mas eu bebi um pouco além da conta e feliz da vida fui contar pra minha mãe...
-Você errou em ter contado pra ela Adam! Ela sempre odiou a Hilary.
-Sim pai, ela pôs algo na minha bebida. Eu não sabia nada disso até a Desirée me mostrar no processo do divórcio.
E por causa disso, eu posso até perder o direito de ver minha filha...
-Eu vou conversar com sua mãe. Isso não pode ficar assim!
- Eu também preciso falar com ela!

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