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Um sorriso surgiu em meu rosto quando meus olhos se encontraram com a expressão de repulsa de Niall.

- Não tem melhor sensação do que a de ser rejeitado por você. - Murmurei com o mesmo sorriso quando cheguei junto dele, e Niall ri e balança sua cabeça, negando.

- Não tem melhor sensação do que a de rejeitar você. - Ele sussurrou com um sorriso leve decorando seu rosto.

Ri e neguei, abrindo a porta do edifício para ele.

- Senhoras primeiro. - Eu digo e Niall estreita seus olhos, mas acaba passando embora contrariado.

Gargalho e vou atrás dele. Niall parou olhando tudo à sua volta e provavelmente se perguntando como nós nos orientávamos num lugar tão confuso. Encostei minha mão no fundo das costas dele, e estiquei o outro braço, apontando onde estava o elevador.

- Eu sabia, tá? – Ele diz irritado.

- Nem nunca eu consideraria qualquer outra hipótese. - Disse ironicamente e Niall semicerrou seus olhos azuis, irritado como sempre, e foi andando para o elevador na minha frente.

Entramos juntamente com pessoas suficientes para nos deixar esmagados contra as paredes do elevador.

Chegando no andar respetivo, Niall foi andando do meu lado e eu, como habitual, ia apenas cumprimentando os funcionários que passavam por mim. Abri a porta do escritório e dei espaço para que ele entrasse.

- Só porque eu vou entrar primeiro, não faz de mim uma mulher. - Ele avisa e eu levanto minhas mãos em sinal de defesa.

Ele entra e eu rio, entrando atrás dele e fecho a porta. Suspiro de cansaço e deixo a minha pasta em cima da mesa enorme. Vejo Niall se aproximar da janela em silêncio, e em seu olhar um certo brilho de admiração por tudo o que ia vendo.

- Quer café?

Niall me olha como se minha voz o tivesse acordado de seus próprios pensamentos, e apenas assente com um sorriso agradecido.

- Você está bastante... Legal hoje. - Disse franzindo o cenho. - Comeu algo estragado?

- Otário hoje e sempre. - Ele murmura sob um suspiro e eu seguro uma risada.

Sorrio e apenas me sento junto de minha mesa, fazendo sinal para que Niall se sente também.

- HARRY PELO AMOR DE DEUS NÉ, HOMEM!

Tanto eu como Niall olhamos a porta de onde Liam entra, a batendo com força sempre focado em folhas que ia manuseando atrapalhadamente.

Ri baixo e fiquei olhando o moreno, curioso para descobrir qual o problema dessa vez. Ele apenas bufava e chutava alguns palavrões, sem dizer nada em concreto.

- O que eu fiz dessa vez, Liam? - Pergunto com um sorriso divertido e Niall segura o riso, colocando ambas as mãos em frente à sua boca.

- Eu preciso de você, entende? Eu preciso mesmo! PRECISO MUITO! - Ele fala todo frustrado e desesperado, finalmente olhando em frente e seus olhos se arregalam quando ele vê Niall.

- Mas quem não precisa, não é mesmo? – Digo.

Gargalho e nego e Liam cora e coça a parte traseira de seu pescoço.

- Nossa, podia ter falado que estava acompanhado...

- E fazer o Niall perder o seu momento de loucura e psicose? Qual seria a graça nisso?

Liam sorri sarcasticamente e se senta na cadeira ao lado de Niall, ambos me olhando então.

- Niall, esse é o Liam, vice-diretor financeiro da empresa. - O loiro sorri para Liam, que sorri de volta. - E Liam, esse é o Niall, o cara que eu atropelei semana passada.

- O cara que- que você- que você o quê? Espera, quê? Gente, o que está acontecendo?

- Enfim, terminadas as apresentações, o que houve? Oh e já encontrou uma empresa que tratasse da iluminação?

Liam suspira e nega.

- A situação está bastante negativa, Harry. Eu liguei para todas as empresas de iluminação de eventos das proximidades.

Encostei os cotovelos na mesa e entrelacei os dedos de ambas as minhas mãos. O meu olhar alternava entre Liam e Niall mas minha expressão estava vazia, tal como meus pensamentos. Por mais que tentasse achar uma solução, parecia mais impossível a cada segundo que passava.

- Eu uhm... Não queria me intrometer, mas talvez uhm, talvez eu tenha a solução para o seu problema.

Eu e Liam nos entreolhamos e todas as nossas atenções se focam em Niall, que parece ficar automaticamente envergonhado.

- Eu conheço uma pessoa que tem uma empresa dessa e- bem, talvez por eu conhecer eles, seja possível fazerem um esforço extra e então assim tudo daria certo.

- Isso é ótimo! - Exclamo imediatamente. - Quem é? Como podemos contatá-lo?

- Eu não tenho o uhm o número, mas ele é- ele é primo da Ashley... Através dela, seria fácil...

O meu sorriso diminui até sumir por completo do meu rosto e eu apenas fico em silêncio.

- Que silêncio é esse? Quem é essa Ashley?

Dou de ombros e nego.

- Não importa. Mas sim, eu realmente ficaria agradecido se você fizesse isso por mim. - Sorrio levemente.

- Não seria por você, continuo te odiando, mas o seu amigo está na beira de um esgotamento nervoso e estou com dó dele.

Um sorriso continuou crescendo em meu rosto nos segundos que se seguiram à frase de Niall, e eu apenas assenti, apreciando o fato de Niall estar se esforçando tremendamente para não sorrir também.

Liam nos olhava claramente confuso e sem entender por que ambos sorríamos cada vez que nos xingávamos.

- Não querendo atrapalhar vosso momento de cumplicidade, eu vou me retirar aqui. – Ele diz e se levanta, acena e logo sai, nos deixando sozinhos novamente.

Meu olhar passa diretamente de Liam para os ficheiros na minha frente, sem pousar no loiro que sabia estar me olhando.

- E aí? Quando vai me mostrar os desenhos?

- Esboços, Niall. Esboços. – Suspiro.

- Tudo o mesmo! Me mostra logo, vai!

Rio e assinto.

- Mais tarde.

- Meu deus, Harry! Vai me forçar a ficar com você por mais tempo ainda? Passaram quinze minutos desde que eu cheguei e eu já resolvi seus problemas na empresa e ajudei seu amigo estressadinho. Podia dar algo em troca né!

- Eu vou dar, mas agora eu tenho trabalho. Eu falei que não precisava vir tão cedo, você que insistiu, lembra?

- Porque eu tenho planos para a tarde!

- Então vai. – Dou de ombros.

- Aff mas e os esboços?

Dou de ombros de novo e o ouço grunhir de raiva e um tanto de frustração.

- Okay, eu fico!

O olho com um sorriso de canto.

- Legal.

92 Days Left [N.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora