A Fuga

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Ao amanhecer, os guardas se dividiram se em três grupos, o primeiro grupo ficava responsável pela alimentação dos participantes e ia para a cozinha preparar o café da manhã, o segundo grupo se dirigia ao campo para montar as barreiras, arenas e tudo que fosse necessário para aquele dia e o terceiro grupo eram por acordar todos os adolescentes, porém eles acordavam de uma maneira diferente e não muito agradável, mesmo assim ninguém dizia nada a respeito.

Eu estava em um dos últimos alojamentos e não acordei com os guardas, e sim com os gritos desesperados dos outros, parecia um verdadeiro inferno, você só ouvia gritos de agonia e desespero. Alguns iam parar na emergência pela maneira cruel que eram tratados, outros ficavam nervosos, mas como disse, ninguém fazia nada a respeito.

Depois de todos acordados eram abertas as portas que iam direto ao campo, os meus colegas de quarto levantaram rapidamente, saindo primeiro o saco de ossos e em seguida o nerd que, antes de passar pela porta, olha para mim e diz:

– Você não vai sair daí? Caso você não for, eles irão vir aqui buscá-lo.

– Quero que eles venham me buscar, irei mostrar a eles onde vão ser obrigados a irem. Não to muito a fim de ir, então me deixe aqui em paz, pode ser? Obrigado, agora saia!

George ficou me olhando de canto e respondeu:

– Olha cara, se quiser pagar de durão, pode pagar! Mas ficar me desmerecendo assim? Você acha que é quem? Você não é ninguém aqui, aliás, pode ficar nessa cama, você não conseguiria passar nem da primeira parte daquela merda.

– Isso é um convite para eu arrebentar sua cara ou para te proteger lá fora? – eu disse a ele com um tom de voz sarcástico e não muito agradável.

Ele saiu de lá sem olhar para trás e eu continuei lá sentado. Como ele havia me falado, o guarda apareceu lá para me chamar.

– O seu saco de bosta, você não vai levantar não? – Disse o guarda todo nervoso achando que eu iria me levantar da cama – Acha que eu estou brincando? Vamos, levanta!

Eu simplesmente me levantei fui até a porta e fechei-a deixando o cara muito puto, ele puxou o cassetete e chutou a porta com muita força, olhou para mim dizendo:

– Vou ensinar você a me respeitar aqui dentro, moleque! Quer ser o fodão? Vou te mostrar o que fazemos com quem se acha superior aqui.

O mesmo veio em minha direção e eu não tinha muita escolha a não ser dar a cara à tapa, então fui para cima dele mesmo sabendo que iria apanhar muito. E não foi diferente do que imaginei de início segurei o braço que ele segurava o cassetete, porém recebi uma joelhada na barriga perdendo as forças, ele começou a me espancar sem dó nem piedade e eu apaguei.

Quando acordei, estava em um hospital, enxergava tudo muito embaçado e estava muito desorientado. Olhei ao meu redor e levantei arrancando os aparelhos que estavam em mim. Logo após isso, chegaram duas enfermeiras pedindo para que eu me acalmasse e que ficaria tudo bem. Sem conhecê-las, confiei no que elas haviam dito, mas perguntei:

– Há quanto tempo eu estou aqui?

– Tem uns dois meses que você está em coma, mas calma! Não teve nenhuma reação ruim, só preciso que você fique mais um pouco, pra que façamos mais alguns exames e assim que sair o resultado deles você pode ir embora – Ela respondeu com toda tranquilidade do mundo.

Não sabia muito que fazer, não sabia onde eu estava não tinha a mínima noção de quem eram aquelas pessoas, mas de uma coisa eu sabia: quando eu fosse liberado, iriam m me levar de volta para a base militar, no mesmo momento pensei seriamente em como iria fugir daquele lugar. Observei atentamente cada canto, analisando todas as probabilidades de sair e então chamei a enfermeira:

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora