Nico ficou parado exatamente onde estava, sentando sobre a pedra. Piscou os olhos algumas vezes, intrigado com a feição que o moreno possuía. Que nem de longe combinava com o mesmo. Mil vezes Nico preferia o sorriso cativante que o mesmo esboçava quando dava o ar da graça. Um sorriso largo com dentes prefeitos, para ele. Nico adorava o fato de que um incisivo era maior que o outro.
— não vai me ajudar? — Percy sorriu amarelo. Sua voz despertou Nico do seu transe inicial trazendo-o para o agora.
Nico balançou afastando seus questionamentos sobre a ausência do sorriso do outro. Foi até a sua mochila e pegou uma toalha e a jogou em seus ombros. Caminhou a passos cautelosos na direção que o tritão estava.
A água cobriu seus joelhos. Deixando a bainha da sua bermuda parcialmente húmida. Um pequeno detalhe que o Di Angelo não dava tanta importância.
Percy deu um leve sorriso de canto com a aproximação do rapaz. Mas ainda não era aquele sorriso que tanto fascinava o Nico.
Nico agachou-se próximo ao Jackson, e cuidadosamente passou seus braços por debaixo do corpo do híbrido. Experiência adquirida com o passar dos meses, sempre ganhava alguns arranhões com as escamas do tritão.
Percy circulou o pescoço do amigo, com seus braços o ajudando. Com um certo esforço, Nico o ergueu. Começando a caminhar em direção a praia.
— você está mais pesado. — comentou, tentando não derruba-lo. Um fino sorriso estava presente na sua careta, por conta do esforço.
— eu não estou gordo. — o tritão protestou irritado.
Nico sorriu com a feição do outro. Ao lado do amigo era tão fácil sorrir.
— Quis dizer que está mais forte. — Ele retratou. Vendo a pele morena, do rosto de Percy, ganhar um tom mais rubro.
Coisa rara, pois geralmente era o Di Angelo que corava.
Nico colocou Percy sentado sobre a areia. De forma cuidadosa, pois uma vez machucara a barbatana dorsal.
Ficaram longe da beira da praia, o suficiente para que as águas não os tocassem. Estranhamente Percy ainda não havia falado nada, e isso estava incomodando o Nico.
O rapaz se sentou sobre seus calcanhares. E o observou, enquanto o mesmo cobria, com a toalha dada por Nico, a região em que a parte humana e a parte peixe fundiam-se.
Percy apoiou-se sobre os braços e passou a fitar o horizonte.
Nico sentou-se ao seu lado fazendo o mesmo.
O silêncio perdurou enquanto ambos observavam o crepúsculo, e o sol timidamente dava seu lugar de destaque para a lua.
Era um momento mágico, segundo Percy. Que em certo momento, ao lado do tritão, Nico aprendeu a apreciar.
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No embalo das ondas - Pernico
أدب الهواةNico Di Angelo nunca foi uma pessoa de acreditar em coisas místicas e no sobrenatural. Como em fadas do dente, coelho da páscoa, sereias. Nesses tipos de histórias que as mães insistem em contar aos seus (as), filhos (as). Sempre repetia para os ou...