Temos a lua como testemunha

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— não pode... — recuperado do choque inicial, Nico conseguiu balbuciar, ainda fitava o moreno. — eu não entendo... — o rapaz riu de forma irônica, como se achasse graça da situação. — você me beija, diz que gosta de mim, em seguida diz que não pode e por fim disse que o nosso beijo foi um erro!? Eu realmente não entendo. — Disse de forma impaciente, já chateado, machucado com toda aquela situação.

“Um tiro doeria menos.” Outra frase que o Di Angelo desconsiderava, e agora via o quão errado estava.

— desculpa. Não foi o que eu quis dizer. — o moreno aproximou-se do outro, na tentativa de abraça-lo, e se desculpar pela forma rude que deu a entender. Mas Nico negou o toque.

Aquilo machucou o moreno, Percy queria gritar e praguejar todos os nomes feios que aprendeu na superfície. Tudo o que ele não queria era magoar Nico, mas, mesmo com todas as suas tentativas (falhas) parecia ser inevitável

— eu não queria lhe dar esperanças, para uma vez arranca-la. — o moreno falou. Mas não obteve uma resposta, sequer um xingamento. Nico permaneceu em silêncio, absorto em seus próprios pensamentos. Que aos poucos iam colocando inverdades em sua cabeça.

E Percy respeitou seu silêncio, como o mesmo havia feito consigo, por um tempo...

Percy voltou a fitar o mar, agora calmo, e novamente abraçado a suas pernas. Respirou fundo, procurando qualquer resquício de coragem que lhe sobrara. E se pós a falar:

— quando um da minha espécie, sendo sereia ou tritão, chega aos seus dezoito anos. Lhes é concedido o direito de vir para a superfície, se quiser claro, por apenas um dia, nada mais que isso. — Percy começou o seu monólogo, chamando mais uma vez a atenção do Di Angelo para si.

— mas você vem aqui à meses. — Nico despertou-se dos seus devaneios, virou para encarar o moreno.

Mas Percy não conseguia fazer o mesmo. Manteve seu olhar fixo nas pequenas ondas que de formavam ao longe.

— fiquei todo esse tempo escondido naquela ilha. — apontou para um pontinho pequeno de terra longínquo. — eu saí do meu reino junto a outros quatro jovens. Éramos acompanhados por, Quíron, nosso mentor. E o seu ajudante.

Nico ouvia tudo atentamente, esquecendo-se momentaneamente do que ocorrera minutos atrás, colocou seu corpo próximo ao do moreno, próximo o suficiente para seus ombros se tocarem.

— eu me perdi do meu mentor e amigos. E vi a oportunidade de enfim usufruir de uma liberdade na qual eu almejava. Não estava nos meus me enroscar numa rede idiota de pesca, tampouco conhecer você... E me... apaixonar... — Percy sentiu sua face esquentar ao olhar em direção a Nico. Que esboçou um sorriso sincero sentindo seu peito inflar novamente. E o abraçou de lado, sussurrando em seu ouvido que era recíproco, que ele sentia a mesma coisa pelo moreno.

O que só fez a angústia de Percy aumentar.

— Pensei que conseguira viver assim, sem ser descoberto, mas foi tolice minha — moreno se apertou ainda mais no abraço que dava em suas pernas.

— eles encontram você? — nico o puxou para mais perto de si. Percy maneou a cabeça confirmando. — eles fizeram algo contra você?

Percy negou.

— na verdade, ele vinham me observando há três dias. — Nico lembrou-se que há três dias Percy não aparecia. O moreno fungou, e por fim resolveu encurtar a história. — eu preciso voltar...

— como... ? — Nico já começava a entender o que Percy queria dizer. O porque ele aparentava estar triste desde que chegara, e o porque dele dizer aquelas coisa. Nico não era burro, as peças estavam começando a se encaixar.

No embalo das ondas - PernicoOnde histórias criam vida. Descubra agora