Nico e Percy mantinham seus olhares fixos nas águas escurecidas, pela noite, do mar. As águas que iam e viam no vagaroso embalo das ondas, cintilavam com a luz refletida da lua, num show pirotécnico natural. Parecia um mar de estrelas em eterna colisão no vácuo.
Porém o irritante silêncio ainda estava ali, quebrando toda a magia daquele momento, cada um parecia curtir o show natural em seu próprio mundinho.
E Nico nunca achou o silêncio tão incômodo, como agora, embora o preferisse em alguns momentos.
Ele sempre achava graça de quando alguém falava para ou perto de si: esse silêncio “ensurdecedor. ”
Era irônico ele estar vivenciando isto neste exato momento. Sim o silêncio estava ensurdecedor para ele. Preferia mil vezes ouvir o falatório desenfreado do outro, as vezes quando o moreno começava a falar não queria parar, ainda mais quando conhecia algo novo. Lembrou-se do discurso que o outro fizera, quando ele perguntou se o Jackson sabia cantar.
Mesmo negando de início, o moreno acabou cedendo. Não era exatamente o que Nico esperaria de uma música na qual Nico estava acostumado a ouvir.
Era como um murmurar, sem letra alguma, lenta calma e soturna. Que deixou o Di Angelo calmo, triste e feliz ao mesmo tempo. O fez relembrar também de momentos há muito esquecidos, que por sua vez o fez chorar. O moreno não entendendo, cessou a melodia e o abraçou de pronto, envolvendo-o em seus braços, Nico jamais se sentira tão seguro como naquele momento.
— como é, quando somem? Nunca perguntei. — Nico perguntou de repente, movendo de eu corpo para o lado diminuindo a distância entre os dois, apontando para as pernas de Percy. Queria muito faze-lo falar, e ouvir sua voz.
Percy o fitou por alguns instantes, e como era de costume o sorriso veio fácil em sua face, agarrou-se a sua pernas as abraçando.
— é como um repuxar de pele. — disse de forma simples, acabando por sorrir da careta do outro. — não dói, se é isso que está pensando. É só um pouco desconfortável. — não era totalmente mentira.
Mas uma vez o silêncio predominou, sendo quebrado apenas pelo chiar do vento, o bater das ondas nas pedras e areia.
Aquilo de fato incomodava o Di Angelo. Ele, lá no fundo, sabia que algo não estava certo. Percy estava tão diferente. E só dessa vez resolveu desrespeitar o silêncio do outro.
— você está diferente, aconteceu alguma coisa? — sua voz era suave e firme, mesmo ele temendo que a mesma falhasse.
Nico perdeu a voz e engoliu todas as palavras que pretendia dizer. Ao ser mirado pelos olhos esverdeados e marejados de Percy, eram como um mar revolto pegando Nico se surpresa. Ele nunca tinha visto o moreno daquele jeito, e não o afastou quando o mesmo pousou sua cabeça, em seu ombro, ele jamais faria isso. Os soluços do moreno o deixou desnorteado, e abraça-lo foi instintivo. Envolveu-o em seus braços, como ele o fez uma vez, apertando-o contra o seu peito, Percy o abraçou, e assim ficaram. Nico o acalentou até que o mesmo se acalmasse.
Nico por momentos pensou que o tritão estivesse passando mal, ele não estava entendendo nada.
— Percy o que aconteceu... — sua voz saiu embargada, ele não conseguiu evitar. Segurando pelo queixo, fez com que o moreno o encarasse , e usando de seus polegares enxugou as lágrimas do rapaz. Que o encarou atônito sem saber o que dizer, perdeu-se encarando os olhos escurecidos de Nico. E num ímpeto de sanidade colou seus lábios aos do Di Angelo.
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No embalo das ondas - Pernico
Fiksi PenggemarNico Di Angelo nunca foi uma pessoa de acreditar em coisas místicas e no sobrenatural. Como em fadas do dente, coelho da páscoa, sereias. Nesses tipos de histórias que as mães insistem em contar aos seus (as), filhos (as). Sempre repetia para os ou...