Marinho

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Perdão Pelas Marcas
E Pelos Contratempos,
Mas Não Percebi Verão Chegar Muito Menos Tempo Com O Vento
Você Sumiu Das Vista Se Apagando Por Toda Neblina
Mas Seria Preciso Bem
Mais Que Uma Paisagem Marítima
Para Lhe Afogar
Dos Mares de Minha Vida

Sua Correnteza Sempre Me Levou
Para o Fundo Dos Teus Oceanos
Era Lá Que Se Escondia
Da Vida
E De Seus Repetinos
Enganados,Bem No Fundo
De  Seus Planos
Sendo a Atlântida
De Seus Prantos
De Não Poder Chegar
Sem Antes Se Perder
Nos Teus Vislumbrosos Encantos

Toda Solidão Afogada
Em Um Só Navio
Tendo Todos Marinheiros Esquecidos
Como Abrigo,
Sem Negar a Última 
Doze de Amor
A Quem Já Fora
Sua Âncora Nas Noites
Que Seu Barco
Revirava
Nos Lençóis Azuis De Seu Pacífico

Eu Sinto Muito, Como Sentia
A Pouco Tempo Atrás
Mas Amanhã Partirei,Apenas Para Não Sentir Mais.

Seu Velho Barquinho
De Madeira
Atracou Nas Vidraças
Que Se Engarrafa
Sua Vida Passageira
Entre as Correntezas
Entre Cartas Boiando
No Oceano
Sua Solidão,
Sempre Navegou
Por Entre Seus Prantos
Amassado Barquinho De Papel  Ficou Longe Das Aventuras Do Mar
Sabendo da Fragilidade
Que Lhe Acompanhava
Que Onda Nenhuma
Conseguiria Suportar
Apenas Navegou
Pelas Calmas Águas
Que Lhe Fazia Sonhar
Quando Um Dia Seria
Foguete Para O Espaço Explorar

Matheus Rosa

O Jardim De Toda Alma Onde histórias criam vida. Descubra agora