E agora?

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Não sei o que aconteceu depois de eu ter fugido do concerto, depois de todos incluindo Nik descobrirem que estava grávida. Eu nunca deveria ter dado a mínima para o que aquelas raparigas disseram eu era melhor que isso, mas alguma coisa em mim reagiu naquele momento, talvez tenha sido o acumular de todas as coisas que tenho ouvido ao longo dos anos ou possivelmente são os hormônios da gravidez quem sabe. A única coisa que sei e de que tenho a certeza era de que eu tinha acabado de derrubar a minha vida. Depois disto não conseguirei voltar a olhar para nenhum dos caras, um em particular.
Venho andando pela rua faz horas os meus pés estão doridos de tanto caminhar, mas isso não me faz parar, só vinte minutos depois quando chego a uma praia é que decido descansar um pouco.
Sento-me na areia fria e olho fixamente para o mar, sobre o seu estrelado choro silenciosamente. Como é que a vida pode dar uma volta tão brusca? Eu sei que ele haveria de vir a descobrir mas esperava que esse dia ainda estivesse muito longe.
Tiro o telemóvel do bolso para poder ver as horas, assim que ligo o ecrã reparo que tenho várias chamadas perdidas de Nik e Jessé. Pressiono a tecla para chamar Jessé ele atende logo ao segundo toque.
- Meu deus Ellisa onde é que estás? Tu fazes ideia de quão preocupados estamos contigo.- Jessé está praticamente a gritar para mim e isso ainda me faz sentir pior, logo as lágrimas que já tinham secado voltam para me assombrar.
- Eu não sei...- digo eu tentando controlar-me.
- Como assim não sabes?- ele parece preocupado agora.
- Não sei eu vim andando pela rua até que cheguei à praia mas não sei como voltar.- eu sou patética.
- Tu andaste este tempo todo sozinha pela rua a meio da noite ainda por cima grá...- ele não acaba a frase também não precisava.
- Sim.- Admito.
- Santo deus Elliza. Eu vou já buscar-te.- diz ele antes de desligar.
Mais uma hora se passo dês de que falei com Jessé, existem diversas praias por aqui acho que não seria assim tão fácil encontrar-me. Começo a ouvir passos apreçados a virem na minha direção e fico imediatamente preocupada, só quando avisto a grande figura de Jessé é que descontraio. Assim que ele chega ao pé de mim coloca os seus braços em mim e puxa-me para um abraço.
- Céus estava tão preocupado.- diz ele.- Não voltes a desaparecer assim outra vez!- disse ele com autoridade mas no fundo vejo que está simplesmente assustado.
- Desculpa.- começo a ficar farta de tanto chorar, hoje parece que não consigo fazer mais nada se não isso.
- Por favor princesa, não chores sabes que isso parte-me o coração.- isso faz-me rir ligeiramente, um cara com o tamanho e o corpo de Jessé meteria medo a qualquer um que fosse, mas mesmo assim as minhas simples lágrimas faziam com que ele ficasse desesperado.
- Temos de voltar princesa. Tu estás congelada e isso faz-te mal.- diz ele levando-me nos seus braços pela praia. Estou demasiado fraca para conseguir mover-me.
- Eu não quero voltar.- choramingo.
- Princesa, quem é o pai dessa criança?-  será que deveria dizer a verdade ou uma mentira? Quando olho para os seus olhos não consigo mentir.
- O Nik...- digo eu num sussurro inaudível. De alguma maneira ele ouvi-o mas decidiu não comentar, é por isso que eu o adoro tanto.
- Desculpa.- é a última coisa que digo antes de desmaiar nos seus braços.

Amor ao limiteOnde histórias criam vida. Descubra agora