10- A chegada do estranho

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Era madrugada e uma garoa leve caia sobre a fazenda dos Baker, a casa estava silenciosa e só se ouviam os grilos, todos dormiam mas Victória estava inquieta, ela fitava a janela perdida em seus pensamentos. Anelise estava grávida e Victória começava a pensar se não estaria velha demais. Seu pai jamais a empurraria para um casamento por sua idade, mas Victória pensava no que isso custaria para a boa imagem da família perante a sociedade, deveria ela cogitar uma oportunidade para Benjamin? já que o jovem por vezes insinuou seu interesse por ela, equanto estava a pensar observava a noite pela janela. Não muito tempo depois seus pensamentos foram interrompidos por um barulho de carroça e em seguida ouviu várias batidas de porta, o que acabou tirando Victória de seus pensamentos.
Quando chegou às escadas seu pai já as estava descendo com a espingarda na mão, Victória não desceu as escadas, prefiriu ficar esperando pois se fosse algum ladrão ou algo do tipo não iria atrapalhar seu pai, conforme a tensão aumenta Victória e seu pai ouviam gemidos e estes ficavam cada vez mais altos, de repente alguém do outro lado fala:

- Abram por favor, sou um servo da guerra, trago feridos, por favor abram.

O pobre homem pedia com tanto desespero que o pai de Victória não se pode negar abrir a porta.

- Pensei que fossem me consultar antes de trazer feridos. - disparou o Sr. Baker ao homem.

- Sinto muito senhor, mas sua fazenda era a mais próxima no momento e é urgente, um dos soldados está gravemente ferido, creio que o oficial não tenha tido tempo de vir durante o dia, mas lhe peço que ajude. - o homem suplicou. - tratam-se de dois soldados das colônias e um inglês.

A essa altura, todos da casa já estavam acordados, a mãe de Victória apareceu ao seu lado ja completamnete vestida e vendo do que se tratava desceu rapidamente as escadas. O Sr. Baker encarava Os dois homens a sua frente, da carroça se ouvia um gemido alto e depois um grito e um pedido de ajuda. Aflita a Sra. Baker interviu.

- Por Deus homem o que há com você? - Disse Emili para o marido. - Cavalheiro pode trazer os feridos - A Sra. Baker abriu passagem fazendo o Sr. Baker acordar e dar ordens como o homem da casa.

- Lucy vá acordar os rapazes e mande que ajudem a trazer os feridos, rápido! -

- E tragam panos limpos, muitas ataduras e água quente- Acrescentou a Sra. Baker.

Aos poucos os soldados foram sendo trazidos para dentro da casa e logo a pequena saleta do Sr. Baker se transformou numa enfermaria, um dos soldados estavam com um grave ferimento na perna e gemia de dor, assim o Sr. Baker teve que mandar chamar o médico. Enquanto a Sra. Baker e as outras empregadas tentavam estancar o ferimento de um dos soldados mais gravemente ferido Victória ja havia trocado de roupa e resolveu fazer algo para ajudar.

- Minha filha não fique aqui, uma dama como você não deve presenciar essas coisas - o Sr. Baker se dirigiu a filha, assim que a viu ir em direção a uma bacia com água.

- Papai olhe ao seu redor, estão todos ocupados e o Sr. quer que eu fique parada apenas a observar ? - Protestou Victória, que pegando a bacia e panos limpos se dirigiu imediatamente a um dos soldados.

O soldado ao qual ela cuidava era ingles e estava deitado imóvel, parecia ter um ferimento próximo ao coração, ao se aproximar e puxar sua camisa Victória pode ver que se tratava de um ferimento de bala, o que a tranquilizou foi perceber que o tiro não atingira o coração e que o médico chegaria logo para tratá-lo. Victória começou a limpar o homem e seu ferimento, ao aproximar o pano molhado do peito do rapaz, ele se mexeu e soltou um breve gemido, abrindo seus olhos, permitindo que Victória vislumbrasse um tom de verde incrível, parecia-se com o gramado dos campos, verde durante a primavera, ela ficou hipnotizada por aqueles olhos e ficou imóvel até perceber que o rapaz tocara sua mão, o que fez Victória despertar.

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