4- Boas Notícias

50 11 1
                                    

Já fazia pouco mais de um mês que Erick havia partido para a guerra e toda a casa ja sentia sua falta, também pudera, era ele quem animava a todos junto com a irmã.

Victória e Anelise estavam sentadas na sala, jogando dominó e comendo biscoitos quando ouviram o som de um trote de cavalo se aproximando e parando bem na frente da casa, imediatamente correram para a janela para observar quem chegava.

- Ai meu Deus o que será que ele veio fazer aqui ? Será que aconteceu alguma coisa ? Será que são notícias boas ou ruins ? - Anelise perguntava aflita.

- Acalme-se Anelise, o reverendo Winsllow está apenas fazendo uma de suas visitas.-

Nesse momento uma rápida Sra. Baker atravessou a sala e foi até a porta abri-la.

- Boa tarde reverendo Winsllow.-

- Boa tarde Sra. Baker, senhoritas - disse isso fazendo um cumprimento para a Sra. Baker e as meninas que observavam.

- O que o trás a nossa casa hoje ? - perguntou a Sra. Baker fazendo um jesto para que ele entrasse.

- Apenas uma visita matinal, e trago notícias da cidade claro. - disse isso enquanto entrava na casa.

- Pois então sente-se e fique a vontade, Lucy, sirva algo para o reverendo Winsllow por favor. - disse a Sra. Baker enquanto se sentava na poltrona. - Então como está a cidade ?

- Estão todos atônitos, nunca vi tanta movimentação, mas isso é por conta da guerra claro.

- Por certo que sim, nosso Erick partiu a pouco mais de um mês e estamos aguardando notícias - a Sra. Baker afirmou em um tom um pouco mais triste.

- Falando no Sr. Erick, soube que ele a pediu em casamento Senhorita Peterson. - O reverendo se dirigiu a Anelise pegando uma xícara de chá.

- Sim senhor, assim que ele retornar, oficializaremos o noivado e quando a guerra terminar nos casaremos. - uma Anelise esperançosa afirmou.

- Por certo que sim, mas tenha em mente, minha jovem, que essa guerra não pode acabar bem para todos, esteja preparada para tudo. - ao dizer isso todas pararam para refletir, parecia que pela primeira vez estivessem se preparando para o pior. Se seguiu um longo silêncio, até o Sr. Baker entrar na sala.

-Boa tarde senhoritas, Boa tarde reverendo, o que o trás aqui ?

- Apenas uma visita matinal - o reverendo disse pegando um dos biscoitos que Lucy servira.

- Ah sim, acabo de chegar da cidade, por pouco não nos encontramos no caminho. Ocorreu uma assembléia hoje, parece que mais tropas inglesas estão sendo enviadas.

- Uma hora ou outra todos sabiamos que isso iria acontecer, que Deus tome conta de todos nesta Guerra - rogou o reverendo.

O senhor Baker se retirou para seu escritório, deixando todos na sala.
Quando o reverendo foi embora, o entregador de cartas passou em frente a casa e parou, Anelise e Victória correram imediatamente até ele.

- Tem algo para nós hoje? - perguntou Victória.

- Tenho sim - o homem respondeu entregando um envelope a Victória.

- Muito obrigada- Ela disse afobada, e se apressou para entrar na casa, em seu alcance estava Anelise, porém, antes que as duas damas estrassem na casa, o homem falou:

- Senhorita Anelise espere. Que bom encontra-la aqui! Estava mesmo indo até sua casa para entregar-lhe esta correspondência, mas se quiser, entrego-lhe agora.

- Desculpe-me Sr. ...?- perguntou Anelise com a mão estendida para receber a carta.

- Wiliam. - respondeu entregando a carta de Anelise que quase não conseguiu se conter de tanta felicidade.

- Muito obrigada Sr. Wiliam, até logo!

- Não seja por isso. - Respondeu ele com uma das mãos segurando a ponta do chapéu em um comprimento.

- Vamos Anelise, rápido. - chamava uma apressada Victória que caminhava apressadamente em direção a casa.

Anelise acompanhou a amiga até a entrada da casa mas logo em seguida se desculpou.

- Vic, sinto muito, mas terei que me retirar, com a chegada do reverendo acabei me esquecendo do horário e ja está tarde, mamãe não deve estar nada contente.

- Não se preucupe, conheço muito bem a Sra. Peterson, sendo assim, tenho que concordar. Vamos, te acompanho até o estábulo.

- Não se preucupe com isso querida, sei que está ansiosa para ler a carta assim como eu. Corra, dê a notícia aos seus pais, que assim como eu, darei a boa nova aos meus.

- Eu insisto Ane, vamos, te acompanho até o estábulo. Afinal, eu irei ler a carta de qualquer forma. Vamos ?

- Pois então vamos. - respondeu Anelise.

Durante o caminho até o estábulo, Anelise declarou:

- Vic, não sabes o quanto esperei por essa carta

- Comprendo-te querida amiga.

Ja montada em sua égua, Anelise se despede de Victória.

- Prometo mandar-te notícias. - fala dando em retirada.

- Vá com calma minha amiga - gritava Victória observando de longe a amiga desaparecer na estrada.

Victória não se lembrava de correr tanto. Entrou as pressas dentro de casa chamando seu pai, sua mãe e Lucy para lerem juntos a carta de Erick que dizia o seguinte:

" Querida Familia e Lucy,

Envio está carta para dizer que estou morrendo de saudades e que aqui está tudo bem.
Por enquanto nada de grandes batalhas, apenas algum treinamento e combates pequenos, mas já circulam rumores de que tropas inglesas estão avançando com cada vez mais rapidez, além de estarem sempre chegando mais pessoas para as nossas tropas, por isso estão todos se preparando e os generais estão alarmados.

Tirando isso está tudo bem, sinto falta da comida de Lucy e aviso-lhes que logo mais estarei de licença e irei para casa.

Sabiam que a França está nos ajudando? Estão fornecendo armas e soldados, porém, não chegaram mais que dez franceses. Estes primeiros vieram apenas como representantes.

Fiz aqui um grande amigo, um francês chamado Benjamin, este, quase me baleou por falar tanto da comida de Lucy sendo que aqui não temos tais mimos. Sabendo bem como mamãe é terei que desmentir a parte de ser baleado.

Encerro aqui a carta, amo a todos vocês e estou ansioso para reve-los."

Ao terminar de ler a carta Victória ficou contente pelo irmão, e pensou em como ele tinha sorte, pois este já havia feito um novo amigo. Enquanto Erick tinha alguém, Victória se sentia muito solitária, ela tinha Anelise, mas ultimamente a amiga só sabia suspirar por Erick e perguntar se alguma carta havia chegado, nem mesmo ir no lago tinha mais graça. Todos os rapazes que podiam ser uma boa compainha, ou pretendentes, só sabiam pensar na guerra.

-Quando será que ele vem ? Mal vejo a hora - Victória perguntou.

- Suponho que em alguns meses - o Sr. Baker disse sentando- se em sua poltrona e analisando melhor o envelope da carta.

Todos sabiam que ele sentia uma imensa falta do filho, embora não falasse muito.
Victória correu para responder a carta do irmão, enquanto isso a Sra. Baker foi até seu altar acender uma vela e agradecer por seu filho estar bem.

Amores em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora