"Eu nunca deveria ter cruzado a linha
porque eu sabia que não poderíamos ficar juntos.
Mas algo me manteve querendo mais."
Blinded Bye — Mest><>< LILLIAN
Mansão do Pinguim. Sexta-feira, 17:23.
— Que nojo — Bullock olhou de mim para Oswald algumas vezes. — Você e ele. Vocês dois...?
— Sério mesmo, Harvey? — revirei os olhos.
— Eu não gosto de ver você com o Pinguim — cuspiu aquele nome.
— Se seu amiguinho não viesse aqui pedir favores o tempo todo — olhei para James Gordon, que conversava com Oswald do outro lado da sala. — Talvez você não me visse com ele.
— Você entendeu o que eu quis dizer — reclamou. — Pare de implicar com Jim, Lillian.
— Pare de implicar com Oswald, Harvey — usei meu melhor tom de deboche.
— Ele é um criminoso!
— Assim como eu — rebati.
— Eu nunca gostei dele, mesmo quando ele era o garoto do guarda-chuva — ele disse de modo sério. — Ele matou a Fish!
— Eu sei que você gostava dela, mas isso é meio que uma vitória para mim — precisei admitir. — Eu respeitava a Fish, mas ela não me respeitava como deveria.
— Tanto faz — ele bufou. — O Pinguim é um...
Ele começou seus xingamentos, mas eu fiz sinal para que ele parasse no mesmo momento.
— Eu gosto muito de você, Harvey, gosto mesmo — falei. — Mas não posso deixar que você ofenda Oswald aqui, na casa dele, na minha frente.
— Isso me incomoda, sabe? — ele insistiu. — Como você pode estar com ele?
— Você não entende, Harvey — suspirei. — O que Oswald e eu temos é diferente, é especial.
— Especial? — ele repetiu, parecendo não acreditar no que eu havia dito.
— Eu vi ele. Eu o notei quando ninguém mais notou. Eu me aproximei dele quando ninguém mais queria se aproximar. Eu vi sua inteligência e o seu potencial — expliquei. — Enquanto tudo o que os outros conseguiam ver era um garoto estranho, eu vi o homem que ele poderia se tornar. E hoje, mais de dez anos depois, estou aqui com ele — sorri, olhando de canto para Oswald. — Eu não o achava estranho só porque ele era diferente. Eu sabia apreciar aquilo. Ainda sei.
Loft da Lillian. Sexta-feira, 23:58.
Eu andava pelo loft cantarolando aquela música que eu sabia de cor. Eu a adorava. E eu sabia que eu não era a única. Oswald estava deitado em minha cama e me observava atentamente. Ele não ousaria falar nada. Ele estava apreciando, eu sabia disso. Fazia muitos anos que ele não me ouvia cantar. E ele nunca havia escutado eu cantar essa música em especial.
— But now I see what one embrace can do — olhei em seus olhos. — Look at me, it's got me loving you... Maaadly.
Parei ao ver sua expressão. Oswald estava sorrindo. Tomei mais um gole do meu copo de whiskey. Aquilo sempre me deixaria surpresa. Não era algo com o qual eu estava acostumada. Oswald Cobblepot não era assim.
— That little kiss you stooole — ele cantou um pouco fora do ritmo. — Held all my heart and soul.
Larguei meu copo vazio e sorri, caminhando até ele.
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Gotham Streets
Short StoryA Garota da Balaclava. A Dama de Preto. O Pinguim. Edward Nygma. Você provavelmente já deve ter escutado esses nomes em algum canto sombrio das ruas de Gotham. O garoto do guarda-chuva que se torna o rei do submundo de Gotham; A garota que é o braço...