"Um coração de pedra, uma evidência incontestável.
Eu posso te dar vida, eu posso tirá-la de você."
Banquet — Bloc Party><>< JANIE
E's Night Club. Sexta-feira, 01:43.
As pessoas sempre julgam a garota que dança sozinha.
Onde está o homem dela? Ela pertence a algum homem? Por que ela se permite fazer isso? Por que deixam que ela faça?
Eles são todos babacas.
A questão é que nesse momento eu realmente queria que eles me julgassem. Mas não daquele jeito. Queria que percebessem como eu estava aberta a alguma coisa nova esta noite, a alguém novo. Queria que compreendessem que eu só queria me divertir e, é claro, que algum deles viesse até mim.
Estavamam me julgando porque eu tinha saído com Edward Nygma, o cara doido da polícia que enlouqueceu, asfixiou a namorada, perseguiu e armou para James Gordon e passou um tempo em Arkham — assim como eu. Julgavam-me por ter me entregado completamente àquele cara. Julgavam-me por sentir o que eu sentia quando estava com ele.
Eles também estavam me julgando porque eu era a pessoa que tinha colocado a porra de uma bala no cerébro do filho da puta que era para ser um pai para mim. E ainda porque eu tinha tacado fogo em alguns lugares e atirado em algumas pessoas pelas ruas de Gotham; Me julgavam porque eu era a famosa Dama de Preto, a pessoa a quem costumavam contratar para matar quem os incomodasse, mas que agora não estava mais afim de fazer isso para eles por dinheiro nenhum.
Eles me julgavam porque pensavam que eu era insana.
Insana e fracassada.
A garota fracassada dançando sozinha.
Otários!
Mal sabiam eles...
Demorou um pouco para que o cara que eu queria que viesse até mim finalmente fizesse isso. Eu sabia como persuadí-lo, é claro. Só que eu estava fazendo isso de um jeito bastante lento, afinal, ele tinha que achar que era ideia dele vir até mim e fazer eu ir para uma parte reservada do clube com ele. Elijah era o dono desse clube, mas é claro que a letra E no nome do clube não era apenas por sua causa. Se fosse por ele, o clube noturno provavelmente se chamaria "Elijah's".
Eu caí na lábia dele. Eu dancei com ele. Dancei com ele como se estivesse dançando com Edward Nygma. Foi bem difícil tentar ver Ed naquele cara, porque eles não tinham nada a ver um com o outro — nem física e nem mentalmente. Foi mais fácil quando eu estava de costas. Mas eu precisava ser convincente, então imaginar que ele era uma pessoa de quem eu já fora íntima era a melhor opção que eu tinha.
E Elijah caiu nessa.
E ele me levou para outra parte do clube, uma parte privada.
— Então, você e aquele tal de Nygma terminaram mesmo? — ele perguntou. Foi praticamente uma pergunta retórica. Eu sabia que a informação já tinha vazado e as pessoas já estavam falando sobre isso. Porém, decidi responder com um aceno de cabeça mesmo assim. — Sabia que terminaria com ele.
— Por que acha que fui eu quem terminei as coisas? — questionei. Aquilo tinha instigado minha curiosidade.
— Aquele cara é uma aberração! — falou como se aquilo fosse algo óbvio. — O cara é insano, não tem controle. Era certo que você perceberia e terminaria com tudo — deu de ombros. — Ninguém ao redor dele o quer por perto. Ele estraga as coisas.
— Então esse é o seu ponto — tentei analisar suas palavras. — E eu não sou uma aberração, Eli? Você acha que eu não sou insana como ele? — questionei.
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Gotham Streets
Cerita PendekA Garota da Balaclava. A Dama de Preto. O Pinguim. Edward Nygma. Você provavelmente já deve ter escutado esses nomes em algum canto sombrio das ruas de Gotham. O garoto do guarda-chuva que se torna o rei do submundo de Gotham; A garota que é o braço...