Capítulo 5

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- Você pode ir tomar banho que eu cuido do jantar - ordena Joana enquanto caminha para a cozinha.

- Ei, eu posso fazer o jantar - digo indo atrás.

- Não. Eu que vou fazer o jantar. - Vira-se para mim furiosa.

- Está bem, já estou indo - indago fazendo sinal de rendição com as mãos.

 Caminho até meu quarto pego uma toalha e vou para o banheiro, tiro toda a minha roupa e entro embaixo do chuveiro, aproveitando a água gelada que cai sobre o meu corpo. Encosto minha testa na parede e  penso em Jason. Eu não deveria pensar nele, deveria fingir que ele nunca existiu em minha vida. Mas como apagar os últimos anos? A última noite que passamos juntos? E de como foi bom tê-lo para mim, mesmo que por um momento, só pra mim? 

Eu estava com raiva por ele ter me esquecido depois que foi embora, e eu, deveria fazer a mesmo coisa. Mas amar é mais complicado do que eu poderia esperar. 

- Cali, ainda está viva? - Joana bate na porta. - Já fazem 40 minutos que você está ai - completa.

- Estou bem - fecho o chuveiro, enrolo a toalha no corpo e abro a porta. - estou aqui - saiu de sua frente e vou para o quarto.

- O jantar já está pronto, vou só tomar um banho - avisa da porta do quarto. - Eu sei que está triste por causa do seu amigo e acredite eu sinto muito - diz enquanto eu visto uma roupa. 

- Eu estou bem, Jô, não se preocupe - a olho atentamente. - Te espero na sala. 

Sento no sofá e ligo a tv, estava em um canal de fofoca, desliguei a televisão e deitei no sofá, sentindo um ótimo cheiro. Pelo visto já estou melhorando, não vomitei meu almoço, mas comi feito um porca.

- Estou pronta -,Jô balbucia atrás de mim. - Vamos comer - diz animada. - Mas vê se não come tudo sozinha desta vez.

- Mas eu mal comi - me fiz de ofendida.

- Só comeu tudo não é? - Ela ri alto.

Quando entrei na cozinha e a vi tirando panquecas do forno, minha boca salivou de uma forma que nunca tinha visto. Corri para a mesa e comecei a comer. 

- Vai com calma, a comida não vai correr - coloca uma panqueca em seu prato.

- Eu estou morrendo de fome - coloco um pedaço na boca. Como mais três panquecas e quando ia comer outra senti o bile subir a garganta e sai correndo para o banheiro, me ajoelhei na frente do vaso, sentindo a Jô segurar meu cabelo enquanto eu colocava todo meu almoço e jantar pra fora.

- Sabe, Cali, se você tivesse um namorado diria que está grávida - fala se encostando na porta enquanto eu lavo a boca. Só então volto para aquela noite. - Sabe, todos os sintomas: sono, enjoo, tontura, fome...

- E eu não não tenho mas... - a olho seria. - Eu não te contei, mas na noite da despedida do Jason a gente... Sabe... Nós... An... Eu bebi muito vinho, fiquei alta e nós... transamos. Ai meu Deus e se eu estiver grávida. Não, eu não posso - começo a ficar desesperada.

- E vocês não se previniram? Cali, você é louca? - Anda de um lado para o outro, mas ao olhar pra mim para. -  Não se preocupa, pode ser alarme falso, calma. - Fala atropelando tudo.

- Eu estava bêbada, era minha primeira vez, eu nem pensei em nada e agora eu posso estar grávida - ponho as mãos na cabeça - como eu pude ser tão burra.

- Calma. Olha, eu vou ali na farmácia e volto logo - saiu correndo do banheiro e escutei a porta da frente bater.

Como eu pude ser tão burra? Como não desconfiei antes. Eu não posso estar grávida, não agora. Eu sempre quis ser mãe, mas não assim, sem marido, sem nada a oferecer, além de amor incondicional, será que isso seria o suficiente? Toco minha barriga e por um momento, eu me vejo sendo mãe, mas não posso ser agora, não posso, não posso, não posso.

Nosso amorOnde histórias criam vida. Descubra agora