Por mais que eu pensasse, nunca iria encontrar uma forma de contornar essa situação. Ver Jason descer do banco de carona do carro do André me deixou em choque, jamais imaginaria algo assim acontecendo e ver como ele olhava para a Mel e o Nick como se estivessem criando outra cabeça só fez meu pânico crescer mais ainda e no meio de tudo aquilo o André, o cara com quem eu iria sair estava saindo do carro com um olhar de total confusão enquanto estava paralisada, sem conseguir nem me mover ou articular uma frase coerente para tudo aquilo.
Tudo estava acontecendo em questão de 2 minutos, mas pra mim foi como se minha vida tivesse saído dos trilhos e estivesse prestes a colidir em um muro de aço. Definitivamente não sabia o que fazer e minha mente berrava pra mim tomar uma atitude.
- Calíope, você está bem? - André colocou a mão em meu ombro. - Está muito pálida! - Completou.
Eu continuei ali, estagnada, encarando o pai dos meus filhos, que parecia buscar uma identificação com tudo aquilo, que assim como eu não conseguia proferir palavra alguma.
Quando Finalmente olhei para André, ele estava olhando das crianças para Jason e de Jason para as crianças e de repente parou como se sua mente tivesse dado um click e um entendimento se apoderasse de si o levando a uma compreensão que só não tinha quem não podia enxergar para poder comprovar o quão parecidos os filhos eram com o pai.
E ali, parada, mesmo sem ter culpa, me senti envergonhada por aquilo que estava aconteceu, sentia como se tivesse cometido um crime merecesse ser presa e talvez merecesse, mas precisava abrir a boca e acabar com aquele clima, além de me concientizar de que eu não era culpada por nada do que estava acontecendo naquele momento.
- Ja... Jason - gaguejei quando o vi me olhar sério, sério demais - Vamos conversar. - Consegui dizer finalmente.
- Pelo jeito nós temos muito o que conversar. - falou entredentes com uma raiva anormal cortando sua voz.
Mel e Nick parecendo perceber todo aquele clima ruim balançaram meus braços me fazendo olhar para eles.
- Mamãe, o tio André já tá aqui, vamos! - Mel se apressou ao começar me puxar.
- Filha - me abaixei para ficar do seu tamanho -, não vai dar pra ir mais.
- Mas o tio André não já tá aqui? - Nicholas diz como se fosse óbvio demais.
- André, me desculpa, mas podemos adiar isso? - Levantei a cabeça para olhar para ele. - Crianças depois a gente sai com o tio André tá bem? - Disse sem nem esperar resposta dele. O vi afirmar com a cabeça e ir para o carro dando partida e sumindo da rua. - Do vou pedir pra Joana ficar com eles e a gente vai conversar em algum lugar.
Liguei para a Joana e pedi para ela ficar com as crianças, quando subi para levá-los contei por alto o que estava acontecendo e ela só me pediu para tomar cuidado e dar notícias, quando voltei onde Jason estava no mesmo lugar, na mesma posição, sem conseguir falar nada.
Ele pegou meu pulso e saiu me puxando pela rua sem dar tempo de me soltar ou sequer protestar. Dois quarteirões depois entramos no melhor prédio daquele bairro, pegamos um elevador e ele abriu um apartamento que estava totalmente vazio. Por mais que estivesse ali seu silêncio estava me matando, mais ainda quando ele começou a andar de um lado para o outro.
- Quando que você ia me dizer alguma coisa? Quando você ia me contar dos meus filhos? Quando, Calíope? Quando? - O vi exaltar a voz na última pergunta e me encolhi, mas voltei a mesma posição ao lembrar que mesmo inconscientemente ele que causou tudo aquilo.
- Em primeiro lugar: não grite comigo porque você não tem esse direito. Em segundo Lugar: Você não deveria ter me arrastado até aqui. E em terceiro e último lugar: foi você quem pediu pra eu fazer isso quando ignorou todas as minhas ligações todos esses anos. Eu não ia te contar, por mim você não saberia nunca, mas a tia Eva e a Joana falavam tanto que você tinha o direito de saber que eu as vezes ligava, como uma idiota, achando que você ia atender. Até que eu liguei a uns anos atrás e sua noiva atendeu e disse pra eu não ligar mais e foi aí que eu desisti. Então não me cobre nada porque eu não te devo nada, eu tentei, mas você que mesmo inconscientemente fugiu das suas responsabilidades. - Me acalmei um pouco e continuei mais sucinta - olha Jason, casa com a Karen, volta pra Nova York e me deixa em paz, deixa os meus filhos em paz. Eles estão felizes, você só vai confundi-los.
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Nosso amor
Storie d'amoreCalíope, cresceu em um orfanato, nunca foi boa em se aproximar de ninguém e, sempre viveu sozinha, até conhecer Jason Martins. Ela sempre foi doce e inteligente, ao descobrir estar grávida de seu melhor amigo e com o coração partido, sua vida muda c...