Capítulo 5

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Eu não consigo dormir, eu não consigo parar de chorar. Esse homem é um monstro. Ele não pode simplesmente me obrigar a casar com ele. Eu não quero me casar com esse psicopata. Eu preciso pensar, eu preciso decidir o que farei da minha vida. Se é que eu tenho uma.

Se eu falar com ele que me casarei, e enrola-lo? Se eu fizer ele pensar que realmente vamos nos casar e isso não acontecer? Eu preciso ser mais esperta que ele. Eu preciso me libertar dele. Passo a noite inteira pensando em que posso fazer, como possa sair dessa situação que eu mesmo me coloquei. Se eu enganá-lo, e ele descobrir isso pode ser pior para mim. As consequências podem vir em dobro para mim, e eu não aguento mais isso, não aguento mais ver o dia através dessa janela, não aguento mais comer em um quarto fechado, não suporto mais viver dentro desse quarto. Eu quero meus pais, quero minha vida de volta.

Deito na cama depois das cinco da manhã. Durmo pensando em como vou fazer para ter minha vida de volta. Acordo e não sei que horas são. Vejo meu café da manhã da mesinha ao lado da janela. Se não tenho vontade nenhuma de comer. Por mim que morreria aqui, e a culpa seria toda dele. Levanto, vou para o banheiro fazer minha higiene. Tomo um banho demorado. Saio do banho e tomo um susto com meu dominador olhando a vista pela janela.

-Boa tarde meu amor! Como você dormiu? Vim aqui mais cedo e você estava em um sono tão pesado que não quis te acordar. Ele diz, mas eu passo por ele, sem responder, e vou direto para o closet.

Visto que calça jeans, uma blusa de manga ¾ , coloco meias e volto para minha solitária.

-Seria tão mais fácil se você me aceitasse, se aceitasse tudo que eu tenho a lhe oferecer. Seria mais fácil se você conversasse comigo. Ele diz, porém eu nem o olho. Não quero saber dele. Espero que esteja pensando na minha proposta. Já pedi Gail para trazer o nosso almoço.

Eu continuo calada. Não quero mesmo falar com ele. É absurdo eu ter que me casar obrigada com um homem desses.

-Eu terei que me ausentar por uma semana. Você terá então muito tempo para pensar sobre a minha proposta. E sinceramente espero que aceite. Ele dizia já sentando na cama.

-Quero falar com meus pais antes de você ir. Digo não olhando para ele. Estou totalmente no meu modo submissa.

-Ok, vou pegar seu celular. Ele dizia já se levantando. Ele sai e me deixa sozinha.

Eu preciso ouvir a voz dos meus pais. Eu preciso de um abraço deles. Chorar muito no colo da mamãe. Tudo que está me acontecendo parece um filme de terror, onde eu sou a presa principal do monstro. Meu dominador volta até o quarto e me entrega o celular. Ligo para minha casa. Mamãe atende no segundo toque. E é tão bom ouvir a sua voz. Começo a chorar, ao ouvi-la.

-Alô.

-Mamãe.

-Ana, amor como você está querida? Eu e seu pai estamos muito preocupados com você. Mamãe diz, e eu estou em lágrimas. Meu dominador fica me olhando com um olhar de pena.

-Eu estou bem mamãe. Só estou com muita saudades. Digo limpando as lágrimas que insistem em sair.

-Nós também. Ana volta para casa. Para de viajar e buscar outras oportunidades para você meu amor. Olha isso pode ser conseguido aqui. Ana tem vários hospitais aqui, e pelas suas notas será bem mais fácil. Mamãe dizia toda melosa e triste. Eu sinceramente tenho vontade de contar a ela que estou em Seattle, que fui sequestrada por um maníaco. Mas eu não digo nada. Serei refém do meu dominador, serei refém do meu medo.

-Cadê o papai? Queria muito falar com ele também. Digo mudando de assunto. Eu preciso pensar em como sair dessa sem me casar com esse psicopata. Apesar que não tenho muita alternativa.

-Ele foi trabalhar meu amor. Mas porque você não liga a noite? Ele vai adorar falar com você.

-Eu não sei se eu terei como ligar mais tarde mamãe, mas caso eu não consiga, diga a ele que eu estou com saudades e o amo muito, assim como você.

-Ana está acontecendo alguma coisa? Pode falar meu amor. Acredito que você também esteja assim por causa do seu namorado. Merda, eu não tenho namorado. Que Porra é essa?

-Porque você diz isso mamãe? Pergunto sem muito interesse.

-Vocês também não tem se visto, acho que o pouco que vocês se viram tem sido ruim para ambos. Ela diz triste.

-Mamãe você explicou o papai sobre a faculdade? Pergunto mudando de assunto. E enquanto isso meu dominador psicopata continua me vigiando.

-Sim meu amor. Ele ficou meio triste, mas ele ti apoia.

-Mamãe eu tenho que desligar. Depois a gente se fala mais. Eu te amo.

-Eu também amor. E pense em voltar logo. Estamos com muita saudades de você.

-Pode deixar. Tchau.

-Tchau.

Deligo a ligação. E seguro bem firme o celular na minha mão. Meu dominador suspira forte.

-Porque você não faz as coisas certas hein? Sabe que tudo poderia ser bem mais fácil. Ele diz.

Eu não olho para ele. Ainda com celular nas mãos, eu tenho um momento de raiva e jogo o celular na parede, e começo a gritar

-Eu ti odeio. Ti odeio com todo meu coração. Você nunca conseguirá ganhar o meu amor e carinho. Eu ti odeio. Odeio, odeio, odeio.

Paro de gritar. Chorando muito. Será que ele não sente compaixão por mim? Será que ele não ver que eu estou sofrendo com isso? Eu quero minha mãe, eu quero meu pai, eu quero minha vida. Ele fica me olhando, e dessa vez eu direciono o meu olhar de fúria para ele.

-Eu vou deixar você sozinha. Ah, e por mais que você diga agora todas essas palavras que me magoam, eu sei que assim que você der conta, você sentirá o que eu sinto por você. Seu almoço já deve está subindo. Ele dizia já indo para a porta.

Gail aparece na porta e pede licença. Ele espera ela colocar a bandeja de comida na mesa. E antes que ela possa sair e ele também, eu em um súbito de raiva vou até a mesa e pego a bandeja jogando tudo no chão. Ele e ela me olham, e eu simplesmente sento na cama com muita raiva.

-Gail chame alguém para limpar isso. E traga novamente outro almoço para Anastásia. Ele diz e sai.

Gail fica me olhando com pena. Ela sabe que eu estou infeliz. Ela sabe que eu quero ir embora. Mas nenhum dos empregados podem fazer nada. Já tentei convencê-los a denunciar o patrão, mas nenhum deles querem se envolver em algo que o patrão faz. Eles cumprem todas as ordens dele. Gail sai, e logo outra empregada vem limpar a sujeira que eu fiz. Tenho pena delas, mas neste momento eu não quero saber de nada, somente de me livrar desse homem.

Eu não comi nada, não tenho fome, e também não vi meu dominador mais. Não sei quanto tempo se passaram, eu só sei que só vejo a noite e o dia chegar. Todos os dias Gail traz a minha comida do dia, mas não toco em nada, estou a vários dias sem comer, e isso não me importa. Só quero acabar com isso logo. Estou sentada atrás do sofá, olhando a cidade lá fora. Se eu me casar com ele eu posso voltar a ver tudo isso, mas ainda serei uma prisioneira. Vigiada 24hs por dia. Mas será que eu aguentarei isso enquanto estiver casada com ele? Será que eu vou me acostumar a ser prisioneira dele pelo resto da minha vida? Porém quanto mais eu penso, mais eu chego a conclusão que eu não tenho saída. Ele não irá me deixar livre de qualquer maneira, então a minha decisão já está tomada. Não fugirei do meu destino.

Refém Do Meu Dominador Onde histórias criam vida. Descubra agora