T mais vinte

153 25 22
                                    

Não foi a primeira vez que o Homem-Café salvou o mundo e não levou o crédito, mas não importava. Havia muito serviço a fazer.

— Você ainda tá aí, moleque? — Café olhava tenso, sob disfarce, para os dois super poderosos que saiam do Elevador Lacerda para entrar na Praça Tomé de Souza, na Cidade Alta. Temia que a ação pudesse levar dano colateral a civis.

— Tô! — respondeu a projeção espectral transtemporal de Coffee Break, surgindo ao lado dele — Agora, espera mais um pouco... Os idiotas vão cair direitinho em nossa armadilha.

Café piscou para Coffee Break. Um vendedor de fitinhas do Senhor do Bonfim e outros badulaques ficou olhando esquisito para Café. Parecia um louco olhando para o vazio e conversando sozinho.

— Vixe, meu rei. Ondé que cê arrumou esse fumo? É coisa boa, né?

Café deu uma boa encarada raivosa no ambulante, e este seguiu seu caminho.

— Num precisava se retá, né painho?

Café voltou sua atenção para a dupla de malfeitores... Estava começando as se habituar e gostar com o fato de ter um parceiro invisível na luta contra o crime. Ainda que isso tivesse alguns inconvenientes.

— Agora, Café, vai! — anunciou Coffee Break.

Ele correu para interceptá-los. Era só mais um dia na luta contra o crime. E no Brasil, infelizmente, não havia perspectiva de faltar serviço para o Homem-Café, tão cedo...  

Homem-Café - ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora