Bíblia sagrada.
Um livro aparentemente sem graça, grande demais, sem um tema pré-descrito, sem um autor definido.
Suspirei, revirei os olhos e guardei o celular tudo num mesmo instante. Aquilo era muito estranho e inquietante ao mesmo tempo, me deixava aflito e de alguma forma, querendo mais.
Por acaso seria um jogo do vovô? Ele havia feito de propósito? Ou seria apenas mera coincidência?
- Argh! - grunhi sem respostas. Eu parecia um animal indomável aquela manhã.
Desci as escadas sem ânimo algum e fui até a cozinha comer algo. As empregadas sequer falaram comigo e apenas me ofereceram coisas em silêncio. Agradeci também em silêncio.
- Filho? - ouvi vovô chamar. Ergui as sobrancelhas. Não sabia que ele estava em casa pois sempre costumava sair cedo pra qualquer lugar. Mais então ele apareceu na porta.
- Você têm visita - falou. Sua voz não estava feliz e então percebi do que se tratava. De quem se tratava.
- Tudo bem - respondi e fui até a sala onde Elizabeth estava esperando como eu previra.
- Ah, oi Nick.
- O que faz aqui? - perguntei sem rodeios. Seus olhos castanhos se abriram. Fazia um tempo que não estávamos bem de qualquer jeito.
- Quanta grosseria com sua namorada! - ela exclamou mas não estava brava. Suspirei. Não deveria descontar as coisas nos outros. Por mais que merecessem as vezes.
- Você deveria ter me avisado, só isso. - sentei ao seu lado no sofá.
- Desculpe. É que eu queria lhe fazer uma surpresa.
- Fale.
Ela sorriu um pouco e abriu a bolsa rosa, que estava em seu colo, de dentro tirou um envelope branco, lacrado.
- Ingressos! - ela deu um gritinho - E são de camarote!
- Para...?
- O show oras! - agora ela parecia um pouco irritada de verdade - Dos Stokler! Como pôde esquecer?
Pisquei. Eu ainda sequer lembrava.
- Eu não vou.
- O quê? Como não? É sábado Nicolas! Sábado a noite!
- Eu não vou - repeti - Vou ficar em casa.
- O que diabos vai fazer numa noite de sábado sozinho nessa jaula com àquele velho?!
Olhei para ela. De todas as vezes quer ela ultrapassara os limites essa havia sido a maior de todas. Como pôde ofender meu avô? Eu respirei e respirei... calma Nicholas...
- Vá embora daqui! - ordenei.
- Eu... Não quis dizer isso...
- Vá. Embora. Daqui. - me levantei.
- Nick...
- AGORA!
Ela parecia assustada e praticamente correu para fora da casa em desespero. Respirei fundo para controlar a vontade de socar e destruir tudo ao meu redor.
Eu odiava pessoas como ela. Não sabia porque ainda havia a aturado por tanto tempo dizendo que éramos namorados. Apenas pra ser melhor que os outros.Argh.
- Tudo bem filho?
Não ouso olhar para meu avô, não com raiva e ódio emanando de cada célula do meu ser.
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Um Amor Cristão
Ficção AdolescenteNicolas é jovem, bonito, rico e cercado de pessoas que se dizem amigos, porém, apesar de ter tudo que deseja, há um vazio em seu peito, um buraco que lhe consome aos poucos. Era algo que ia além do que seu dinheiro podia curar. Seu avô era o único m...