O Jogo Do Amor - Livro III

Capítulo 6

Melissa

-Melissa, eu espero que não tenham homens nessa despedida. - Daniel estava insuportável com essa ideia de homem na minha despedida.
-O engraçado é que na sua despedida teve strippers.
-Não porque eu quis. - deu de ombros.
-Daniel, vai ver seu jogo e me esquece. - falei irritada.
-Você vai voltar que horas?
-Vou voltar a hora que eu quiser. - respondi séria.
-Melissa, não me faça ir atrás de você. - me provocou e eu revirei os olhos.
-Faça exatamente igual eu fiz, me espere dormindo. - dei um beijo casto. - Se você não curtiu a sua despedida, eu vou curtir a minha. - pisquei e saí rápido do apartamento, antes que ele viesse atrás.
A limusine que eu tinha contratado já me esperava e as minhas amigas também. Na verdade seria eu, Gabi, Rosie e Giovani.
-Aproveitar o Rio de Janeiro como solteira, pela última vez. Quem me acompanha? - todos riram e comemoraram. Entrei e começamos a festa.
-Com muitos homens para nossa alegria. - Gabi anunciou e eu ri. Daniel morreria se soubesse.

[...]

Estávamos em uma boate maravilhosa. Homens circulavam por todo o lado, nenhum comparado ao Daniel.
-Menina, os meus hormônios atacados e esses homens passando. Edu que me desculpe, mas está tão difícil controlar e não olhar. - Gabi se abanou o que fez todos nós rimos.
-Tá difícil mesmo. - comentei.
-Amigas, olhar não mata. - Rosie passou a mão na barriga de um dos homens. - Eu posso passar a mão a vontade. - acrescentou com um sorriso malicioso.
-Meu Deus! - Giovani falou e eu sorri.
-Temos uma noiva aqui hoje? - um homem maravilhoso mascarado apareceu. Sua voz fez meu corpo arrepiar inteiro. - Pediram para levar ela para uma surpresa, aqui todas as noivas tem uma surpresa.
-A surpresa envolve homens?
-A noivinha quer?
-Não, mas vamos lá ver o que é. - olhei para as minhas amigas e todas estavam com sorrisos enormes no rosto.
-Aproveite. - os três falaram me fazendo revirar os olhos.
Segurei na mão do homem mascarado que me encaminhou a um corredor extenso e escuro.
-Está preparada? - perguntou e eu concordei com a cabeça. - Bem-vinda a sua despedida. - abriu a porta. Eu entrei com receio, mas não me intimidei
Crazy in love começou a tocar e eu respirei fundo. Essa música era a mesma que usei para esquentar o clima com Daniel no dia do ensaio de lingerie. Vi uma sombra se aproximar e uma luz bem fraca se acender. Conhecia aquelas tatuagens melhor que ninguém. Daniel estava uma perdição. Apenas de calça preta e a mesma máscara do nosso "primeiro encontro".
-Dani... - seu nome saiu como um gemido da minha boca.
-Shii. - ele se aproximou e colou nossos corpos. - Hoje eu não sou o Dani, sou apenas um cara mascarado de uma boate que está pronto para te enlouquecer. - sussurrou no meu ouvido.
-Isso é errado, afinal eu sou noiva. Não posso trair meu noivo com um desconhecido. - brinquei e ele me deu um sorriso disfarçado.
-Digamos que ele liberou essa traição. - beijou meu pescoço.
-Ah, é? Então, vamos aproveitar. - coloquei meus braços sobre seus ombros e ele riu enlaçando minhas pernas na sua cintura.
-Quero relembrar nossa noite quente em um hotel maravilhoso. - cheirou meu pescoço e começou a caminhar em direção a algum lugar. - Vai ser a melhor despedida de solteiro que alguém poderia desejar. - acrescentou e jogou nossos corpos contra a parede me beijando ferozmente.
-Ahhhh. - gemi enquanto ele subia a mão pela minha perna. Eu estava de saia, então era fácil para ele explorar meu corpo. Em questões de segundos ele rasgou minha calcinha e abriu a lateral da minha saia. Tiramos aquela peça que não serviria para nada.
-Você é tão gostosa. - disse apertando minha coxa. Respirei fundo e puxei seus cabelos levemente. Abri os botões da minha blusa e fiquei apenas de sutiã e salto. Ele me colocou no chão novamente. - Tira o sutiã. - ordenou e eu assim fiz.
-Tira o salto também? - perguntei.
-Não. - ele segurou na minha mão e me levou para o banheiro. Ligou o chuveiro e veio na minha direção. Me pegou com agressividade, coisa que eu adorava. Me pegou no colo e foi direto para debaixo d'água. - Amanhã quando você andar, cada pedaço do seu corpo vai lembrar que eu estive aqui dentro. - sussurrou no meu ouvido me fazendo ficar totalmente molhada. - E que sempre vai ser eu.
-Para o resto das nossas vidas. - acrescentei com a voz rouca e ele rosnou baixo alguma coisa. Ouvi o zíper da sua calça abrir e logo senti seu membro na minha entrada.
-É assim que você me deixa. - passou seu membro pela minha entrada. - Só você me deixa assim, Mel. - acrescentou e entrou em mim.
Nossos corpos se chocavam com ferocidade. A nossa química era única.
-Amo estar assim dentro de você. - sussurrou tão baixo que fiquei com medo de ser coisa da minha cabeça.
Estávamos perdidos um no outro. Éramos somente corpo, desejo, amor e tesão. Muito tesão.

[...]

Depois daquela bela despedida, eu e Daniel fomos para casa aproveitar o resto da noite. Mas só em lembrar eu fico excitada. Sorri e deixei esse pensamentos de lado. Eu tinha que terminar de organizar tudo na Belinque's. Quando voltasse da lua de mel, eu teria um desfile para enfrentar.
-Melissa? - Giovani me chamou. Olhei para sua mão e tinha um copo de café. O cheiro invadiu meu nariz e me deixou enjoada. Corri para o banheiro e coloquei o meu café da manhã inteiro pra fora.
-

Tá tudo bem? - Giovani perguntou preocupado e eu sorri sem ele ver. Não era a primeira vez que esses enjoos aconteciam. Acho que sei o que está acontecendo. 

-Tudo sim. - respondi. - Acordei enjoada.
-Deve ser a ansiedade do casamento. Já é amanhã, poderosa.
-Deve ser isso sim. - concordei. - Não vou querer mais o café não, muito obrigada.
-De nada. Se precisar de um remédio, me avise.
-Ok. - fui até a minha mesa e procurei o número da minha ginecologista. Eu tinha quase certeza que isso era um sinal. E agora iria ter a certeza.
Depois de marcar uma consulta em trinta minutos, levantei e saí sem ninguém me ver.

[...]

Já estava com a doutora em uma sala me preparando para uma ultrassonografia. Estava nervosa.
-Nervosa, Melissa?
-Sim. - respondi.
-Fique tranquila. - ela colocou um gel na minha barriga. - Tem quanto tempo que parou de tomar anticoncepcional? - perguntou.
-Tem uns 2 ou 3 meses. Não sei ao certo.
-Tudo bem. - ela passou a máquina sobre minha barriga espalhando o gel gelado. - Aqui está. - apontou com o dedo para uma sementinha. - Parabéns Melissa, você está grávida de 5 semanas. - eu olhei para ela e algumas lágrimas escaparam dos meus olhos. Meu Deus! Eu estava grávida! Daniel iria enlouquecer.
-Tem como imprimir essa imagem?
-Claro. Quer um dvd também? - perguntou e eu concordei ainda meio abobalhada pela notícia.
Daniel e eu teríamos nosso bebê. Um bebê que nem estava formado direito, mas que era tão amado, tão desejado.
-Aqui. - me entregou e eu agradeci saindo da clínica.
Meu celular tocou e eu já imaginava quem era. Peguei dentro da minha bolsa e era ele mesmo.
-Oi, amor. - atendi feliz.
-Oi, eu ia perguntar se estava tudo bem, mas seu tom de voz já me confirma isso.
-Eu to bem mesmo.
-O motivo dessa felicidade? - perguntou e eu mordi a boca me forçando a não contar. Faria uma surpresa para ele depois.
-Nosso casamento é amanhã. Precisa de outro motivo?
-Não. - respirou fundo. - As horas tão passando tão devagar. Quero que amanhã chegue logo. - acrescentou.
-Calma, bobinho! Não vou fugir de você.
-Assim espero. - falou baixo, acredito que tenha sido para si mesmo, mas eu acabei ouvindo.
-Daniel, eu te amo mais do que me amo. Não faria nada que pudesse te machucar e casar com você é tudo que eu mais quero.
-Eu sei, também amo você. Só estou nervoso.
-Fica calmo, beleza?
-Tá bom. - suspirou. - Tem algo que pode me acalmar.
-Safado! Você sabe que você só me vê amanhã, né?
-Infelizmente.
-Vai passar rápido. Vou desligar agora. Tenho que voltar para Belinque's.
-Onde você está?
-Estou na rua, vim fazer um lanche. Sair para distrair a cabeça também.
-Podia ter vindo aqui se distrair comigo.
-Você é um bobo.
-Eu sei, mas eu tava falando sério em ter vindo aqui. - ele suspirou frustado. - Eu não quero ter que dormir longe de você essa noite. - acrescentou triste.
-Daniel, é uma noite. Nada mais. Vai passar rápido e amanhã já é o grande dia.
-Promete me ligar a noite?
-Prometo. - sabia que ele estava sorrindo.
-Não esquece que eu amo você. Tchau.
-Também amo você. Tchau. - encerrei a chamada e guardei meu celular.
Peguei minha ultrassom e sorri. Minha sementinha. Passei a mão pela barriga e um sorriso idiota nasceu no meu rosto. Ninguém seria capaz de estragar essa felicidade.
-Eu já te amo tanto, sementinha. - sussurrei para que só o neném ouvisse. Foi aí que eu soltei uma gargalhada. Estou ficando doida demais. Conversando com uma sementinha que eu nem sei se pode me ouvir.

Primeira publicação: 09/11/2016