Capítulo 23

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Daniel

Com a chegada dos 9 meses de Melissa, eu não via a hora de pegar minha pequena Alícia no colo. Sabia que a nossa vida mudaria muito, mas estava disposto a essa mudança. Valeria a pena.
Melissa estava estranha, mas ela andava estranha no final da gestação por isso resolvi dormir e esperar que amanhã tudo tivesse voltado ao normal.
- DANIEL? - eu dei um pulo assustado na cama.
-O que houve? - perguntei assustado.
-Minha bolsa estourou. - Melissa falou séria e eu arregalei os olhos.
-Meu Deus! - levantei rápido e fiquei olhando para ela em choque.
-Daniel, respira. - respirei fundo. - Precisamos pegar as bolsas, elas já estão prontas. Me ajude chegar até o banheiro, preciso tomar um banho.
-Tá tá. - fiz tudo que me pediu e fui me arrumar, indo logo em seguida atrás de Melissa.
-Estou pronto!
-Você está lindo! - ela disse levantando.
-E você, com certeza, está ainda mais radiante. - segurei sua mão e nós seguimos para fora do quarto. - Está sentindo dor? - perguntei e ela negou.
-Mas sei que o pior está por vir. - eu ri e a ajudei a entrar no carro.
-É por uma boa causa. - dei um beijo rápido e saí com o carro.

[...]

-Vamos, preciso ver sua dilatação. - a médica analisava Melissa. - 9 de dilatação, já está chegando a hora. Levem a paciente pra o centro cirúrgico. - ela saiu e eu fiquei em choque. Senti minhas pernas falharem um pouco.
-Daniel, não vai desmaiar agora. - falou irritada. - Se você me abandonar agora, eu te mato. - olhei para ela assustado. A enfermeira riu e eles começaram a tirar Melissa do quarto.
-Estou aqui. - falei e vi ela respirar aliviada até uma contração atingir ela novamente.
Foi tudo tão rápido que quando dei por mim já estava com Melissa, no centro cirúrgico.
-Preciso agora que você faça força Melissa, vamos trazer a princesa Alícia ao mundo. - disse a Dra.
-Segure minha mão. - ofereci e me arrependi no mesmo momento. Ela apertou com tanta força.
-Melissa, faz força. - sabia que ela estava sentindo dor e aquilo me matava por dentro.
-Calma! - disse e vi ela me olhar irritada.
-Merda! - disse fazendo força e parecia que nada mudava.
-Melissa força, estou começando a ver o bebê.
-Ah, meu Deus! - disse gritando. Eu estava nervoso pra caramba.
-Calma! - eu disse respirando fundo. Só senti um puxão na minha mão fazendo meu rosto ir de encontro ao seu rosto.
-Calma? É sério isso? Eu estou parindo, Daniel! Tem um bebê saindo de dentro de mim e você me pede calma? Se disser isso mais uma vez, eu juro que levanto daqui e te quebro ao meio. Agora me dê sua mão e nem pense em reclamar porque a culpa é sua disso estar acontecendo comigo. - soltou irritada. Fiquei em silêncio, eu entendia que minhas palavras não estavam a ajudando e resolvi ficar em silêncio.
-Força, agora é o momento. - a médica disse e isso fez com que Melissa segurasse minha mão com força. Eu tinha certeza que minha mão estaria com alguma fratura depois de hoje.
Foram momentos de tensão e logo em seguida o choro da Alícia invadiu o ambiente.
-Nasceu! - falei emocionado. Era impossível não segurar a emoção. Observei a Dra. me mostrar a bebê ainda suja e a emoção foi enorme.
-Papai, venha segurar seu bebê. - ouvi alguém dizer e soltei minha mão rápido e peguei aquele pequeno embrulho nos braços. Foi impossível não sentir amor. Era tão forte e intenso! Como posso amar alguém de forma tão intensa e verdadeira?
Um sorriso nasceu nos meus lábios e eu despertei do meu transe.
-Essa é a sua mamãe, pequena Alícia. - coloquei ela no seu colo e vi ela derramar muitas lágrimas.
Beijei sua testa e sorri gentilmente pra mulher da minha vida segurando a pessoa mais importante.
-Você não tem noção de como estou realizado. - eu disse com lágrimas nos olhos. - Eu sempre vou te agradecer por esse presente. - fui sincero.
-Eu te amo. - falou olhando para mim. - Amo vocês dois.
-Eu amo vocês.

[...]

Estávamos observando Alícia dormir como se fôssemos dois bobos.
-Como conseguimos fazer isso? - perguntei e vi Melissa rir.
-Nosso amor fez isso. - respondeu. - Desculpa ter sido tão grossa com você?
-Tudo bem, era um momento difícil e de dor. - acariciei meu rosto. - E valeu a pena. - observei a Alícia novamente.
-Valeu sim. - suspirou e fechou os olhos por um minutos.
-Mel? - chamei.
-Estou tão cansada. - respirou fundo.
-Descansa. Estarei aqui observando vocês.
-Avisa a todo mundo. - pediu e eu concordei.
Peguei meu celular e mandei mensagem pra todos avisando sobre a chegada da neném mais linda. Todos me responderam no mesmo instante dizendo que chegariam em breve pra ver o bebê. Sorri e fiquei o resto do dia observando as mulheres da minha vida.

[...]

1 mês depois

-Calma, filha! - ouvi a voz de Melissa, ela parecia meio desesperada. Levantei meio desnorteado e fui até o quarto da nossa princesa. Alícia estava chorando de soluçar e isso já deveria ser possível ouvir da portaria do prédio.
-Ei, o que foi? - assim que Alícia ouviu minha voz seu choro cessou. Fui na direção e peguei minha pequena nos braços. - O que foi, meu amor?
-Ela mamou e não parou de chorar.
-Pode ser só cólica. Já fez uma massagem nela? - perguntei e ela negou. Melissa estava cansada, era visível. Respirei fundo. - Vá deitar, eu fico com ela.
-Tem certeza?
-Tenho, vai lá. - coloquei ela deitada no trocador e fiz uma massagem rápida. Em poucos minutos, ela já estava dormindo.
-Muito bem! Agora você vai deixar os papais dormirem. - coloquei ela no berço e saí do quarto devagar.
Assim que deitei na cama, ouvi um choro baixo.
-Mel, o que houve?
-Eu não sei cuidar dela, toda vez que tem algo errado só você consegue resolver.
-Você está cansada. - puxei ela para colar no meu corpo.
-Ela vai gostar mais de você, tenho certeza. - disse com uma voz baixa e triste.
-Melissa, ela pode gostar muito de mim porque claro tínhamos uma ligação desde da sua barriga, mas você é a mãe dela. O laço de vocês é muito mais forte que o meu e o dela.
-Por que ela parou de chorar quando ouviu sua voz?
-Não sei, talvez ela tenha visto que estava nervosa e vendo que eu estava tranquilo ela se acalmou também.
-Pode ser isso.
-Não se preocupe, agora descanse enquanto ela não acorda.
-Tá bom. - ela fechou os olhos e não demorou nem dois minutos para ela cair em um sono profundo. Sorri e fiz o mesmo que ela, sabia que em pouco tempo a Alícia acordaria e com ela toda a casa também.

[...]

Ouvi uma risada baixa e abri os olhos. Não estava preparado para cena a minha frente. Melissa estava sentada na cama brincando com Alícia.
-Bom dia, meninas. - falei.
-Bom dia, dormiu bem? - Melissa se aproximou e me deu um beijo rápido.
-Sim e você ? Conseguiu descansar?
-Sim amor, consegui. - ela me passou a Alícia. - Você fica com ela por uns minutos enquanto eu faço uma vídeo chamada com Giovani? Prometo não demorar, quero ir ao parque com ela.
-Claro, é uma prazer. - olhei pra Alícia que me observava com atenção. Seus olhos castanhos pareciam querer guardar cada detalhe do meu rosto.
-Vamos tomar um banho princesa? - perguntei e ela fez um barulho como se tivesse me respondendo. Sorri e segui para o quarto.
Tinha acabado de dar um banho nela quando fui escolher uma roupa. Estava escolhendo um vestido quando lembrei do dia que eu e Edu fomos fazer umas comprinhas. Aquele dia foi divertido e uma zona entre meninos.
-Daniel? - olhei para porta do quarto da Alícia e sorri. - O que estava pensando?

-Lembrando no dia que saí com o Edu para comprar algumas coisas da Alícia. - peguei um vestido e segui para colocar nela.
-Você está sendo um ótimo, pai. - ela apoiou a cabeça nas minhas costas enquanto eu colocava a roupa na Alícia.
-Obrigado, e você está sendo uma ótima mãe. - peguei a bebê no colo e virei na sua direção. - Como eu imaginei que seria. - beijei seus lábios rapidamente. - Preciso me arrumar pra ir pra revista.
-Me dê essa coisinha gostosa aqui. - pegou Alícia e me observou. - Vai chegar tarde?
-Não, preciso ir fazer umas fotos hoje. E você vai demorar no parque?
-Não, vou aproveitar um pouco o sol da manhã e voltar porque preciso trabalhar enquanto ela tira uma soneca antes do almoço.
-Entendi, te encontro em casa para almoçar. - beijei as duas e fui me arrumar. Depois de estar pronto, voltei para me despedir das meninas.
Quando olhei para as duas juntas me veio uma dor no coração, resolvi deixar isso de lado e seguir para revista. Quanto mais rápido eu saísse, mas rápido chegaria em casa.


Primeira publicação: 30/01/2017

O Jogo Do Amor - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora