Capítulo 18

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Melissa

Depois da briga que tive com Daniel por causa da sem graça da Lis, resolvi ir para o jantar sozinha. Não iria demorar, queria me acertar com meu marido. Não gostava de brigar e também não queria dar o braço a torcer.
-Casais brigam. - Gabi falou me passando tranquilidade.
-Daniel não é de sair pra beber, ainda mais sem Edu saber.
-JG já está com ele e disse que ele está chateado, mas está bem. - Edu me avisou e eu sorri.
-Gabi, vá dar atenção a outros convidados. Vou conversar com Giovani. - levantei de onde estava e fui na direção do Giovani. Ficamos conversando e eu acabei me distraindo, o que foi muito bom.
-Vou ao banheiro. - avisei a Giovani e saí a procura do banheiro, não conhecia a nova casa de Gabi muito bem.
Assim que o encontrei, lavei o rosto. Estava me secando quando meu celular vibrou. Número restrito de novo, abri e era um foto de Daniel com uma mulher loira em um bar.

"Homens são sempre iguais. É só ter uma briga que eles procuram outras.
Se não acredita, veja com seus próprios olhos.
Segue abaixo o endereço."

Respirei fundo e resolvi ir até esse bar.
-Preciso sair sem ninguém ver. - aproveitei que todos estavam concentrados em alguma história que Gabi contava e saí rápido.
Não levei nem 15 minutos para chegar no bar.
Antes de entrar, tive que respirar fundo. Não sabia se estava preparada para ver o que me esperava.
-Você pode me esperar aqui, por favor. - pedi para o táxi e desci.
Entrei no bar e tive a primeira decepção com Daniel. Ele estava dando confiança para aquele tipo de mulher. Eles estavam conversando animadamente, rindo muito até que ela colocou a mão na perna dele e aproximou o rosto do dele. Achei que ele tiraria na hora, mas ele deixou ela fazer um carinho e logo depois colocou a mão em cima da dela.
-Daniel? - ele olhou para o lado e seus olhos arregalaram um pouco. Meus olhos encheram de lágrima, levei minha mão a barriga e vi seus olhos acompanharem meu movimento.
-Mel, eu... - neguei com a cabeça e saí correndo bar. Entrei no táxi e passei o endereço do nosso apartamento. Não chorei, me segurei bastante pelo menos até chegar em casa.
Abri a porta do nosso apartamento e desabei. Sentei no sofá e chorei.
Não levou muito tempo e porta principal foi aberta.
-Melissa? - olhei na sua direção. - Eu posso explicar, não é nada do que está pensando. Eu não iria te trair.
-Se eu não tivesse atrapalhado aquela ceninha, com certeza agora estaria em um motel qualquer transando com aquela mulher.
-Eu não ia te trair, estava apenas conversando.
-Você deixou ela passar a mão na sua perna.
-Eu estava tirando quando você chegou. Por Deus, eu amo você. Não iria destruir a nossa família por uma transa fácil, por uma coisa de uma noite.
-Eu não sei o que pensar. - coloquei a mão na cabeça desesperada. Eu estava tão decepcionada. Parecia estar revivendo tudo que Gabriel me fez.
-Melissa. - ele se aproximou, mas eu me afastei.
-Ele não é o Gabriel. Ele não é o Gabriel. - repeti isso diversas vezes. Era a primeira vez que parecia que estava revivendo a cena do dia que descobri sobre o Gabriel, as milhões de fotos que recebi. As provas de que tudo era mentira.
-Como expresso a profundidade do meu amor por você? Ou os meus sonhos para o nosso futuro? Ou o fato de que irei lutar por você todos os dias? Ou que nossos filhos serão como pequenos super-heróis com capinhas? Palavras não expressam isso. Não fazem justiça. Elas não existem. Então, sem votos. Apenas provarei para você todos os dias pelo resto de nossas vidas. Pode contar comigo. - abri os olhos e lágrimas escorreram. Ele citou os votos do casamento. Olhei nos seus olhos e vi que estava chorando como eu.
-Melissa, eu amo você. Nenhuma mulher me faz sentir esse desejo louco. Desde daquela noite na boate não teve outra que eu desejasse tanto. Eu... Eu não sei o que me deu pra conversar com ela, eu estava irritado com toda aquela merda de hoje cedo.
-Olha, dorme na sala ou em qualquer outro lugar. Preciso descansar, preciso pensar no meu bebê e esse dia foi exaustivo demais. - respirei fundo. - Eu estou muito chateada. Esperava isso de qualquer outro, mas você era o meu homem perfeito. - limpei as lágrimas do meu rosto.
-Você ainda me ama?
-Não sei. - respondi, mas era claro que eu ainda o amava. Daniel era o amor da minha vida. - Estou muito confusa e chateada com tudo isso. - virei para subir para o quarto, foi quando senti seus braços me envolverem.
-Eu não sou esse tipo de homem, você sabe disso. Eu não seria capaz de fazer nada que te deixasse magoada.
-Você já fez. - tirei seus braços do meu corpo. - Me deixa em paz, é tudo o que eu preciso.
-Não existe outra mulher na minha vida, somente você e a nossa filha que você carrega. – falou com os olhos cheios de lágrima se aproximando de mim. Fiz um sinal com a mão para que ele parasse e segui para o quarto, eu só precisava esquecer isso.
Entrei no quarto e peguei meu celular. Acho que preciso ficar afastada por uns dias, preciso esquecer o mundo. Vou ligar para o meu pai, ele poderia me buscar amanhã. E talvez possamos ir pra casa dos meus avós amanhã.
-Jujubinha? – falou com a voz grogue de sono. – Aconteceu alguma coisa com você ou com bebê? – perguntou preocupado.
-Pai... – falei chorando. – Você pode vir me buscar amanhã, por favor? – implorei.
-Sim, querida. O que aconteceu? Você está assustando o seu velho!
-Ah, pai ... – solucei. – Acho que o Daniel me traiu – chorei. – Se ele tiver feito isso, o nosso casamento acaba! – solucei. - Porque isso tá acontecendo de novo? Será que eu nunca vou ser feliz? Por que o Daniel fez isso comigo? – perguntei sem pausa.
-Calma, jujubinha. – pediu. – Pensa no bebê, você está de 21 semanas, não pode ficar nervosa, o bebê sente tudo. – falou com a voz calma, mas com leve tom de repreensão.
-Ele não para de se mexer, desde que eu comecei a chorar. – falei fungando.
-Está vendo. – repreendeu. - Faremos o seguinte: você vai deitar e descansar. E amanhã bem cedinho, irei te buscar.
-Podemos ficar na vovó?
-Sim, tudo que quiser. Iremos conversar e tudo vai se resolver, ok?
-Ok, pai. - respirei fundo tentando me acalmar. - Te espero amanhã.
-Amo você, minha jujubinha.
-Também amo você, papai. - encerrei a ligação e deitei na cama. Eu sabia que seria impossível dormir mas tentaria pelo meu bebê. Eu pensaria mais nele agora. Fechei meus olhos e aos poucos fui caindo em um sono profundo.

O Jogo Do Amor - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora