Capítulo 22

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Dois meses depois

Melissa

Enfim, os 9 meses chegaram e com eles toda a minha ansiedade e a de Daniel também. Eu estava tão eufórica em saber que minha bebê logo estaria em meus braços. Fiquei ainda mais quando a Gabi deu a luz a pequena Helena. Era a criança mais linda do mundo e eu estava radiante em ter sido escolhida para ser madrinha da Helena.
-Melissa, já está na hora de ir embora. - Giovani entrou na minha sala e eu revirei os olhos. Tive que vir na empresa rapidamente para assinar uns papéis e deixar uns desenhos.
-Já estou indo, só estou terminando isso aqui. - terminei de ajeitar um desenho e respirei fundo. - Pronto! - peguei minha bolsa e dei um beijo rápido em Giovani.
-Passo lá essa semana pra gente conversar, se der. - Giovani falou e eu concordei.
Estava saindo da sala quando senti o mesmo incômodo de quando acordei. Respirei fundo e segui meu caminho.
Estava entrando em casa quando senti o incômodo de novo, deve ser o cansaço. Na noite passada Daniel não me deu muito descanso e eu ainda fui trabalhar hoje.
-Oi, amor. - Daniel disse assim que me viu entrar no nosso apartamento.
-Oi, Dani. - fui até ele e dei um beijo rápido.
-Como foi na Belinque's?
-Até que estava tranquilo e na revista?
-O de sempre. - sorriu.
-Então tá, vou tomar um banho e deitar um pouco. Estou com um incômodo.
-Quer ir ao hospital?
-Não, é só um incômodo.
-Ok. - sorri para ele e segui para o quarto. Tomei um banho bem relaxante e deitei.

[...]

Acordei no meio da noite com o mesmo incômodo, Daniel estava dormindo lindamente ao meu lado. Acariciei seu rosto e sorri ao ver ele fazer uma cara tão fofa.
Levantei e fui até o quarto da minha princesa. Estava tudo prontinho para a chegada dela.
Senti uma água escorrer pelas minhas pernas.
-Merda! - observei a poça se formar e respirei fundo. - DANIEL? - gritei e não ouvi nada. - DANIEL? - fui devagar até o quarto e ele continuava dormindo tranquilamente. - DANIEL? - ele deu um pulo assustado.
-O que houve?
-Minha bolsa estourou. - falei séria e ele arregalou os olhos.
-Meu Deus! - levantou rápido e ficou me olhando em choque.
-Daniel, respira. - ele respirou fundo. - Precisamos pegar as bolsas, elas já estão prontas. Me ajude chegar até o banheiro, preciso tomar um banho.
-Tá tá. - ele me ajudou a seguir até o banheiro e eu tomei um banho rápido. Ainda tínhamos tempo, dava pra fazer muita coisa. Depois que tomei um banho, coloquei um vestido e senti uma contração. Sentei na cama e esperei até ela passar.
-Estou pronto! - Daniel apareceu com as bolsas penduradas no braço e todo arrumado. Apesar de estar simples, ele estava lindo.
-Você está lindo! - disse levantando.
-E você, com certeza, está ainda mais radiante. - segurou minha mão e nós seguimos para fora do quarto. - Está sentindo dor? - perguntou e eu neguei.
-Mas sei que o pior está por vir. - ele riu e me ajudou a entrar no carro.
-É por uma boa causa. - me deu um beijo e saiu com o carro.

[...]

Horas depois

Eu não estava aguentando de tanta dor, a cada contração era uma dor insuportável. Daniel estava vermelho, agoniado e sofria a cada vez que eu tinha uma contração.
Senti mais uma contração forte e foi impossível não gritar, a Dra. entrou na sala naquele instante.
-Vamos, preciso ver sua dilatação. - ela analisou. - 9 de dilatação, já está chegando a hora. Levem a paciente pra o centro cirúrgico. - ela saiu e Daniel ficou branco de repente.
-Daniel, não vai desmaiar agora. - falei irritada. - Se você me abandonar agora, eu te mato. - ele me olhou assustado. A enfermeira riu e eles começaram a me tirar do quarto.
-Estou aqui. - ouvi sua voz e respirei aliviada, mas não por muito tempo porque outra contração me atingiu. Eu estava sentindo tanta dor que nem percebi que já estava no centro cirúrgico com Daniel ao meu lado.
-Preciso agora que você faça força, vamos trazer a princesa Alícia ao mundo. - disse a Dra.
-Segure minha mão. - Daniel me ofereceu e eu apertei com força quando a contração veio.
-Melissa, faz força. - eu fazia força e nada acontecia. Eu já estava cansada, quase 12 horas sentindo dor.
-Calma, Mel! - Dani disse e eu olhei pra ele irritada. Ele só falava isso e aquilo me irritava mais.
-Merda! - disse fazendo força e parecia que nada mudava.
-Melissa força, estou começando a ver o bebê.
-Ah, meu Deus! - disse gritando. Era tanta dor.
-Calma! - Dani disse respirando fundo. Não pensei muito, puxei sua mão fazendo seu rosto vir de encontro ao meu.
-Calma? É sério isso? Eu estou parindo, Daniel! Tem um bebê saindo de dentro de mim e você me pede calma? Se disser isso mais uma vez, eu juro que levanto daqui e te quebro ao meio. Agora me dê sua mão e nem pense em reclamar porque a culpa é sua disso estar acontecendo comigo. - soltei irritada. Todos da sala ficaram me olhando assutados.
-Força, agora é o momento. - a médica me despertou e eu segurei a mão de Daniel e fiz uma força enorme. Se essa criança não saísse agora, eu iria pra casa e ela ia ficar aqui dentro.
Senti um alívio e logo em seguida o choro da Alícia, foi impossível não respirar aliviada e sentir lágrimas escorrerem pelos meus olhos.
-Nasceu! - Daniel disse emocionado.
-Papai, venha segurar seu bebê. - ouvi alguém dizer e Daniel soltou minha mão rápido e voltou segundos depois com um embrulho rosa no seu braço. Ele ficou segurando aquele pacotinho por um tempo, parecia estar lembrando de alguma coisa. Um sorriso nasceu nos seus lábios e ele me olhou.
-Essa é a sua mamãe, pequena Alícia. - colocou ela no meu colo e eu não segurei a emoção. Era o sentimento mais inexplicável do mundo, eu não sabia descrever só sentir.
Daniel me deu um beijo na testa e sorriu gentilmente pra mim.
-Você não tem noção de como estou realizado. - ele disse com lágrimas nos olhos. - Eu sempre vou te agradecer por esse presente.
-Eu te amo. - falei olhando para ele. - Amo vocês dois.
-Eu amo vocês.

[...]

Estava observando Alícia dormir, ela estava deitada na minha cama do hospital enquanto eu e Daniel ficávamos babando por ela.
-Como conseguimos fazer isso? - perguntou Daniel e eu ri.
-Nosso amor fez isso. - respondi. - Desculpa ter sido tão grossa com você?
-Tudo bem, era um momento difícil e de dor. - acariciou meu rosto. - E valeu a pena. - observou a Alícia.
-Valeu sim.

Primeira publicação: 23/01/2017

O Jogo Do Amor - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora