Capítulo 24

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Daniel

Entrei no nosso apartamento e achei estranho o silêncio que estava. Será que as meninas estão dormindo? Geralmente esse horário a Alícia está acordada.
Fui até o nosso quarto e Melissa dormia tão profundamente que aquilo me pareceu estranho. Ela só dormia assim quando estava grávida.
-Mel? - chamei e ela não se moveu. Isso é estranho! Fui até o quarto da minha princesa e não encontrei ela no berço.
-Meu Deus! - corri até o carrinho que estava na sala e nada. - Cadê minha filha? - voltei até o quarto e sacudi Melissa. - Melissa? Acorda! - inferno! Depois de alguns longos minutos, ela abriu os olhos ainda meio atordoada.
-O quê?
-Cadê a Alícia? - perguntei desesperado, ela fechou os olhos novamente e respirou fundo. - Melissa, me responda! - falei firme.
-Eu... Eu... não sei. - respondeu confusa.
-Como assim você não sabe? - perguntei nervoso.
-Eu to tonta. - falou e eu reparei que ela não estava bem.
-O que fizeram com você? - peguei ela e levei até o banheiro. Lavei seu rosto e percebi que estava se sentindo mal. Sentei ela perto da privada e esperei até colocar o que não tinha pra fora.
-Ai Meu Deus! - falou depois de alguns minutos em silêncio. - Gabriel!
-O que tem seu ex? Eu quero saber aonde está nossa filha?
-Ele levou ela. Ele entrou aqui. Ele é o JG.
-Que? - perguntei achando aquilo um absurdo.
-O nome do meu ex é João Gabriel, achei que fosse só uma mera coincidência quando me disse que tinha conhecido o JG e deixei pra lá. Quando cheguei do parque, eu tomei um copo de suco e voltei pra pegar nossa filha. Ele saiu da varanda e me falou coisas e me bateu, senti que estava ficando mole e quando percebi ele estava me colocando na nossa cama. - respirou fundo. Foi só então que reparei que seu queixo estava com uma marca e seu rosto marcado por um tapa.
-Filha da puta! - levantei Melissa do chão. - Ele te dopou e sequestrou a nossa filha. - carreguei ela até a cama. Ela ainda estava fraca.
-Daniel, não me deita de novo. Eu perdi nossa filha, ela está correndo perigo.
-Eu vou ligar para aquele desgraçado, sou capaz de matar ele. - peguei meu celular e disquei o número de JG.
-Até que demorou pra ligar, Daniel Belmonte.
-O que você quer?
-Eu quero o que é meu por direito, Melissa é minha e essa criança é minha filha com ela.
-Você enlouqueceu. Não encoste um dedo na minha filha.
-Eu não machucaria minha filha, ela está segura comigo.
-Me diz um preço? Eu pago o que for, eu faço o que quiser. Só me devolva a minha filha.
-Eu quero a Melissa.
-O que ele disse? - Melissa perguntou e eu respirei fundo. Olhei pra minha esposa por um minuto e fechei os olhos.
-A Melissa é minha! - falei firme.
-Então, nunca mais vai ver sua filha!
-Eu vou, é isso que ele quer? Eu vou! - disse e sua voz demonstrava tanto medo.
-Ok. - disse em sussurro.
-Ótimo, entro em contato em breve. Quero que Melissa venha até mim. - encerrou a ligação e eu disquei um número de um conhecido meu que é um policial envolvido com umas paradas por fora.
-Belmonte, quanto tempo! - Leon atendeu surpreso.
-Cara, preciso de um favor. - Melissa me olhou sem atender.
-Claro, o que quiser.
-Minha filha foi sequestrada. O ex da minha esposa a sequestrou, mas já entrou em contato. Pago quanto quiser, só quero minha filha em casa.
-Estou indo ao seu apartamento, vou levar uma equipe. Ainda mora no mesmo lugar?
-Sim, estou esperando. E obrigado!
-Sabe que pode contar comigo! - encerrei a ligação e fui até Melissa.
-Ele vai machucar nossa bebê? - perguntou chorosa e eu a abracei.
-Não vai não, ele acha que ela é o bebê dele. - respirei fundo. - Acho que ele não vai fazer nada de mal para um bebê.
-Ele é perigoso.
-Ele quer você, ele quer que você vá buscar a bebê. Eu sei que não vai voltar, se você for.
-Ele vai me matar?
-Não, provavelmente ele só vai querer te manter presa. - beijei o topo da sua cabeça. - Como ele conseguiu entrar no nosso apartamento?
-Ele disse que você dava muito mole com a sua chave. - respondeu.
-Eu era um idiota, deixei ele entrar nas nossas vidas e saber tudo sobre nós. Ele falou comigo hoje cedo, contei que estaria no parque e ele disse que viria aqui a tarde pra poder conhecer a nossa filha.
-Ah, Daniel! Eu quero a nossa filha de volta nos meus braços! - ela se rendeu a o choro e eu tive que me manter firme pra poder ajudar.
Ouvimos o barulho da campainha.
-Ele vai nos ajudar! - disse e ela concordou. Levantamos e seguimos para atender a porta.

O Jogo Do Amor - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora