Capítulo 09

4 1 0
                                    

Romeu

Todo o meu corpo estava eletrizado. Deus, eu deixei toda a minha máscara cair na porra de um momento de tesão! Eu sei que a um dia atrás estaria furioso comigo mesmo por isso, mas lembrar do seu olhar confuso, sua voz excitada e seu toque fazia com que qualquer arrependimento fosse por água a baixo. Certo que eu ainda não havia mudado de ideia em relação sobre ser um completo erro me deixar envolver por ela, mas mesmo que no fim tudo acabe, eu não conseguia parar agora que estava tão perto de me afogar em Alice. Quando a hora chegasse eu estaria pronto, não seria algo que eu já não estivesse acostumado, ficar sozinho, mas eu tinha que deixar claro para ela que nada passaria disso, mesmo que eu já soubesse como seria o final da nossa história, não poderia deixá-la se enganar com um romance que não existia. Eu tinha a necessidade de tê-la, nada mais que isso, e pela forma que ela se entregou senti também me queria. Porra, sei que eu não era o Romeu que ela achava conhecer, ninguém conhecia ele, mas uma parte de min acreditou enquanto ela se agarrava mais em meus quadris que ela via além da máscara e eu me expus, só não faço ideia do quanto ela enxergou, com certeza o meu desejo era mais do que evidente, mas será que ela via o quanto eu precisava dela pelo menos agora, enquanto estamos ali naquele mundo só nosso?

Balançando a cabeça como um lunático voltei a minha concentração para o que o Ling falava. Ele dava diversas instituições para toda a equipe, e quando chamou meu nome e o dela para irmos ao palco ela ainda não estava aqui.

- Romeu, você sabe da Alice?

Toda a turma me olhava com expectativa, principalmente sua amiga a Natalie, esperava por minha resposta na qual foi apenas um dar de ombros como se eu não desse a mínima para Alice, quando na verdade eu sabia que ela estava com ele, mas depois daquele beijo não senti o mesmo desconforto quando ele nos encontrou aqui mais cedo.

- Estou aqui, desculpa o atraso. – Todos viraram rapidamente bem a tempo de ver Alice entrando pela porta parecendo muito bem, e merda, com as bochechas vermelhas e eu fiquei me perguntando o que havia causado aquilo.

Sorrindo ela correu até o palco e logo atrás vi Julian com suas mãos nos bolsos me sorrindo zombeteiro.

- Meu amigo veio assistir, não tem nenhum problema, certo? - Ela perguntou a nosso professor que descaradamente já analisava Julian dos pés à cabeça como se ele fosse sua nova presa.

- Adoro ver rostos bonitos. Venha bonitão, fique ao meu lado enquanto apreciamos ao show.

Sem qualquer relutância o rapaz se juntou ao nosso professor que logo fez sinal para nos prepararmos. E assim como vinha ocorrendo muito frequentemente enquanto ele falava a cena que faríamos eu só conseguia olha-la, não faço ideia o que havia nela de tão fascinante. Já vi e até fiquei com mulher bem mais bonitas, mas ainda sim seus olhos tinham a força de me prender nela. Assim, quando ela se moveu para ir ao seu lugar mais uma vez na sacada improvisada seu sorriso já não estava lá e ela me olhava confusa.

- Odeio quando me olha assim. Eu não faço ideia o que significa. - Ela sussurrou enquanto passava ao meu lado e antes que eu me virasse para incorporar o personagem lhe respondi igualmente em um sussurro.

- E eu odeio não ser capaz de parar de olhar você.

Depois dessa rápida troca de palavras eu já me esforçava a esquecer nosso real drama, porém quando meus olhos se prenderam aos seus vi que ela vacilava, e eu sabia que não era por falta de confiança, mas minhas palavras que a fizeram tremer como seus olhos faziam comigo, e mesmo que isso me fizesse sentir bem, eu seria o maior dos cretinos por deixa-la se envolver mais do que fisicamente comigo, eu já me reergui depois de muita coisa, mas não iria suportar a ver se ferir por mim.

Por isso pela primeira vez em toda minha vida eu me vi atuando roboticamente, contudo eu era bom o bastante para somente eu perceber meu desleixo, e assim que demos por encerrada a cena eu não via a hora de ir embora. Precisava ficar longe dela para pensar. Mas para meu azar, no momento que enfim consegui me afastar dos meus colegas e fugir do meu professor e me sentir livre de todos ao ar livre do lado de fora do teatro uma voz já conhecida e odiada surgiu atrás de mim.

- Romeu, certo? - Julian vinha com o seu já conhecido sorriso debochado que tanto me irritava.

- O que quer?

- Hum. Receptivo. Isso é um bom sinal. - Me analisando ele parou a minha frente e então seu sorriso deu lugar a um olhar serio de deixar sua mandíbula quadrada dura e tensa.

- O que você quer com a Alice? - Rindo sem humor olhei firmemente para ele, e sim ele estava falando sério.

- Você não passa de um amigo pelo o que ela me disse, então por que isso seria da sua conta?

- Porque eu cuido de quem eu amo.

- A pegue para você então. Eu não quero nada com ela. - Trincando os dentes dei um passo à frente, mas sua mão me parou segurando meu ombro. - Faria o favor de me soltar?

- Claro camarada. - Rindo ele ergueu as mãos me fazendo arquear as sobrancelhas. - Olha, eu não a amo assim. Não precisa ficar nervosinho.

- Eu não estou nervoso.

- Claro que não. - mais uma vez ele riu depois de passar a mão nos cabelos. - Eu só não quero minha amiga chorando, isso até pode acontecer pouco, mas quando ela chora, todo o mundo chora com ela. E não queremos isso, certo?

- Eu não a farei chorar.

- Bom. Mas você quer fazer algo com ela?

- Por que realmente eu deveria te responder? - Sorrindo ele andou até parar ao meu lado e sussurrou.

- Porque você não é tão mau como mostra, eu vi como a olha, e mesmo com todos os outros namorados que ela teve, nenhum a olhava assim. E sabe, eu gosto de pessoas sinceras, se você me contar a verdade eu posso te ajudar.

- Não preciso da ajuda de ninguém, muito menos a sua. Eu não quero a Alice. - Menti e claro ele havia percebido pois sorria com diversão.

- Só lhe darei um aviso. Se ela chorar eu acabo com seu rostinho bonito, e nem com todo o talento do mundo alguém vai querê-lo em uma peça, a menos que seja no Fantasma da Ópera.

- Você... - ele me calou tocando meus lábios com a ponta dos dedos.

- Apenas seja bonzinho, como eu sei que no fundo você pode ser. - E assim sem mais nem menos ele se afastou com uma última piscadela que me deixara mais calado que suas palavras.

Quem esse cara pensa que é?BrblCSBTѵ

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 01, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Sob os Holofotes do Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora