capitulo 22- Tapa na cara e discussões.

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            Gabriel narrando

Subi ao quarto de Emily para conversar, mas ela praticamente me expulsou . Fiquei observando-a por um tempo. Sei que errei,mas me arrependo muito.

Suas palavras ecoavam: "Eu pensava que te amava, mas agora sinto apenas nojo e raiva. Você tirou minha virgindade, mas não significa que tenho que te amar.

A dor foi intensa. Meu peito ardia, o vazio era insuportável. Minha visão escureceu, meu corpo tremeu. Precisava sair dali. Não queria machuca-la mais.

Saí correndo do quarto, desci as escadas e encontrei Bruno, nervoso.

__Porra, maluco!

Sentei-me  no sofá, tentando recuperar o fôlego.

__Manda mais uma desgraça, eu já tô fudido mesmo.

Bruno me olhou, parecendo se acalmar.

__Vai começar tudo de novo!__ Ele murmurou, abaixando a cabeça e sentando-se ao meu lado.

Depois de deixar nossa cidade natal, o Bruno e eu resolvemos recomeçar em São Paulo. Mas, nosso passado violento nos perseguia. Uma briga com alguns valentões nos levou a conhecer Dominic, nosso chefe.

Nosso destino mudou, mas o pesadelo persistia. Contraí uma dívida com Dominic, agora precisamos pagar.

A vingança dos inimigos nos levou a uma fuga desesperada. Tiros, porradas e mortes. Paulão  nosso inimigo, ainda está à solta.

Agora, estou escondido na proteção do pai do Bruno. Ele sabe, mas Emily, não. Se ela descobrir... Será mais uma traição. Sinto-me uma merda.

__Porra, mano, será que nunca vamos nos livrar disso?

Bruno refletiu antes de falar..

__ Tem um jeito de acabar com tudo isso.

Intrigado, eu pressionei.

__Fala, mano!

Bruno se levantou, limpou a garganta.

__Temos que matar o Paulão... e o Dominic.__ Disse.

__Isso é loucura!__eu disse.

Bruno fez um gesto de determinação.

__É a única saída.

__ Tá louco, mano! O Dominic é poderoso e nos ajudou. Isso é suicídio!

Bruno se aproximou, olhar intenso.

__Se não eliminarmos ele, a dívida nunca acaba. E você nunca terá chance com Emily.

A realidade me atingiu. "E se ela descobrir? Eu, um assassino... e ela, uma princesa. Não Rola.

__ Não me importo mais.__ Bruno pareceu surpreso.

__Eu me importo com minha família.  E se ele vir atrás da minha irmã? Ou se for até nossas mães?

__ Porra,mano!

Nós dois nos calamos, perdidos em pensamentos. Bruno se deitou em um sofá, enquanto eu o fiz em outro, cercados pelo silêncio.

             Emily narrando

Depois que Gabriel saiu, tudo pareceu ainda mais vazio. Minhas palavras ecoavam, cheias de amargura. Não consigo acreditar no que disse á ele . Eu gosto tanto deles , mas eles me enganaram, me humilharam e agora vêm pedir desculpas?

      Foda-se todos eles!

Desci as escadas e encontrei Bruno e Gabriel dormindo no sofá. Sorri, lembrando-me dos baldinho de tinta restantes da reforma. Não resisti.

Joguei a tinta neles. Bruno e Gabriel acordaram gritando.

__AH, SUA FILHA DE...__ Bruno grita nervoso.

Ele parou ao ver Mari, surpresa com a cena. Gabriel, igualmente perplexo, olhava para mim.

Eu apenas sorri.

Mari: Você estragou todo o sofá Emily.__ Diz com a mão cobrindo a boca.

__Tá louca, garota!__ Gabriel perguntou me olhando.

Eu sorria, admirando a cara pintada deles.

__Não é hora de dormir, paspalhões! Pode deixar Mari,eu Limpo o chão e peço outro sofá.

Bruno, irritado, se aproximou. Meu sorriso some,na medida que ele chega.

Anderson intervém, segurando Bruno.

__Ei, calma!__ Diz Anderson.

__Sai da minha frente, Anderson! Vou mostrar quem sou de verdade para essa mimada!"

__Nela você não encosta um dedo, Bruno!

Bruno sorriu sinistramente.

__Então vou passar por cima de você primeiro!

Ele agarrou o braço de Anderson, intensificando a tensão.

     Para que eu ainda invento essas façanhas?

Quando tentei correr, Bruno agarrou meus cabelos, puxando-me para trás.

__Ai! Me solta, você tá me machucando!__ Gritei, chorando.

__Solta ela agora, Bruno!__ Mari interveio Brava.

Mas ele não ouviu. Bruno acerta um  tapa leve no meu  rosto, mas a dor foi profunda, no coração, na alma.

Ouvi o barulho de Gabriel empurrando Bruno. Tudo escureceu. Perdi os sentidos.

Acordo tonta, mas rapidamente recupero a consciência. Lembro-me dos eventos recentes e uma lágrima escorre pelo meu rosto ao pensar no Bruno.

Mari entra com um sorriso fraco.

__O que foi, Mari?__pergunto, intrigada.

__Deixa pra lá...__ responde ela, hesitante.

__Não, fala!__insisto.

Mari suspira.

__Seu pai e o Bruno estão brigando lá embaixo.

Levanto-me correndo, ainda tonta, e desço as escadas. Encontro meu pai e o Bruno gritando, enquanto Gabriel observa sentado.

___Eu não admito você bater na MINHA filha novamente! Entendido?__ Meu pai brada.

__Você duvida? Ela é mimada e inconsequente porque você ensinou ela assim. Tá vendo isso aí,sofá novo? Ela acabou com o outro jogando tinta em mim e no Gabriel. Você acha mesmo que ela não mereceu?__ Bruno pergunta.

Bruno olhou para mim, e sua expressão mudou.

__Não me desafia, garoto!

Meu pai acertou um soco no Bruno, que reagiu com olhar feroz e sangue nos olhos.

Tomada por uma mistura de medo e reflexão, decidi assumir meus próprios erros. Como posso cobrar decência dos outros se não consigo ser decente eu mesma?

__ Pai, eu errei, fui inconsequente. Não quero que brigue por isso.

__Vai para seu quarto, Emily__disse ele, sem olhar para mim.

Senti uma pontada no coração; ele nem me chamou de "Princesa" ou "Emy". Ele tá bravo.

__Só se você for para o  seu.__Ele suspirou e subiu as escadas.

Fui à cozinha buscar água. Ao voltar, Gabriel havia sumido. Bruno me encarou, frio.

Subi as escadas apressada. Mal fechei a porta, Bruno a abriu.

__Não me toque!__ Digo tremendo de medo, lágrimas nos olhos.

__Desculpa, baixinha. Eu não quis te machucar.

Ele saiu do quarto, deixando-me em silêncio.

Que dia cheio!

Deito-me na cama, exausta, e adormeci, cercada por emoções conflitantes.

......
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Minha primeira vez em tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora