Gabriel narrando
Subi ao quarto de Emily para conversar, mas ela praticamente me expulsou . Fiquei observando-a por um tempo. Sei que errei,mas me arrependo muito.
Suas palavras ecoavam: "Eu pensava que te amava, mas agora sinto apenas nojo e raiva. Você tirou minha virgindade, mas não significa que tenho que te amar.
A dor foi intensa. Meu peito ardia, o vazio era insuportável. Minha visão escureceu, meu corpo tremeu. Precisava sair dali. Não queria machuca-la mais.
Saí correndo do quarto, desci as escadas e encontrei Bruno, nervoso.
__Porra, maluco!
Sentei-me no sofá, tentando recuperar o fôlego.
__Manda mais uma desgraça, eu já tô fudido mesmo.
Bruno me olhou, parecendo se acalmar.
__Vai começar tudo de novo!__ Ele murmurou, abaixando a cabeça e sentando-se ao meu lado.
Depois de deixar nossa cidade natal, o Bruno e eu resolvemos recomeçar em São Paulo. Mas, nosso passado violento nos perseguia. Uma briga com alguns valentões nos levou a conhecer Dominic, nosso chefe.
Nosso destino mudou, mas o pesadelo persistia. Contraí uma dívida com Dominic, agora precisamos pagar.
A vingança dos inimigos nos levou a uma fuga desesperada. Tiros, porradas e mortes. Paulão nosso inimigo, ainda está à solta.
Agora, estou escondido na proteção do pai do Bruno. Ele sabe, mas Emily, não. Se ela descobrir... Será mais uma traição. Sinto-me uma merda.
__Porra, mano, será que nunca vamos nos livrar disso?
Bruno refletiu antes de falar..
__ Tem um jeito de acabar com tudo isso.
Intrigado, eu pressionei.
__Fala, mano!
Bruno se levantou, limpou a garganta.
__Temos que matar o Paulão... e o Dominic.__ Disse.
__Isso é loucura!__eu disse.
Bruno fez um gesto de determinação.
__É a única saída.
__ Tá louco, mano! O Dominic é poderoso e nos ajudou. Isso é suicídio!
Bruno se aproximou, olhar intenso.
__Se não eliminarmos ele, a dívida nunca acaba. E você nunca terá chance com Emily.
A realidade me atingiu. "E se ela descobrir? Eu, um assassino... e ela, uma princesa. Não Rola.
__ Não me importo mais.__ Bruno pareceu surpreso.
__Eu me importo com minha família. E se ele vir atrás da minha irmã? Ou se for até nossas mães?
__ Porra,mano!
Nós dois nos calamos, perdidos em pensamentos. Bruno se deitou em um sofá, enquanto eu o fiz em outro, cercados pelo silêncio.
Emily narrando
Depois que Gabriel saiu, tudo pareceu ainda mais vazio. Minhas palavras ecoavam, cheias de amargura. Não consigo acreditar no que disse á ele . Eu gosto tanto deles , mas eles me enganaram, me humilharam e agora vêm pedir desculpas?
Foda-se todos eles!
Desci as escadas e encontrei Bruno e Gabriel dormindo no sofá. Sorri, lembrando-me dos baldinho de tinta restantes da reforma. Não resisti.
Joguei a tinta neles. Bruno e Gabriel acordaram gritando.
__AH, SUA FILHA DE...__ Bruno grita nervoso.
Ele parou ao ver Mari, surpresa com a cena. Gabriel, igualmente perplexo, olhava para mim.
Eu apenas sorri.
Mari: Você estragou todo o sofá Emily.__ Diz com a mão cobrindo a boca.
__Tá louca, garota!__ Gabriel perguntou me olhando.
Eu sorria, admirando a cara pintada deles.
__Não é hora de dormir, paspalhões! Pode deixar Mari,eu Limpo o chão e peço outro sofá.
Bruno, irritado, se aproximou. Meu sorriso some,na medida que ele chega.
Anderson intervém, segurando Bruno.
__Ei, calma!__ Diz Anderson.
__Sai da minha frente, Anderson! Vou mostrar quem sou de verdade para essa mimada!"
__Nela você não encosta um dedo, Bruno!
Bruno sorriu sinistramente.
__Então vou passar por cima de você primeiro!
Ele agarrou o braço de Anderson, intensificando a tensão.
Para que eu ainda invento essas façanhas?
Quando tentei correr, Bruno agarrou meus cabelos, puxando-me para trás.
__Ai! Me solta, você tá me machucando!__ Gritei, chorando.
__Solta ela agora, Bruno!__ Mari interveio Brava.
Mas ele não ouviu. Bruno acerta um tapa leve no meu rosto, mas a dor foi profunda, no coração, na alma.
Ouvi o barulho de Gabriel empurrando Bruno. Tudo escureceu. Perdi os sentidos.
Acordo tonta, mas rapidamente recupero a consciência. Lembro-me dos eventos recentes e uma lágrima escorre pelo meu rosto ao pensar no Bruno.
Mari entra com um sorriso fraco.
__O que foi, Mari?__pergunto, intrigada.
__Deixa pra lá...__ responde ela, hesitante.
__Não, fala!__insisto.
Mari suspira.
__Seu pai e o Bruno estão brigando lá embaixo.
Levanto-me correndo, ainda tonta, e desço as escadas. Encontro meu pai e o Bruno gritando, enquanto Gabriel observa sentado.
___Eu não admito você bater na MINHA filha novamente! Entendido?__ Meu pai brada.
__Você duvida? Ela é mimada e inconsequente porque você ensinou ela assim. Tá vendo isso aí,sofá novo? Ela acabou com o outro jogando tinta em mim e no Gabriel. Você acha mesmo que ela não mereceu?__ Bruno pergunta.
Bruno olhou para mim, e sua expressão mudou.
__Não me desafia, garoto!
Meu pai acertou um soco no Bruno, que reagiu com olhar feroz e sangue nos olhos.
Tomada por uma mistura de medo e reflexão, decidi assumir meus próprios erros. Como posso cobrar decência dos outros se não consigo ser decente eu mesma?
__ Pai, eu errei, fui inconsequente. Não quero que brigue por isso.
__Vai para seu quarto, Emily__disse ele, sem olhar para mim.
Senti uma pontada no coração; ele nem me chamou de "Princesa" ou "Emy". Ele tá bravo.
__Só se você for para o seu.__Ele suspirou e subiu as escadas.
Fui à cozinha buscar água. Ao voltar, Gabriel havia sumido. Bruno me encarou, frio.
Subi as escadas apressada. Mal fechei a porta, Bruno a abriu.
__Não me toque!__ Digo tremendo de medo, lágrimas nos olhos.
__Desculpa, baixinha. Eu não quis te machucar.
Ele saiu do quarto, deixando-me em silêncio.
Que dia cheio!
Deito-me na cama, exausta, e adormeci, cercada por emoções conflitantes.
......
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Minha primeira vez em tudo
Teen FictionEmily, 17 anos, filha de Antônio (Toni), magnata das armas, vive uma existência isolada e luxuosa. Ela não faz ideia do "trabalho" de seu pai.Sem amigos, namoros ou experiências, sua vida gira em torno de Mari, sua governanta, e Anderson, seu motori...