capitulo 6- Antes e no decorrer da festa

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Odeio ver Bruno com Karol; sua presença me fazia sentir insignificante. Lembrei-me do Junior e de como ele me magoou. Agora, Bruno havia entrado na minha vida, mas eu temia ser abandonada novamente. Assim como fui abandonada por todos.

Encostei-me na parede fria, sentindo o ar gelado penetrar minhas roupas. O vazio interior era tão profundo quanto o silêncio que me cercava. Meus olhos se fecharam, e as lágrimas quentes escorreram por minha face.

O soar das batidas na porta eram como porradas em minha alma,eu só queria ficar sozinha com meus pensamentos. Mas a insistência era implacável.

Bruno: Abre Emily.

Emy: Vai embora.

Digo com a voz embargada.

Bruno: Se não abrir eu vou derrubar essa merda que você chama de porta.

Emy: Babaca!

Resolvo abrir a porta antes que Bruno a derrube. Ele entra no silêncio em que estava meu quarto oque impedia totalmente tal fato eram os assovios de alguns pássaros que cantavam ao pé da janela de vidro.

Bruno: Você está bem, ciumenta?

Emy: Por que não estaria?__respondi, irritada.

Bruno sorriu.

Bruno:Não sei, talvez você tenha levado uns tapas!

Emy: Eu não me lembro de ter levado tapas, mas deixei sua namoradinha quase sem aplique!__ retruquei.

Bruno revirou os olhos.

Bruno: Engraçadinha! Tá tudo bem entre a gente?

Emy: É! Por mais que você seja um idiota,não vai deixar de ser meu irmão,então consequentemente não posso ficar com ódio de você.

Ele sorri mostrando uma covinha em sua bochecha.

Bruno: Que bom! Então vou para minha festa,já está bem tarde.

Emy: Vai lá.

Ofereço-lhe um sorriso simpático.

Bruno: Tchau maninha.

Emy: Até logo bastardo.

Ele sorri.

A partida dele revelou o quão profundo era o vazio que habitava minha alma, uma solidão que nem suas palavras conseguiram preencher. Lembro-me vagamente de pessoas que passaram em minha vida.

Conheci Júnior quando éramos crianças. Ele era o garoto mais charmoso da vizinhança. Nossa amizade floresceu rapidamente, tornando-nos inseparáveis. Mas, sem perceber, meu carinho por ele se transformou em algo mais profundo.

Com o coração tremendo, confessei meus sentimentos. Sua resposta foi breve e indiferente: "Tudo bem." Mas nada estava bem. Ele se distanciou, e nossas conversas se tornaram tensas e frias. Até que, um dia, paramos de nos falar completamente.

A palavra "mãe" é uma ferida aberta, um lembrete da traição e abandono. Ela me deixou sem explicação, sem amor, sem nada. Não merece o título de mãe.

Meu pai? Um estranho. Sua mão pesada em meu rosto foi o fim. Desapareceu, deixando apenas silêncio.

Bruno, meu último refúgio, meu irmão. O medo de perde-lo me consome. Será que ele também se cansará de mim? Será que também me deixará?

Minha cabeça dói com tantos pensamentos que me deixam tristes. Resolvo por fim sair a procura de algum remédio.

Caminhei até a porta e a abri. No corredor, encontro Gabriel, sentado no chão, com a cabeça entre as mãos.

Emy: Gabriel? O que aconteceu? - pergunto preocupada.

Gabriel levantou o rosto, mostrando olhos vermelhos.

Gabriel: Minha cabeça... está explodindo - respondeu, gemendo.

Emy: Quer que eu ajude?

Gabriel: Não sei... não consigo pensar - respondeu Gabriel.

Ajudo Gabriel a se levantar,com seu braço másculo apoiado em meu pescoço. Com minha ajuda ele se apoia acomodando-se em minha cama.

Emy: Vou procurar algum remédio no quarto do Bruno,meu armário está vazio.

Sai do quarto indo a procura de remédio no quarto do Bruno. Abro o armário do banheiro encontrando oque eu preciso.

Saí do quarto do Bruno, retornando para o meu onde se encontra Gabriel. Ao entrar no quarto, meu olhar encontrou Gabriel estendido na cama, seu corpo forte e musculoso destacando-se sob a luz suave.

Gabriel narrando.

Cheguei na casa do Bruno e senti uma tontura. Fui até a cozinha, peguei um copo de água e bebi. Melhorei um pouco, mas a enxaqueca estava matando.

Comecei a brincar com guri , mas a dor piorou. Procurei Bruno e o encontrei conversando com Karol, Junior e Milena. Chamei-o à parte.

Bruno: E aê, brother?__ apertamos as mãos.

Gabriel: E aê, parceiro. Preciso ir pra casa, minha cabeça tá explodindo.

Bruno: Porra nenhuma! Nois é brother irmão Sobe lá e procura um quarto.__Me empurrou para a escada.

Nem quis ficar discutindo,até porque não estava em condições.

Subi e tentei abrir os quartos. O primeiro e o segundo estavam trancados. O terceiro também. Restavam três opções. Mas a dor em minha cabeça aumenta mais ainda. Sento-me a beira da parede sentindo tudo rodar.

Gabriel: Vou morrer Caralho.

Assusto-me com o barulho da porta se abrindo, um anjo me surpreendeu. Emily, com expressão curiosa, fitou-me com olhar angelical.

Emy: Gabriel? O que aconteceu? - pergunta parecendo está preocupada.

Levantei os olhos para vê-la melhor.

Gabriel: Minha cabeça... está explodindo - respondi, gemendo de dor.

Emy: Quer que eu ajude?

Gabriel: Não sei... não consigo pensar.

Emily me amparou, e juntos alcançamos a cama, onde meu corpo se rendeu ao conforto, enquanto meu olfato se deliciava com seu aroma doce.

Emy: Vou procurar algum remédio no quarto do Bruno,meu armário está vazio.

Sua ausência revelou o peso da minha consciência. Fui envolvido por uma nuvem de culpa e arrependimento.

Emily retornou com um comprimido redondo e branco em mãos. Ela logo alcançou um copo com água me entregando tudo para que podesse beber.

Emy: Agora durma, logo ficará melhor.__ Seu pequeno corpo se endireita ao meu lado, fazendo-me senti-lo quentinho,junto a vontade de protege-la.

Perdão anjo.
Só espero que me perdoe.

Minha primeira vez em tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora