Odeio ver Bruno com Karol; sua presença me fazia sentir insignificante. Lembrei-me do Junior e de como ele me magoou. Agora, Bruno havia entrado na minha vida, mas eu temia ser abandonada novamente. Assim como fui abandonada por todos.
Encostei-me na parede fria, sentindo o ar gelado penetrar minhas roupas. O vazio interior era tão profundo quanto o silêncio que me cercava. Meus olhos se fecharam, e as lágrimas quentes escorreram por minha face.
O soar das batidas na porta eram como porradas em minha alma,eu só queria ficar sozinha com meus pensamentos. Mas a insistência era implacável.
Bruno: Abre Emily.
Emy: Vai embora.
Digo com a voz embargada.
Bruno: Se não abrir eu vou derrubar essa merda que você chama de porta.
Emy: Babaca!
Resolvo abrir a porta antes que Bruno a derrube. Ele entra no silêncio em que estava meu quarto oque impedia totalmente tal fato eram os assovios de alguns pássaros que cantavam ao pé da janela de vidro.
Bruno: Você está bem, ciumenta?
Emy: Por que não estaria?__respondi, irritada.
Bruno sorriu.
Bruno:Não sei, talvez você tenha levado uns tapas!
Emy: Eu não me lembro de ter levado tapas, mas deixei sua namoradinha quase sem aplique!__ retruquei.
Bruno revirou os olhos.
Bruno: Engraçadinha! Tá tudo bem entre a gente?
Emy: É! Por mais que você seja um idiota,não vai deixar de ser meu irmão,então consequentemente não posso ficar com ódio de você.
Ele sorri mostrando uma covinha em sua bochecha.
Bruno: Que bom! Então vou para minha festa,já está bem tarde.
Emy: Vai lá.
Ofereço-lhe um sorriso simpático.
Bruno: Tchau maninha.
Emy: Até logo bastardo.
Ele sorri.
A partida dele revelou o quão profundo era o vazio que habitava minha alma, uma solidão que nem suas palavras conseguiram preencher. Lembro-me vagamente de pessoas que passaram em minha vida.
Conheci Júnior quando éramos crianças. Ele era o garoto mais charmoso da vizinhança. Nossa amizade floresceu rapidamente, tornando-nos inseparáveis. Mas, sem perceber, meu carinho por ele se transformou em algo mais profundo.
Com o coração tremendo, confessei meus sentimentos. Sua resposta foi breve e indiferente: "Tudo bem." Mas nada estava bem. Ele se distanciou, e nossas conversas se tornaram tensas e frias. Até que, um dia, paramos de nos falar completamente.
A palavra "mãe" é uma ferida aberta, um lembrete da traição e abandono. Ela me deixou sem explicação, sem amor, sem nada. Não merece o título de mãe.
Meu pai? Um estranho. Sua mão pesada em meu rosto foi o fim. Desapareceu, deixando apenas silêncio.
Bruno, meu último refúgio, meu irmão. O medo de perde-lo me consome. Será que ele também se cansará de mim? Será que também me deixará?
Minha cabeça dói com tantos pensamentos que me deixam tristes. Resolvo por fim sair a procura de algum remédio.
Caminhei até a porta e a abri. No corredor, encontro Gabriel, sentado no chão, com a cabeça entre as mãos.
Emy: Gabriel? O que aconteceu? - pergunto preocupada.
Gabriel levantou o rosto, mostrando olhos vermelhos.
Gabriel: Minha cabeça... está explodindo - respondeu, gemendo.
Emy: Quer que eu ajude?
Gabriel: Não sei... não consigo pensar - respondeu Gabriel.
Ajudo Gabriel a se levantar,com seu braço másculo apoiado em meu pescoço. Com minha ajuda ele se apoia acomodando-se em minha cama.
Emy: Vou procurar algum remédio no quarto do Bruno,meu armário está vazio.
Sai do quarto indo a procura de remédio no quarto do Bruno. Abro o armário do banheiro encontrando oque eu preciso.
Saí do quarto do Bruno, retornando para o meu onde se encontra Gabriel. Ao entrar no quarto, meu olhar encontrou Gabriel estendido na cama, seu corpo forte e musculoso destacando-se sob a luz suave.
Gabriel narrando.
Cheguei na casa do Bruno e senti uma tontura. Fui até a cozinha, peguei um copo de água e bebi. Melhorei um pouco, mas a enxaqueca estava matando.
Comecei a brincar com guri , mas a dor piorou. Procurei Bruno e o encontrei conversando com Karol, Junior e Milena. Chamei-o à parte.
Bruno: E aê, brother?__ apertamos as mãos.
Gabriel: E aê, parceiro. Preciso ir pra casa, minha cabeça tá explodindo.
Bruno: Porra nenhuma! Nois é brother irmão Sobe lá e procura um quarto.__Me empurrou para a escada.
Nem quis ficar discutindo,até porque não estava em condições.
Subi e tentei abrir os quartos. O primeiro e o segundo estavam trancados. O terceiro também. Restavam três opções. Mas a dor em minha cabeça aumenta mais ainda. Sento-me a beira da parede sentindo tudo rodar.
Gabriel: Vou morrer Caralho.
Assusto-me com o barulho da porta se abrindo, um anjo me surpreendeu. Emily, com expressão curiosa, fitou-me com olhar angelical.
Emy: Gabriel? O que aconteceu? - pergunta parecendo está preocupada.
Levantei os olhos para vê-la melhor.
Gabriel: Minha cabeça... está explodindo - respondi, gemendo de dor.
Emy: Quer que eu ajude?
Gabriel: Não sei... não consigo pensar.
Emily me amparou, e juntos alcançamos a cama, onde meu corpo se rendeu ao conforto, enquanto meu olfato se deliciava com seu aroma doce.
Emy: Vou procurar algum remédio no quarto do Bruno,meu armário está vazio.
Sua ausência revelou o peso da minha consciência. Fui envolvido por uma nuvem de culpa e arrependimento.
Emily retornou com um comprimido redondo e branco em mãos. Ela logo alcançou um copo com água me entregando tudo para que podesse beber.
Emy: Agora durma, logo ficará melhor.__ Seu pequeno corpo se endireita ao meu lado, fazendo-me senti-lo quentinho,junto a vontade de protege-la.
Perdão anjo.
Só espero que me perdoe.
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Minha primeira vez em tudo
Fiksi RemajaEmily, 17 anos, filha de Antônio (Toni), magnata das armas, vive uma existência isolada e luxuosa. Ela não faz ideia do "trabalho" de seu pai.Sem amigos, namoros ou experiências, sua vida gira em torno de Mari, sua governanta, e Anderson, seu motori...