Nobel de Física e Química: Marie Curie a primeira mulher a conquistar o prêmio

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Filha de professores, Marie Curie foi incentivada a estudar. Nasceu na Polônia quando o país pertencia Rússia, em 1867, mas terminou seus estudos na França. Mais que uma importante cientista, Marie foi a primeira mulher a conquistar um Prêmio Nobel, ou melhor, dois. A primeira a chegar a tal feito conquistando a premiação nas duas áreas de estudo: física e química.

Curie era uma pesquisadora dedicada. Trabalhou na investigação da radioatividade, do urânio, descoberto em 1896. Mesmo com tanto trabalho, ela não abdicou do sonho de ser mãe, casou e teve duas filhas. E assim viveu entre a família, as pesquisas e a luta de ser reconhecida profissionalmente e academicamente como cientista e não pelo fato de ser uma mulher.

Infelizmente, foi os efeitos da radioatividade, algo muito novo no começo do século XX, que levou a vida de Marie em 1934.


A infância marcada por mudanças e a paixão pelos estudos

O inverno russo chegava aos poucos quando Marie Sklodowska nasceu, em Varsóvia, na época em que a região pertencia a Rússia. Era 7 de novembro quando a cantora, pianista e professora Bronsilawa Boguska segurou a caçula pela primeira vez. Mal sabia a professora que a pequena seria um nome importante na ciência mundial.

Marie tinha quatro irmãos, pessoas importantes ao longo de sua vida. O pai Wladyslaw Sklodowski, professor de física e matemática, teve figura essencial na vida da pequena, principalmente por ter incentivado ela a estudar e seguir carreira na ciência.

Os pais eram conhecidos em Varsóvia, o que garantiria a família Sklodowski uma vida confortável. Porém tudo mudou em virtude da política.

A família de Marie era a favor e apoiou os levantes que lutavam pela independência da Polônia. Com isso, perderam tudo. A casa que moravam, os bens, os imóveis que possuíam.

Mas a pobreza não afastou ela e os irmão da escola, apesar de terem estudado em pequenos estabelecimentos de Varsóvia os filhos de Skłodowski concluíram os estudos de nível básico. E assim como os irmãos, Marie recebeu formação científica do pai, que havia levado para casa os instrumentos de laboratórios após as autoridades russas proibiram o ensino da matemática nas escolas polonesas.

E receber educação acadêmica em casa não foi um problema. Marie sempre foi uma aluna dedicada, apaixonada pelos estudos, prestava muita atenção nas explicações do pai, tinha uma enorme vontade de aprender.

Quando não estava envolvida com os cadernos e livros, Marie brincava como uma criança normal. E apesar das dificuldades financeiras, a família, muito católica, vivia feliz. Até que a mãe, Bronsilawa, teve tuberculose e faleceu. Na época Marie tinha apenas 12 anos. Quando a família voltava a ficar forte, mais uma queda. Dois anos após o falecimento da mãe, a irmã mais velha morre de tifo. Cheia de dúvidas, revoltada com as perdas, Marie deixou de ser católica e se transformou em agnóstica.

Aos 15 anos Marie encerrou os estudos, atualmente equivaleria ao ensino médio. Mesmo com a formação, a caçula estava muito triste. Foi então que o pai a mandou passar uma temporada com os parentes no interior. Um ano depois ela retorna a viver com o pai em Varsóvia e passou dar aulas particulares e trabalhou como tutora.


Quem disse que não se pode estudar?

As meninas Skłodowski sempre receberam uma boa educação. O pai e professor Skłodowski era um apaixonado pela ciência e passou esse amor aos filhos.

Só que uma norma proibia que as mulheres fizessem cursos de nível superior. Obviamente, ela não aceitou a imposição, e então junto a irmã entrou na Universidade Volante, uma instituição clandestina com currículo pró-Polônia que desafiava as autoridades russas e era a única que admitia alunos do sexo feminino.

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