Malala: a menina que luta pela educação

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Malala ainda tão novinha sentiu na pele a descriminação, se fez feminista ainda pequena para lutar pela educação de meninas. Morou em um local onde as mulheres são consideradas inferiores. Encarou no começo da adolescência um grupo extremista que não autorizava as meninas a estudarem.

Malala a garota que foi atingida por um disparo, que viu a morte de perto, que ficou entre a vida e a morte, que sobreviveu e hoje protegida luta para que as demais gurias pelo mundo tenham as mesmas oportunidades que ela.

Essa é apenas algumas linhas da vida da garota, a pessoa mais jovem a conquistar o Prêmio Nobel. Da menina que se transforma em mulher e roda o mundo para falar sobre a importância da educação na evolução da sociedade. Roda o mundo para falar sobre o que as mulheres e meninas, pequenas e grandes, sofrem no país em que ela nasceu.

O nascimento da pequena futura Nobel

Quando a pequena menina nasceu, os pais Ziauddin Yousafzai e Tor Pekai Yousafzai nem imaginaram que ela ainda criança se tornariam um personagem de importância mundial. Malala veio ao mundo no dia 12 de julho de 1997, em Mingora, Swat, Jaiber Pastunjuá, no Paquistão.

Ela e os dois irmão sempre foram incentivados a estudar, principalmente pelo pai que compartilhou com os herdeiros a vontade de sempre aprender. Como parte do aprendizado estava o estudo de língua estrangeira, mais especificamente o inglês. Tanto que hoje Malala domina pachto e língua inglesa.

O pai, Ziauddin, dirigia uma escola em Swat, sendo que essa era adjacente a casa da família. Ele era conhecido por ser um defensor da educação no Paquistão e se tornou um opositor ao Talibã, que a partir de 2003 restringia o acesso de crianças a educação e impediam as meninas de irem as escolas.

O começo da notoriedade mundial

Em 2009, Malala chamou a atenção mundial ao escrever um blog para a BBC. No blog ela assinava como Gul Makai e explicava sobre a vida que levava sob o regime do Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP). Lá ela escrevia sobre o fato de várias famílias terem de se alojar no interior, sobre os temores de que a escola seria atacada e a crescente atividade militar em Swat. Ela também escrevia sobre o fato da televisão e da música serem proibidas, as mulheres impedidas de irem as compras.

Pouco depois da tomada da região, Ziauddin foi informado que a escola teria que fechar. Mesmo com tantas ameaças de morte, pai e filha seguiam a defender os direitos a educação. Foi neste época que Malala destacou-se em um documentário do The New York Times, sendo que este mesmo revelou que ela era autora do blog da BBC.

Em 2011, aos 14 anos, Malala recebeu o Prêmio Nacional da Paz para a Juventude do Paquistão e foi nomeada pelo Arcebispo Desmond Tutu para o Prêmio Internacional da Criança pela Paz. A menina, agora adolescente, seguia chamando a atenção do mundo para o grave problema da educação na região.

Com a crescente popularidade de Malala não apenas o mundo passou a conhecê-la, mas o Talibã também voltou suas atenções a ela e novamente a ameaçaram de morte.

A vida por um fio

No dia 9 de outubro de 2012, Malala e os amigos estavam indo para a escola quando um pistoleiro, usando máscara, entrou no ônibus escolar e chamou a garota pelo nome. Ao vê-la atirou, atingindo-a com uma única bala, que lhe atravessou a cabeça, atingindo na sequência o pescoço e o ombro. Dois de seus colegas também ficaram feridos no ataque.

Atendida imediatamente, o caso era grave. Em virtude da frágil situação de saúde e das constantes ameaças, Malala foi transferida para o hospital Queen Elizabeth, especialista em lesões militares, em Birmingham, no Reino Unido. Foi acompanhada pela família.

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