Capítulo 16

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- Boa tarde, senhor Cooper - atendi. 

Emerson Cooper era um homem charmoso, com cabelos grisalhos, alto e uma postura invejável, beirava os cinquenta anos mas estava bastante enxuto ainda. Eu queria dar-lhe um beijo quando ele me deu férias antecipadas e agora ele estava me ligando para que eu enviasse alguns arquivos que estavam no meu e-mail para o dele.

- Mandarei até amanhã de manhã, senhor - falei, ele disse que estava tudo bem e desliguei. Alcancei a multidão que estava bebendo, nadando e se divertindo, meus olhos vagando como se tivessem vida própria.

- O que está procurando está bem ali do lado, ajudando sua mãe a se manter em pé - escutei a voz da minha melhor amiga no meu ouvido. Olhei para o lado e ali estava Nick, pela primeira vez fora de suas roupas sociais e vestindo apenas uma bermuda, deixando de fora seu peitoral e barriga esculpidos - eu queria mordê-lo todinho e devo dizer que não sou só eu.

Observei ao meu redor e ele estava chamando a atenção de todas as mulheres, casadas, solteiras e até mesmo minha prima de cinco anos estava o puxando pela bermuda para que a ajudasse a nadar; até alguns caras, principalmente Gabe, que estava praticamente babando e quando me viu, se abanou com uma mão e me fez um sinal de ok e apontou para a bunda de Nick. Ri entredentes para não sair muito alto e me voltei para Lídia

- Como consegue permanecer intacta com esse homem por perto? - ela perguntou.

- Ele é um homem muito honrado - suspirei profundamente e devo dizer que de um modo involuntário - Nick tem uma noiva, sabe, de verdade.

- Está brincando comigo - ela arregalou os olhos de um jeito que fiquei com medo de que teria que ficar atrás deles quando saíssem pelas órbitas - Você está afim dele - não era uma pergunta.

- Pare de dizer besteiras - bufei e deixei ela ali sozinha, mas não antes de ouvi-la dizer:

- Você é sempre muito certinha, esse é o problema.

Alcancei meu falso namorado e minha mãe, que estava pendurada no pescoço dele, dançando uma música lenta.

- Ei - cumprimentei e os dois me olharam.

- Oh, olá querida - minha mãe disse e eu fiquei sem saber o que me alcançou primeiro, sua voz ou o odor de bebida que exalava dela.

- Eu vim buscar meu namorado - falei e a desprendi dele devagar - e você, venha se sentar um pouco.

- Deixe-me fazer isso - ouvi a voz do meu pai atrás de mim e ele a levou para uma cadeira que estava por perto.

- Desculpe-me por isso - murmurei e olhei para Nick. Ele sorriu e passou um braço pelos meus ombros, beijando o topo da minha cabeça.

- Não se preocupe com isso - ele disse e esse pequeno gesto de carinho não deveria ter me afetado tanto, mas o fez. Eu estava perdida e nem sabia como isso foi acontecer.

A tarde foi transcorrendo, D.J. estava tentando me embebedar pois de tempo em tempo trazia um copo para mim, entretanto, depois do vexame do outro dia, dois dias antes (apenas para informar e atualizar em que pé estamos), eu recusei a maioria deles. Eu não queria ficar bêbada. Fazia dois dias que Nick havia me contado sobre sua noiva, notícia que me pegou totalmente desprevenida. E apesar de ter bebido apenas uns três copos, o último após muita insistência da minha prima, eu estava me sentindo um pouco tonta.

- Você está bem? - Nick perguntou enquanto voltávamos para casa.

- Sim, estou - falei, massageando minha têmpora e fechei os olhos. Quando chegamos, a festa continuou na enorme piscina de água quente que havia no fundo do jardim e Nicholas foi jogar alguma coisa com meu irmão e os amigos, incluindo Evan, o beijador ambulante; acenei com a cabeça, sorrindo bobamente e um calor repentino subiu pelo meu corpo.

- Eu quero dançar - puxei algumas meninas e comecei a balançar os quadris, a cabeça, ir até o chão.

- Você está bêbada de novo? - Vivian alfinetou e eu queria soca-la, mas preferi continuar dançando e ignora-la.

- Oh caramba, estou com muito calor - reclamei depois de estar pingando de suor de tanto dançar.

- Acho que deveria experimentar outro tipo de calor - D.J. apontou para um lado e quando olhei Nick estava vindo, seu corpo perfeito acenando para mim de uma maneira indecente. Mordi o lábio e sorri maliciosamente para minha prima. Nick disse que ia subir para tomar um banho e eu apenas acenei, novamente.

- Eu quero aquele homem - sussurrei em cumplicidade para minha prima e comecei a rir - Biancaaaaaaa - eu gritei e me joguei para ela, dançando com minha irmã de um lado para o outro.

- Você está bem, Anne? - Bia questionou e eu acenei veemente.

- Eu preciso de você - beijei sua orelha e ela franziu o cenho.

- Eu nunca te vi assim - ela falou e eu mordi o lábio para não sorrir - o que quer?

- Você disse que cada porta tem uma chave reserva, preciso da do meu quarto e do banheiro - fiz bico - por favor.

- Tudo bem, apenas não as suma ou Jean vai me matar - ela me entregou as chaves e eu subi correndo, tropeçando em um dos degraus da escada. Ri como uma desesperada de mim mesma, girei a maçaneta e o quarto estava aberto. 

Assim que entrei, ouvi a água do chuveiro escorrendo, coloquei a chave extra na fechadura e o tic que o trinco fez ao destrancar me deixou totalmente excitada. Abri a porta devagar e agradeci por ela ser silenciosa, coloquei a chave reserva em cima da cama, tranquei com a que já estava ali e a coloquei dentro da minha calcinha. Eu sorria como uma garota que estava fazendo travessuras e um calor anormal estava se apossando do meu corpo, então puxei minha camiseta, tirei a parte de cima do biquíni, o short e fiquei ali apenas de calcinha.

O jorro cessou e o box se abriu, Nick puxou a toalha que estava pendurada e quase escorregou no piso molhado quando me viu e eu estava lambendo os lábios com a visão que ele estava me proporcionando.

- Anne - ele falou alto e no susto, enrolando a toalha rapidamente ao redor da cintura.

- Olá - me aproximei dele e Nick se afastou.

- Por favor, de novo não - murmurou. Sem dar moral para suas súplicas coloquei uma mão no seu peito e mordi o lábio - nada disso, vamos.

Ele me afastou facilmente para fora do box, passou por mim e girou a maçaneta, sem sucesso.

- Abra a porta, Anne - falou, passando a mão no rosto e olhando para todos os lados, menos para mim.

- Olhe para mim - falei e ele encarava a porta fechada - olhe para mim, Nick.

Ele não se mexeu.

- Olhe para mim - gritei e vendo ele daquele jeito, o calor se intensificou, acumulando entre minhas pernas. Como se eu estivesse lhe causando dor, Nick virou seu rosto perfeito para mim e seus olhos vagaram, passando pelos meus olhos, meu nariz, minha boca, meu pescoço, demorando um pouco nos meus seios nus e passaram para minhas pernas.

- Agora, me dê a chave - ele disse roucamente, voltando seus olhos para meu rosto.

- Com uma condição - me aproximei dele e mordisquei meu lábio inferior - me dê um beijo e eu te dou a chave.

Nick me encarou, então torceu o nariz e segurou meu rosto em suas mãos.

- O que fizeram com você? - praticamente rosnou - suas pupilas estão muito dilatadas, você tomou alguma coisa?

- Está muito calor aqui, não acha? - grudei meu corpo no dele.

- Me entregue a chave e vamos resolver isso.

- Um beijo, Nick - passei minhas mãos em seus cabelos - ou você pode pega-la.

- Onde está? - me estiquei na ponta dos pés para ficar o mais próximo possível do seu ouvido.

- Na minha calcinha.

ღ Um Namorado por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora