Capítulo 3

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Chegamos ao estabelecimento e eu me arrependi de ter concordado com essa idiotice, mas depois de muito pensar eu realmente não queria aparecer no casamento sozinha, principalmente porque ficaríamos lá um mês, todos juntos. Eu não sabia como eu ficaria ao ver Evan novamente, já haviam se passado anos.

 A boate estava cheia como sempre e o fato de ser sábado não colaborou para o contrário. Corpos suados esfregavam-se uns nos outros na pista lotada e eu já estava com falta de ar apenas por estar na entrada do lugar. 

- Eu não sei se consigo fazer isso - gritei sobre a música alta e me voltei para meus amigos. 

- Não vai amarelar agora, gatinha - Gabe me segurou pelo cotovelo e me ajudou a passar entre as pessoas até alcançarmos os bancos no bar. 

- Whisky - gritei. Eu precisava de algo para me motivar. Depois de alguns copos, eu já estava com meus sentidos dormentes e rindo por qualquer besteira. 

- Que tal aquele ali? - Lídia questionou, sua voz embargada. 

- Oh não, muito magro - falei, rejeitando a ideia com um gesto de mão. 

- E aquele? - Gabriel indicou com a cabeça para um homem que estava quase ao meu lado. 

- De jeito nenhum - reclamei e torci o nariz - Com aquele tanto de pelos, estou em dúvidas se é um homem ou um primata. 

Ambos torceram os seus narizes também e vasculharam o lugar, enquanto eu brincava com meu copo vazio. 

- Oh cara, aquele ali. É o escolhido - Lídia me balançou e apontou, entusiasmada, para o final do bar. Encarei o homem de cabelos negros como ébano, olhos dourados e lábios finos. Olhei-o de cima a baixo; sua camiseta se agarrava ao seu corpo magro e calças jeans pendiam em seus quadris. 

- Pare de fazer isso - Gabe me bateu no braço. 

- O quê? - questionei. 

- Procurar defeitos. O homem é bonito, um corpo atlético e uma quantidade normal de pelos. 

- E a altura é boa - complementou Lídia - nem alto, nem baixo. Perfeito para os seus 1,62. 

Ela estava certa. Ambos estavam. Eu tinha que parar de procurar algo que me afastasse dos homens. 

- Vocês têm razão - respondi, dando-me por vencida. 

- E ele está olhando para cá - Gabriel sussurrou no meu ouvido - vá até lá e agarre-o. 

Talvez a bebida tivesse me tornado mais corajosa, pois não vacilei quando pulei do banco e caminhei até o homem em pé no final da bancada. 

- Olá - busquei no fundo da minha garganta a voz enferrujada que eu achava que poderia ser considerada sexy. 

- Olá - ele tinha um sorriso bonito, mas me decepcionei por não causar nenhuma sensação em mim, nem mesmo um formigamento. 

- Quer dançar? - soltei, sem nenhum outro assunto na minha cabeça.

- Com toda certeza - respondeu. 

Costuramos entre as pessoas e quando chegamos no meio da pista, ele me puxou para mais perto. Nossos corpos se moviam de acordo com a música, apesar de o dito cujo não ter muito gingado para a coisa. 

- Como se chama? - questionei em seu ouvido. 

- Victor e você? 

- Anne - eu mal havia respondido, quando ele sorriu e baixou a cabeça para me beijar. Seu beijo era rápido, quase desesperado, e eu sentia que a qualquer momento ele poderia me engolir; sua língua invadiu minha boca sem pedir permissão e, não sabia o porquê, mas essa era a parte mais nojenta do beijo em minha opinião. Mesmo com Evan, eu queria dar um murro em sua cara quando ele enfiava a língua na minha boca como se estivesse tentando pegar o resto de iogurte do pote sem uma colher. Eu sei, eu sei, dizem as más línguas que isso é importante. Bem, eu discordo. Claro, eu só beijei um cara na vida, agora dois, mas ainda assim era repugnante. 

Me afastei antes que eu fosse engolida como a garota do filme "Os irmãos Grimm", que foi sugada por um cavalo, e observei o homem ofegante na minha frente. 

- Eu tenho que ir - falei. 

- Talvez possamos nos encontrar depois - ele disse. 

- Talvez outro dia - virei, mas parei. "Não julgue as pessoas, dê uma chance", lembrei-me e me virei novamente para Victor - que tal me dar seu celular e eu te ligo depois? 

Ele sorriu enviesado e puxou seu celular do bolso da frente da calça jeans. Durante essa ação, que durou milésimo de segundos, notei que algo pulou do bolso e caiu no chão próximo aos pés dele. Eu queria sumir ou talvez vaporizar o cara.

- Esqueça - rosnei, peguei a pequena aréola de ouro do chão e praticamente joguei nele, saindo tempestuosamente. 

- E entãaaaaaaaaao? - meus amigos perguntaram, esperançosos. 

  - Casado - resmunguei - querem saber? Eu desisto. 


Olá pessoas, o que estão achando?

Não se acanhem, comentem, dê opiniões. 

Beijos 




ღ Um Namorado por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora