Capítulo 39

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- Esse lugar é incrível - minha amiga comentou, segurou na minha mão e caminhamos entre as miríades de corpos até alcançarmos o bar.

- Muito abafado - reclamei - sabe que não lido bem com multidões.

- Apenas divirta-se - ela começou a dançar no lugar enquanto esperava o barman vir nos atender.

Lídia pediu um martíni apenas para começar e eu uma piña colada, já que fazia o tipo de garota que gostava de bebidas doces. Estávamos sentadas, observando tudo ao nosso redor e Lidy sorria para todos os caras que passavam olhando em nossa direção.

- Quer parar de flertar com todos? - dei uma cotovelada em sua costela.

- Ai! - reclamou - Não estou flertando, apenas sendo simpática.

- Há lugares certos para ser simpática com todos e uma boate com homens suados, com um alto nível de álcool no sistema e hormônios correndo descontroladamente nas veias não é um deles.

- Que tal você se enganchar com alguém e parar de me atormentar? - ela me mostrou a língua e eu ri - O que acha daquele? Tem olhos bonitos.

Olhei na direção em que ela indicava com a cabeça e fiz uma careta.

- Está falando sério? Deu uma boa olhada no nariz dele? Você poderia perder todo o seu oxigênio se ficasse apenas alguns metros dele.

- Você está sendo maldosa.

- Eu sei, me desculpe. Eu apenas não quero ficar com ninguém - tomei um gole mais longo da minha bebida e senti meu cérebro congelar.

- Tudo bem, então vamos dançar - antes que eu pudesse contestar, Lidy estava me puxando e me levando para o meio da pista de dança.

Apesar do calor que estava sentindo e dos corpos roçando e esbarrando em mim, eu me diverti. Depois de alguns minutos, estava suada, meus pés estavam me matando e sentia-me levemente tonta, porém, não conseguia parar de mexer meus quadris, dançando como se o mundo fosse acabar naquela noite. Somente quando a exaustão tornou-se insuportável e era impossível de ignorar, falei para Lídia que me sentaria um instante.

Bati a mão no balcão e pedi uma dose de vodka, que chegou alguns segundos depois; sei que misturar bebidas não seria a coisa mais inteligente a se fazer e eu disse que gostava de bebidas doces, mas eu precisava de algo mais forte.

- Sabe, é perigoso para uma mulher tão bonita ficar aqui sozinha - uma voz masculina disse no meu ouvido e eu revirei os olhos sem me virar.

- Caso não tenha notado, o lugar está lotado - gritei para que ele me ouvisse sobre a música.

- Mas não aqui no bar - falou ainda mais próximo - seria fácil carrega-la para longe sem ninguém notar, estão entretidos e bêbados demais para isso.

- Olha, por que não vai se f... - falei me virando e calei-me abruptamente - oh caramba, Arthur - gritei e me joguei nele, dando-lhe um longo abraço.

- Anne - ele retribuiu, apertando-me e me erguendo do chão - que saudade. Como você está?

- Bem e você?

- Bom e bonito, como sempre - Art me deu uma piscadela e eu bati meu ombro no seu em brincadeira.

- Preciso de uma tequila - ouvi atrás de mim a voz de Lídia. Me virei e a puxei para o meu lado, sem dizer nada.

- Lidy, deixe-me te apresentar, esse é Arthur - fiz uma pausa dramática - irmão do Nick.

Lídia pegou sua bebida e, enfim, deu moral para o homem que estava na minha frente. Seus olhos ficaram tão amplos que eu fiquei com medo de que saíssem de suas órbitas e eu tivesse que correr por ai para pega-los no chão enquanto rolavam.

ღ Um Namorado por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora