ღ Um Namorado por Encomenda

Capítulo 36

Vesti minha roupa que já havia secado no banheiro, penteei os cabelos com os dedos e quando ouvi pássaros cantarolando do lado de fora, indicando que havia amanhecido, fui embora. Não estava pronta para encarar Nicholas depois da noite constrangedora, tudo tinha ficado estranho depois que entramos no casebre. Corri por entre as árvore, orando para que não me perdesse e após muitos minutos, sorri quando finalmente encontrei um pouco de civilização e continuei caminhando até encontrar um táxi. 

O céu estava plúmbeo através da pequena janela do automóvel e enquanto íamos em direção ao hotel, uma melancolia tomou conta de mim e eu não sabia o porquê. Eu apenas não conseguia tirar Nicholas da minha cabeça e esse fato estava me deixando maluca. 

- Estamos chegando - o motorista mal havia dito quando uma chuva despencou de repente, assustando-me e me obriguei a despregar meu rosto da janela gelada. Joguei uma nota amassada e recentemente seca para o motorista e saí correndo para dentro do hotel. 

- Poxa, a previsão era para sol - o recepcionista comentou e eu apenas sorri, indicando-lhe que eu havia escutado. Bem, que meteorologista medíocre arrumaram.

Agradeci quando cheguei ao meu quarto, tomei um banho, comi alguma coisa e escovei os dentes. Vesti apenas uma camiseta larga, coloquei um par de meias (sim, eu sentia um frio lascado nos pés) e me embrulhei na cama para assistir alguma coisa, nada de trabalho por enquanto. Acho que acabei cochilando, pois acordei assustada com uma batida na porta. Olhei para fora e a chuva ainda estava forte e não parecia que iria embora tão cedo. Outra batida forte soou e eu me arrastei para fora da cama. 

- Já vai - gritei e arregalei os olhos - Nick! - exclamei por impulso. 

Nicholas estava parado na minha porta, inclinado com ambas as mãos no batente e totalmente encharcado, formando uma poça onde ele estava parado; seus cabelos estavam uma bagunça sexy, seus olhos pareciam ainda mais azuis do que o normal, a camisa que usava estava grudada em seu corpo e tive que erguer o rosto antes que eu começasse a babar ali. 

- Você está ensopado - murmurei o óbvio.

- Bem, caiu o dilúvio enquanto eu vinha para cá - respondeu com a voz entrecortada.

- Você veio a pé? - questionei, meus olhos amplos novamente. 

- Eu não estava encontrando táxi vago e não estava com paciência para esperar - respirou algumas vezes com a cabeça baixa e então me encarou - por que saiu correndo tão cedo?

- Eu não...

- Não negue, eu acordei cedo e você já tinha ido. 

- Eu não queria... - mordi o lábio, um pouco constrangida - ...encara-lo. 

- Mas não aconteceu nada.

- Exatamente, eu estava lá praticamente em uma bandeja - disse, exasperada - não tinha como ser mais fácil e mesmo assim você apenas se virou para o lado, dormiu e...

Não consegui continuar, pois suas mãos desenfreadas estavam na minha cintura e sua boca devorava a minha. Apesar de sentir sua pele exalando frio, seus lábios estavam quentes como brasas, sua língua percorria minha boca com ansiedade e prazer; pude sentir seu gosto delicioso misturado com menta de pasta de dente. Quando ia erguer minhas mãos que ainda estavam aos flancos, Nick se afastou e eu gemi em frustração. 

- Dormir? Eu não consegui dormir tão cedo sabendo que estava ali ao meu lado, na cama, nua - sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer da cabeça aos pés. 

- Por que não veio até mim?

- Porque achei que não seria certo e eu realmente tentei me manter afastado - Nick beijou meu pescoço e eu joguei a cabeça para trás, dando-lhe mais acesso - mas você me atraiu a noite inteira e aquilo estava me matando.