From Perrie: Goodbye.

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Pov. Hayes

Nunca se sabe ao certo quando tudo começa, nós nunca estamos preparados para o inevitável; seja aquele em que o melhor pai do mundo parte e você não tem a chance de dizer à ele feliz natal, ou então, aquele em que sua mãe se tranca no quarto e você sabe que ela está chorando, mas você não pode fazer nada. Tudo o que pode fazer é tentar achar uma explicação razoável para defender e unir sua família. No entanto, dias se passam, assim como estações do ano. Voltamos à etapa zero, o que significa que os próximos meses você terá que se contentar em viver com um aperto no peito e uma agonia toda vez antes de dormir, temendo a vida de um soldado que estava preparado para tudo, a não ser o fato de lidar com uma família.

Também há dias onde você se sente fraco e vazio, e então as pessoas decidem que você precisa visitar um psicólogo. O que ninguém entende, é que seria preciso mais do que um psicólogo para trazer Zayn Malik de volta para casa, ou então, para fazer Perrie Edwards parar de revirar os olhos cada vez que citavam o nome do... noivo? Ex?

Não considerava mais aquele homem como um pai desde que eu decidi parar de apoiá-lo e ficar do lado da minha mãe. Quero dizer, famílias são assim, não? Unidas. A família do Grimmy é unida, e também, há os pais do Tom, que se amam, na verdade, todos os pais dos meus amigos se amam, então por que comigo tinha que ser diferente?

Eu poderia escrever em um caderno, os dias que se passavam desde que ele não voltara para casa, eu de fato comecei a fazer isso. Cada risco representava um dia. Eu parecia um maldito detento esperando o grande dia para ter sua liberdade, mas eu não precisava disso, eu era livre afinal. Decidi parar de contar os dias quando percebi que havia coisas melhores para se preocupar, como a minha fantasia para o Halloween.

Eu seria o Capitão América, mas ele pareceu idiota demais para mim. Pareceu muito aquele idiota que eu estava evitando. Então eu decidi ser o Chapeleiro Maluco.

A apresentação da escola sobre o Halloween era o meu recomeço. Um novo ponto de partida, onde minha mãe não parecia... tão triste como antes, e eu podia dormir sem ter algum tipo de preocupação. Era isso, eu sabia que tinha acabado. Minha mãe nunca mais ligou para o Exército, e meu pai nunca mais fez transmissões de rádio comigo. Ele tinha desistido de nós, e usou a minha mãe antes de partir. Fez ela achar que ela ainda era amada, mas beijou ela e tocou ela como se fosse a última vez. De fato era.

E ele era meu herói.

Então, aqui estávamos nós. Eu estava nervoso e morrendo de calor por dentro da fantasia, sabia que quando as cortinas vermelhas se abrissem, eu veria uma grande multidão de pais esperando pela apresentação. Podia até mesmo escutar eles falando entre sí, e eu seria o protagonista. Seria a minha chance, de ser eu mesmo. De mostrar que não precisava de um pai para me apoiar, eu podia fazer isso sozinho.

E então as grandes cortinas se abriram, e eu ergui meu grande chapéu, abrindo alas para a Alice. As pessoas riram com ternura, e meus olhos foram diretamente para a cadeira vazia que deveria ser ocupada pela minha mãe.

Minha confiança abalou e eu esqueci todas as minhas falas.

Nem precisei dizer nada, alguém atrás de mim me puxou para trás, e eu senti uma péssima intuição. Meus joelhos vacilaram e deixei o meu professor de história que havia me puxado me amparar. Eu não ia chorar, estava em choque.

Eles sussurravam, "desculpe garoto" e quando minha mãe veio me abraçar, com os olhos cheios de lágrimas, eu soube o que tinha acontecido.

Quando ela deu a notícia que meu pai morreu, eu deveria sentir algo, né? Afinal é meu pai. Mas, eu simplesmente não senti nada. Tentei chorar para não sentir remorso depois, mas não consegui.

Enquanto Perrie me levava ao carro, eu me sentia ridículo naquela fantasia. O caminho até em casa foi completamente diferente do que o da ida para a escola. E eu não entendia o porquê da minha mãe chorar por um cara que decidiu nos largar, apenas decidi confortá-la e ser o homem da casa.

Sete anos e uma responsabilidade grande, mas estava decidido, eu seria o homem da casa e cuidaria da minha mãe. Eu nunca iria abandoná-la ou machucá-la como ele o fez.

Naquele dia ela mal conseguiu ficar em pé, mas mesmo assim contou como conheceu meu pai. Talvez para se sentir melhor ou sorrir por alguns instantes.

Eles se conheceram através de amigos e se envolveram. Minha mãe ficou grávida de mim, mas não sabia que meu pai tinha se alistado meses antes.

Ela não chegou a dizer que queria abortar, mas eu sabia que sim. Mesmo assim ela decidiu ficar com o bebê, enquanto meu pai decidiu que teria uma vida melhor protegendo a nação do que a própria namorada grávida.

Se era uma história para me tocar ou me fazer sentir pena não funcionou. Mas eu cuidei dela nesse dia, e então no dia seguinte quando teve uma recaída e não parava de soluçar. Bem, eu venho cuidando dela até hoje. Sei que precisa.

Daquele dia então, decidiram que eu precisava visitar uma psicóloga, e ela me titulou como "sensível", receitou que eu escrevesse poemas.

Eu não sei nada sobre poemas, sei que precisa rimar para dar sentido, também sei que precisa ser profundo.

Mas nenhum poema no mundo iria explicar o que eu estava sentindo.

Estava tudo tranquilo, sim. Eu tinha a necessidade de cuidá-la agora e isso preenchia cada vazio dentro de mim.

Talvez minha mãe precisasse de um homem, - e claro que arrumaria! Ela é incrível, inteligente, e compra o melhor sanduíche do mundo - mas eu não precisava mais de um pai.

n/a: nao peguem raiva do zayn nao peguem raiva do zayn

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