Os deuses nórdicos estavam com problemas no alto reino de Asgard. A casa onde moravam não tinha muros para protegê-la dos inimigos. Assim, quando um cavaleiro passou e ofereceu para construir um muro, eles escutaram com atenção. - Será um grande muro, ele disse, - uma barreira para todos os inimigos. De hoje a dezoito meses, todas as suas preocupações se acabarão. - E qual é seu preço?, perguntou Odin, o sábio. - Nada menos que a deusa Freyja como esposa", respondeu o estrangeiro. "E o sol e a lua também. Os deuses ficaram furiosos e quiseram expulsar de Asgard o homem que tinha ousado pensar que a bela Freyja poderia ser negociada Mas o esperto Loki disse: - Se você puder construir o muro em seis meses, o negócio está fechado!. Aos outros deuses, sussurrou: - Em seis meses, ele só construirá meio muro, mas pelo menos essa parte será de graça. O homem olhou Freyja mais uma vez, enquanto ela chorava lágrimas de ouro, e concordou, se seu cavalo pudesse ajudá-lo. Durante todo o inverno o estrangeiro trabalhou. Com ajuda de seu cavalo, ele conseguiu juntar pedras para um muro maciço em volta de Asgard. Quando o verão se aproximou, o desastre esperava pelos deuses. Pois, contra todos os prognósticos, o construtor tinha quase terminado o muro. - Você se julga tão esperto, Loki, disse Odin. - Você nos meteu nisso; agora você tem que nos tirar disso. Não podemos deixar Freyja se casar com este estrangeiro, que pode ser um gigante disfarçado. E, sem o sol e a lua, a vida não valerá a pena. Faça alguma coisa! Loki pensou muito e disse: - Sem o cavalo o construtor não poderá trazer as pedras que faltam. Como Loki era capaz de se transformar, naquela noite ele se disfarçou em uma bela égua e atraiu para longe o cavalo do estrangeiro. Vendo que não poderia terminar o muro no prazo, o construtor ficou furioso. Seu disfarce caiu, revelando que ele era um gigante, um dos inimigos dos deuses. Os deuses chamaram Thor, o mais forte deles. Com seu martelo, Miollnir, Thor pagou ao construtor seu salário: não com o sol nem com a lua, mas com um tremendo golpe na cabeça. Quanto a Loki, quando achou que seria seguro voltar a Asgard, ele chegou com um cavalo de oito patas, cujo nome era Sleipnir. Loki deu Sleipnir para Odin, dizendo: - Nenhum cavalo jamais poderá competir com este. Ele o levará através dos mares e do ar, e para a terra dos mortos e de lá de volta. Como Loki prometeu, Sleipnir nunca falhou com seu novo senhor, Odin. Mas nem todos os descendentes de Loki são como Sleipnir. Loki é meio gigante e tem três filhos com uma giganta. O primeiro é Fenris-lobo, que no fim do mundo irá devorar Odin. O segundo é a serpente Midgard, e a terceira é a senhora da morte, Hel, que festeja com a fome e se alegra com a doença. Quando Odin viu que essas terríveis crianças estavam soltas no mundo, fez com que viessem até ele. A serpente ele jogou no oceano; ela era tão grande que circundou o mundo e mordeu seu próprio rabo. Hel, ele expulsou para Niflheim, a Terra dos Mortos, e lhe deu poder sobre tudo que morre de doença ou de velhice. Mas o Fenris-lobo não era fácil de controlar. Só o deus Tyr era suficientemente corajoso para alimentá-lo, e até ele podia ver que o Fenris-lobo logo ficaria forte o bastante, para fazer muito mal. Assim, os deuses fizeram uma corrente muito forte e o prenderam com ela. Mas com uma patada ele partiu a corrente. Eles tentaram outra vez com uma corrente ainda mais forte. E outra vez o lobo se soltou. Odin pediu ajuda aos anões, e eles fizeram o grilhão chamado Gleipnir. Macio como seda, Gleipnir era feito de ingredientes especiais: o som de um passo de gato; uma barba de mulher; as raízes de uma montanha; os tendões de um urso; a respiração de um peixe; e o cuspe de um pássaro. Os deuses levaram o Fenris-lobo para uma ilha deserta e o desafiaram a quebrar Gleipnir. Percebendo a armadilha, o lobo concordou em ser amarrado só se um dos deuses pusesse uma mão em sua boca, como sinal de boa fé. Assim, o bravo Tyr enfiou sua mão entre as mandíbulas do terrével lobo. Eles amarraram o lobo com os grilhões macios mas, dessa vez, quando ele esperneou o grilhão apenas se apertou mais. Furioso, o Fenris-lobo fechou suas enormes mandíbulas e decepou a mão direita do deus Tyr. Mesmo sabendo que chegaria o tempo em que o Fenris-lobo se libertaria e traria morte e destruição a todos eles, os deuses não o mataram. - O que tem de ser, será, disseram.
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Lendas Mitológicas Em Geral
Storie breviE aí,galera! Vocês curtem mitologia? Se sim,este é o livro certo! Aqui você vai achar contos tanto sobre mitologia como algumas situações de diversas religiões. Que fique claro,que nada está sendo posto no intuito de ofender ou dar maior valor a de...