Prólogo - Background

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Meu nome é Eariel Gramm, talvez você me conheça... melhor, não eu, mas meus pais, afinal o nome Gramm sempre acaba ficando famoso onde... ou talvez não os conheça, já que chegamos aqui 7 anos atrás.

Deixe-me explicar.

Meus pais se chamam Earwen e Ariel Gramm, são aventureiros renomados de um outro continente e já lutaram muito contra poderes malignos junto com alguns companheiros estranhos, inclusive meu padrinho Kuoth..., mas isso já é outra história.

O que importa é que onde íamos meus pais eram chamados para ajudar alguém, salvar uma pessoa, uma cidade, uma galinha perdida (tá, exagerei... mas as vezes eu jurava que poderia acontecer).

Desde que nasci eu acompanhava suas aventuras, aprendi desde muito cedo a usar um arco, espadas, e fazer "truques" interessantes.

Eles sempre me disseram que eu era um prodígio e que tinha muito potencial, no entanto, diziam que o mais importante era me divertir, e que nunca deveria aceitar alguém me dizendo o que fazer (a não ser eles... eu não seria louco de discordar da minha mãe, eu preso pela minha vida).

Sempre os vi como meus heróis e sempre ouvi seus conselhos, no entanto, algo sempre me incomodou. Onde quer que eu fosse eu era sempre "O filho dos Gramm".

"O filho dos Gramm salvou aquele gatinho. "

"O filho dos Gramm bateu naqueles meninos. "

"O filho dos Gramm roubou a bolsa do senhorio. "

(Ok, agradeço por não lembrarem do meu nome nessa última... não dizendo que foi verdade... claro que não...)

O que quero dizer é que isso sempre me deixava agoniado, parecia que nada que eu fazia era bom o bastante para me comparar a eles.

Eu tinha uns 10 anos quando recebi uma notícia que me interessou... quando digo recebi estou dizendo que escutei pelo buraco da fechadura. Meus pais costumavam ter algumas conversas antes de dormir e muitas eram interessantes o bastante para me fazer prestar atenção.

Hoje em dia eu sei que eles sabiam quando eu estava ouvindo, mas naquela época eu me achava incrivelmente silencioso, e só me preocupava em sair assim que ouvia um "Chega de conversa, vem aqui" vindo de um dos dois, sabia que os sons começariam a mudar e hoje sei que eles diziam isso de propósito para me expulsar dali, mas como disse antes, eu me achava muito bom em espionar.

Bem, como eu dizia, certa noite os ouvi conversando sobre um assunto interessante e confuso, eles diziam que iriamos embora... não entendi aquilo, como ir embora?

Mal dormi com isso na cabeça e no dia seguinte não resisti.

— Pra onde vamos?

Meu pai sorriu para minha mãe.

— Íamos te contar isso, meu filho, mas pelo jeito você conseguiu descobrir sozinho.

— Me pergunto como você ouviu sobre isso? — Minha mãe disse, apoiando o queixo sobre as mãos enquanto nos sentávamos a mesa para o café.

Hoje quando me lembro dessa cena tenho certeza que havia sarcasmo e deboche na voz deles.

— Não importa como sei. Vamos, me expliquem. — Eu peguei um copo de leite e meu prato com ovos mexidos.

— Acontece filho, que a mamãe e o papai querem descanso.

Ela olhou para o meu pai, ele pôs a caneca de cerveja na mesa e suspirou.

— Olha Eariel. Eu e sua mãe estamos cansados daqui. E percebemos que não há mais nada de novo para a gente nesse lugar.

— Não diga. — Eu disse, começando a me entediar enquanto cutucava o ovo mexido.

Eariel - História de um ladinoOnde histórias criam vida. Descubra agora