X - Adeus as Ruínas Milenares

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— Quem é você?

Linkas estava de pé, com os braços cruzados. Encarava o homem sentado no chão, que esfregava a garganta, sentindo a sensação desconfortável das guelras sumindo.

— Morgan Ronald Foster, mercador e... mais. — Sorriu, se virou para mim e piscou.

Colegas de profissão conseguem se reconhecer. Não que esse tipo de coisa tenha sido uma profissão para mim... prefiro me considerar um "aventureiro versátil".

— Por que você estava preso? — O meio-dríade continuava o interrogatório.

— A versão resumida? Fui traído por meus colegas que me entregaram para as criaturas que vivem do outro lado da cachoeira, já esses acharam que eu seria uma ótima comida para o Aboleth.

— É um Aboleth que está nesse lago? — Sanhaime arregalou os olhos.

— Sim... espera, vocês estavam tentando atravessar a queda d'água? — Olhou ao redor.

Todos concordaram.

— Vocês são loucos! Tem Devoradores de Intelecto do outro lado!

Eu não fazia ideia do que eram essas coisas, mas pela reação do grupo não deveria ser bom.

— Então... creio que é melhor seguirmos para o Reino Drow. — Linkas disse, resignado.

— Podemos dormir primeiro? — Eu estava realmente cançado daquele dia.

— Sim, já deve ser noite, de qualquer forma.

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Eu e Tofu ficamos com o primeiro turno de vigia... então você já deve imaginar que as coisas não correram muito bem. Afinal, o desastre me persegue.

Eu ouvi uma voz na minha cabeça, uma espécie de sussurro irresistível que me pedia para entrar na água com urgência.

Foi o que fiz, levantei correndo, pronto para mergulhar, quando vi Oguway do meu lado. Ele se abaixou e me passou uma rasteira. Cai de cara no chão.

Isso não foi o bastante, tentei me levantar de novo, eu tinha que entrar na água, ele tentou me segurar, mas me esquivei, e finalmente, mergulhei.

Lá embaixo, só escuridão.

Vi um tentáculo logo antes dele me acertar. Engasguei com a dor, e logo depois percebi que podia respirar ali dentro. Naquele momento eu já não sabia por que tinha entrado ali. Algo devia ter me enfeitiçado.

Não sei quanto tempo se passou, mas senti algo me agarrando e puxando para fora d'água. Groot estava perto de mim, Maglor também. E com horror, percebi que não podia respirar.

Agora eu entendia o que acontecera com os outros, e a sensação era horripilante. Comecei a me desesperar, agarrando a garganta e me contorcendo, sem dar ouvidos para o druida que me pedia calma. Ele me tocou enquanto rezava e finalmente eu respirei.

O alivio foi enorme, deitei no chão respirando o mais fundo que podia.

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E finalmente estávamos fora das ruínas.

Olhei para trás, para o portal que Maltael tinha aberto com seu "toque celestial". Passamos poucos dias naquele lugar, mas parecia uma eternidade.

— Vocês sabem o caminho? — perguntou Morgan.

— Sim. — respondi.

— Você sabe? — Oguway se virou para mim, surpreso.

— Ué... como você acha que eu entregaria as informações que a Rainha Alhandra pediu?

Eariel - História de um ladinoOnde histórias criam vida. Descubra agora