II - Sociedade secreta

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Goblinoides e humanos nos cercavam, um grande grupo de ladrões com arcos apontando para todos.

— Larguem as armas, só queremos seus bens.

Olhei em volta, alguns do grupo começaram a soltar as armas.

"Fala sério pessoal, vamos nos entregar rápido assim?"

Eu tinha que tentar ganhar tempo, dei um pequeno sorriso e fiz cara de admirado.

— Uaaauu, que armadilha incrível. Vocês são muito bons! Podem me ensinar

— Hahahah. — A risada veio do meio das arvores.

O homem se adiantou, tinha um sorriso torto e pela aparência não deveria ser mais velho do que eu.

— Parece que temos um engraçadinho tentando ganhar tempo.... Você. — Ele apontou para um dos goblins. — Mostre a ele como nos divertimos.

O goblin sorriu selvagemente para mim e se aproximou. Comecei a me perguntar se havia sido uma boa ideia abrir a boca quando vi a criatura arregalar os olhos e parar.

— Aaaahh, chefe... Esse moleque... Ele não é um Gramm?

O homem que estava se sentando encostado em uma arvore pulou e se aproximou de mim.

— Hoho! Quem diria. Esses olhos azuis não mentem. Qual o seu nome?

— Eariel Gramm, sou filho de Eastar e Ariel.

— Rá! Olha só! — Ele abriu os braços e se voltou para o goblin. — Solte ele logo, vamos.

E senti a dor quando minha bunda bateu no chão. Consegui sair da rede e me levantei apalpando a área dolorida.

O homem me estendeu a mão.

— Meu nome é Young Gun, conheço seu pai muito bem! Aliás, como ele está?

Que ótimo, meus pais salvando minha pele de novo...

— Muito bem... eu acho. Vem tentando se aposentar faz um tempo, mas sempre aparece algo...

— Hahahahah, impossível aquele homem ficar parado. — Ele pigarreou e começou a cantar. — He is a cowboy... on a steel horse he ride, he's wanted, Waaanteed! Dead or alive!

Ele terminou de cantar e voltou a rir.

Eu espero sinceramente que você tenha entendido o que acabou de acontecer, porque eu não faço a mínima idéia do que acabei de ouvir... por isso achei que a melhor saída fosse sorrir e concordar com a cabeça.

Ouvi um pigarro vindo de algum lugar.

Olhei para o lado e vi Samhaime levantando as sobrancelhas.

— Aaah, então... acha que poderia soltar meus companheiros?

— Ah, tinha me esquecido.... Bem, posso soltá-los, se você realmente confiar neles.

— Eu confio... na verdade eu preciso deles. São aventureiros.

— Eu percebi. Muito bem então. Soltem o pessoal e vamos levá-los para passar o resto do dia conosco.

— Para onde vamos?

— Você vai ver.

Assim que todos estavam soltos e com a posse de seus bens novamente seguimos Young Gun. Passamos por uma mata fechada que percebi ser ilusões criadas por alguns goblins. Depois da travessia chegamos ao que eu poderia dizer que era um grande acampamento... ou uma pequena comunidade.

Eariel - História de um ladinoOnde histórias criam vida. Descubra agora