Atraída a Você - Série Destinos traçados - Livro 4

Capítulo 4

Natalie

Meu coração parecia ter ficado um pouco picado como folhas de papeis que voam ao vento, ou pedaços de algodão, quando vi o garoto bonito conversando com a tal Jeanine. Fechei meu livro e sai de perto da árvore o mais rápido que podia. E quando aquele Max me cercou, pensei que tinha alguma coisa de errada comigo. Não que ele não fosse bonito, Max até era. Mas senti algo ruim se agitar dentro de mim, como se mandasse eu correr para bem longe dele. E foi o que fiz, aceitei a flor e sai em disparada, como se estivesse sendo perseguida pelo capeta. Não fui direto para a casa de Cristina, a essa hora George devia estar em casa, e eu não gostava nem um pouco da forma que ele me olhava e outras coisas, que nem quero pensar. Fui direto para o parque, já que hoje eu não tinha trabalho na casa daquelas pessoas ricas. Me sento em um canto distante e largo a flor ao lado. Tento voltar a minha leitura, mas acabo fechando o livro. Me lembro de papai, minha mãe e Belle. A imagem de Damien também vem a minha cabeça, junto daquela garota.

Você queria o que Natalie? Olha para você, para ela e Damien. Você é só a amiga que está ajudando ele nas provas. E a tal Jeanine como te disse hoje antes de começar as aulas te cercando no banheiro, é a namorada dele. E você só está gostando dele por carência afetiva. Se você fosse a psicóloga que Cristine suspendeu as sessões, ela te diria isso. Carência afetiva. Está confundido amizade, com amor que você lê nos livros. Convicta sobre mim, volto a ler meu livro e me afundo na leitura.

Deixei os personagens do livro me levarem de tal forma, que nem vi a hora passar. Ainda sorrindo, guardei o livro na minha bolsa, já no começo da noite e corri para casa de Cristine. Assim que passo pela porta da cozinha, Cristine me olha.

— Onde você esteve?

— Estava na biblioteca e perdi a hora, me desculpa.

— Não tem desculpas Natalie, hoje você vai dormir sem jantar — Ela mexe no braço, que tem uma nova mancha roxa. É, já sei que George está bêbado. Cristine volta a mexer uma sopa, que está cheirosa. — Toma banho, vai direto para o seu quarto e tranca a porta — Sua voz dura e seca me faz subir, rapidamente.

Sinto falta de ver Kate, mas chego ao meu quarto. Não ligo para a fome que estou sentindo, principalmente depois de ter sentindo o cheiro da sopa. Vou para o banheiro, tomo um banho rápido e logo saio, contendo a vontade de chorar. Não tem problema, amanhã arrumo algo para comer, ou se eu não estiver muito cansada, posso esperar Cristine e George dormirem e pegar um pouco da sopa. Tranco a porta do meu quarto e penteio o meu cabelo. Olho através da janela algumas crianças brincando felizes e me divirto ao ver o filho do vizinho aprender a andar de bicicleta. Me jogando na cama, acendo a lanterna e abro o livro da escola. Depois de muito estudar, sorrio, quando consigo adiantar a matéria para o próximo bimestre. Em breve eu vou consegui ter a minha vida de volta, e não vou precisar passar por isso que estou passando agora. Um dia vou ter a minha casa, fazer o que eu quiser e ter todas as comidas que eu puder comprar.

Acordo sentindo um cheiro de comida, parece ser cachorro quente. Abro os olhos e me deparo com Damien, perto da janela. Como uma sombra, ele me oferece um prato sem se aproximar; me sento na cama.

— Me desculpe não ter te encontrado hoje, estive ocupado...

— Tudo bem garoto bonito, eu não estava te esperando. O que é isso? — Ele parece sem graça, mas se aproxima e percebo que ele trás uma garrafa de refrigerante também. — Como você subiu com essas coisas?