SINOPSE:
Quando um coração é partido em pedaços, dizem as regras que só restam a pessoa catar esses pedaços e tentar se curar. Mas quando dois corações são quebrados ao mesmo tempo, em uma mesma noite? Dois corações que tiveram tantas decepções, ma...
Vamos curtir essa música linda e esse capítulo que está cheio de revelações :) Me desculpem o atraso.
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"... Meu coração estava cego por você
Beijei seus lábios e segurei sua cabeça
Partilhei seus sonhos e a sua cama
Conheço-te bem, conheço o seu cheiro
Eu estive viciado em você
Adeus meu Amor
Adeus minha amiga..."
(James Blunt - Goodbye My Lover)
Natalie
Depois de Damien ter passado os dedos nas cordas do violão eu e ele ficamos em silencio, nos olhando. Sempre gostei de pensar, que sou muito madura para a minha idade. Talvez pelo costume de ler livros que pessoas da minha idade não tem o costume de ler, ou talvez por meu pai e minha mãe quando vivos terem me tratado de forma adulta eu não me sinta tão nova como deveria ser. Me lembro de Belle com seus olhos risonhos, gargalhada engraçada, as pontas do cabelo molhados enquanto bolhas de sabão subiam, da banheira.
Talvez se eles estivessem aqui...
É tantos talvez que nem sei o que pensar, mas sei dentro de mim a cada dia que passo ao lado desse garoto bonito, mais e mais ele vai invadindo uma parte do meu coração, me fazendo sonhar. Em menos de três semanas vou fazer quinze anos, então posso me considerar normal em sentir isso por ele. Talvez por causa das músicas lindas que ele cantou, seu jeito de me olhar como se eu fosse realmente alguém especial para ele. Enquanto seus dedos deslizavam pelas cordas do violão foi como se ele não estivesse apenas tocando, mas também dançando comigo em pensamento. Talvez apenas nos meus pensamentos, mas não menos especial.
— No que você está pensando, maluquinha? — Ele quebra o silêncio
— Em você, na vida. — Olho para ele e remexo o boné na minha mão — Mesmo tendo perdido meus pais e Belle, eu acho que gosto de viver. Ter escutado você tocar e cantar essas músicas lindas, me fez querer dançar. Olhar para vida, amar, viver. É tão estranho as vezes Damien, sinto que eu ás vezes poderia quase tocar o céu, de tanta alegria. Sabe? Mas quando eu olho para a realidade a minha volta, me sinto obrigada a colocar os pés no chão. Tentar achar um jeito de sobreviver todos os dias e isso me dá medo.
Damien larga o violão, se ajeitando na cama. Respiro fundo.
— Nossa, eu falei muito e acho que nem fiz sentido...
— Fez todo o sentindo, eu também tenho medo. — Ele me olha, atenciosamente — Todos os dias eu olho e pergunto se as coisas poderiam ser diferentes se meu pai não tivesse morrido. Se eu não tivesse perdido a minha mãe para as drogas. Talvez se a minha tia também não fosse uma viciada e estivesse viva, as coisas poderiam ser diferentes. Mas aí eu me foco nos momentos, não importa qual, mas o que me dá alegria. Que me dão a certeza de querer continuar.
