SINOPSE:
Quando um coração é partido em pedaços, dizem as regras que só restam a pessoa catar esses pedaços e tentar se curar. Mas quando dois corações são quebrados ao mesmo tempo, em uma mesma noite? Dois corações que tiveram tantas decepções, ma...
Me desculpem o atraso! Então apertem o play dessa música linda e vamos ao capítulo :)
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Damien
Palavras não bastam, não explicam o medo que sinto pela escolha que fiz há quatro meses atrás. Mas de uma coisa eu tenho certeza, a vida apronta conosco, o destino nos viram do avesso, mas a vida segue, ela tem que seguir de alguma forma. E enquanto um médico não assina o nosso óbito a vida não acabou. Hoje eu sei que não importa o que te aconteça, o quanto você lute, você tem que viver, arrumar um jeito de seguir em frente e acreditar que no final as coisas se acertem. Pode não ser o final feliz que você imaginou para a sua vida, mas não existe finais felizes. Finais felizes são apenas uma ilusão, porque entendi que a felicidade é efêmera. Que ela existe em todos os momentos, mesmo nas situações mais triste, mesmo quando não há muito a se fazer.
Cruzo uma esquina, e respiro fundo olhando para aliança no meu dedo. Mesmo com sono faço o trajeto da agencia para a casa da doutora Ana. Como estou conseguindo lidar com tudo isso? Nem eu mesmo sei, mas de algum jeito eu tenho que fazer as coisas andarem, a vida continua independentemente de qualquer coisa. E agora não sou mais sozinho caminhando por essa estrada chamada vida. Sou sinônimo de mim mesmo, antagonista da minha própria história, se dobrando mais uma vez diante o inevitável, chamado destino. Saber e reaprender que na solidão muitas vezes encontramos a nossa verdade, uma força para continuar, que muitas vezes esquecemos. Nesses quatro meses estou aprendendo que podemos estar junto de várias pessoas, amigos, seguir em frente, mas que também a solidão pode ser a nossa melhor companhia.
A vida muitas vezes pode ser amarga, mas também boa de se viver. E não importa o quanto te doa por dentro, de algum jeito, você tem que driblar o dia a dia. Fazer as vinte e quatro horas se transformarem em quarenta e oito, lutar. Reconhecer que de nada sabemos sobre a vida e morremos ainda sem entender muita coisa. Mas se apegar em pequenas alegrias, esperanças, é o que nos fazem ir adiante. Como quando eu sinto os bebês se movimentarem na barriga de Nat, que me faz sorrir, acreditar que cumpri as minhas promessas.
Sentir uma paz estranha em pagar a escola, psicólogo para os garotos, médicos. Ser aquele pai que não sabe de quase nada sobre o futuro, arrumar um tempo para ver os filhos no jogo e ficar lá gritando da arquibancada igual a um otário, com a boca cheia de cachorro quente. Chegar em casa e fazer uma comida mirabolante que agrade os dois ao mesmo tempo, depois de ter trabalhado por horas e ainda ter que arrumar tempo para visitar Nat e os trigêmeos e dar conta da reforma da casa que eu comprei. Sorrio lembrando de Nat que dizia sempre que eu era capaz. Dizia, não, diz na minha cabeça, porque dentro de mim ela está sempre presente, mesmo muitos achando que eu possa desistir dela a qualquer momento.
Paro em frente a casa da doutora Ana, a terapeuta de Nat e agora dos garotos que deve achar que eu estou fazendo um atestado a pobreza, porque nem consulta mais ela me cobra. Estaciono o carro em frente a sua casa, seu marido que está podando uma roseiras vem falar comigo. A doutora Ana serve uma mesa de chá na varanda, quando estou conversando com o seu marido sobre as mudas de rosas amarelas. Acho que Nat quando acordar iria gostar de ver elas misturadas junto com as brancas, no jardim que estou fazendo. Giro a aliança no meu dedo, sorrindo, porque consegui uma muda de rosas para por no jardim.