Passamos por becos escuros, e sem saídas, ruas bem sinistras. Até pararmos em frente a uma humilde casa, com no máximo dois comôdos.
-Bem-vinda ao seu "terceiro" lar, assim digamos.
Eu adentrei a casa, apesar de simples, muito bem cuidada e arrumada, mas a única coisa que percebi, foi o forte cheiro de sangue, sem me dar conta estava com uma bolsa de sangue na boca, aquele gosto de sangue percorrendo minha garganta, era um alivio e tanto. Steve colocou sua mochila no sofá e se sentou.
-Estava com fome mesmo né, meu amor, bom chega de enrolação vou te contar o pouco que sei sobre você, você estava quase confiando totalmente em mim quando, bom você sabe o que aconteceu. Vamos começar por onde nos conhecemos, eu havia acabado de me transformar, estava assustado, com sede, foi então que ataquei uma criança, ela chorava mas não conseguia parar, e quando ela já estava sem vida... - Lágrimas escorreram de seu rosto, ele rapidamente as limpou - Foi ai que você apareceu... -terminei a bolsa, fechei a geladeira e sentei-me ao seu lado.- você me disse palavras de conforto, você me deu esperança, quando finalmente consegui olhar em seus olhos, eu me apaixonei pelo brilho deles, eu te amei desde daquele dia Ester, e vou continuar amando para todo o sempre.
Me virei para frente, e ao ver uma fotográfia de nós dois juntos, me lembrei desta noite em que nos conhecemos, flashback "era uma noite fria, chovia muito, havia acabado de sair da escola, foi quando o vi chorando em um beco escuro, também ao lado uma criança já sem vida, eu olhei em seus olhos, e assim pude ver sua alma, que ainda era pura, e assim já sabia que ia me apaixonar"
Assim que voltei a mim, me joguei em seus braços, e lágrimas não paravam de cair, em meio ao choro sussurrei "Steve, senti tanto a sua falta". Ele me abraçou ainda mais forte, "eu te amo, my love". Em meio a várias lágrimas e abraços, ouvimos batidas na porta. Steve me soltou e olhou pelo olho mágico, era Camille.
-É Camille, ela parece furiosa, bom não é para menos, você atacou o irmão dela, deixo-a entrar?
-Deixe! Preciso me desculpar, e perguntar se ela sabe de algo, ela pode me ajudar a lembrar.
-ok, você que manda - então a porta se abriu, como se um furacão enfurecido tivesse entrado, sua presença era forte como de um lobo, não, como de uma alfa.
- ESTER VOCÊ TEM 5 MINUTOS PARA ME EXPLICAR POR QUE ATACOU MEU IRMÃO? -ela me jogou na parede com força.
- Acho que vou precisar de mais tempo.
Steve quis interferir, porém não deixei.
Então, expliquei tudo a Camille, tudo mesmo, ela ficou confusa, mas por fim entendeu, me abraçou e disse "vamos passar por essa juntas", assim que me soltou olhou para baixo com tristeza.
- O que foi ? -perguntei curiosa.
- Nada, deixa para lá, você já passou por muita coisa hoje.
- Realmente ela passou. - Steve aparentava preocupação. - Por agora Ester, temos que sair daqui, no caminho eu explico - ele puxou minha mão e fomos em direção a porta.
- Você não vem Camille? - perguntei aflita.
- Não, eu não vou, já que as coisas foram esclarecidas, preciso fazr algumas coisas. -ela jogou um olhar de preocupação para Steve, ele balançou a cabeça e abriu a porta, me puxou novamente.
- Steve??, para onde estamos indo??? -parei no meio do caminho.
- Qualquer lugar que não seja aqui. - ele me puxou com mais força
- MAS POR QUE?
- Se lembra que o garoto que você atacou tem como pai um alfa? Então, a alcateia dele já deve estar a sua procura, Camille vai tentar acalma-lo, mas conhecendo a rivalidade entre seus pais, não acho que adiantará algo. Então temos que fugir.
Pegamos um carro roubado assim que tivemos acesso a rua, Steve dirigiu, ele disse que iamos a uma cabana nas montanhas, eu sentia que podia confiar nele, mas ainda tinha minhas dúvidas.
No caminho ele me contou como eu costumava desconfiar de tudo e todos, era cautelosa para com minhas amizades e inimizades, ele disse que tentava ao máximo me tirar dos pensamentos de vingança, mas era dificil. Ele disse que eu evitava dizer coisas sobre como me transformei, minha idade e etc... Isso vou ter que descobrir sozinha, e outras tantas coisas, perguntei a ele sobre algum livro ou caderno, se ele já tinha visto:
-você nunca me falou sobre livro nenhum, Ester - ele segurou com mais força no volante.
- Depois disso precisarei voltar a minha casa para investigar - já estava de noite.
- Você não vai mais voltar lá Ester! Estamos indo para a cabana pra passarmos a noite, logo de manhã vamos fugir e recomeçar a vida! - ele disse com convicção.
- NÃO! - Berrei.
- SIM!
- Steve, eu não posso abandonar minha vida assim, mesmo que eu não me lembre de nada, mesmo que eu corra perigo, vampiros não são imortais? -questionei
- O que eles vão te fazer passar é mais cruel do que a própria morte, meu amor, eu te peço por favor, fuja comigo para bem longe deste lugar.
- Pare o carro imediatamente!
- não vou parar...
-PARE!
- tudo bem... Ester, posso te fazer uma proposta?
- O que?
- você fica uma noite na cabana para que se proteja do alfa, mas pela manhã veremos se o alfa entendeu a situação pela Camille, está bem?
- Então está tudo certo...
Chegamos a cabana tarde da noite, mal sabia eu que ali aconteceria algo desesperador, entramos na cabana, parecia um lugar antigo, pois seus móveis eram todos de madeira e estavam empoeirados, derepente Steve jogou um pote com um pó brilhante no chão, dei um pulo e um gritinho:
- Sério, você costumava ser mais corajosa, meu amor. - ele começou a sorrir despreocupado.
- Você quase me mata de susto, apesar de tecnicamente eu já estar morta, queria saber como eu morri, muito provavelmente de um susto como esse! - começamos a rir. - mas sério, por que jogou essa purpúrina ai?
Ele sorriu, mostrando seus perfeitos dentes:
- essa "purpúrina" é um pó magico que inibe o som, o cheiro, e a cabana em si dos lobos, era muito ultilizado por humanos, para se proteger de alcateias de lobos ameaçadas pela caça.
- Nossa já estava achando que a casa começaria a flutuar, ou era um ritual de boas-vindas sei lá. - rimos muito.
- está ficando frio não é?
- isto não é normal para uma vampira, você está com medo Ester?
Eu olhei para cima e dei de ombros.
-teimosa como sempre - ele foi até um quarto pegou um cobertor jogou sobre mim, e logo em seguida me abraçou.
- Eu te amo Ester...
-Eu não sei se te amo, mas provavelmente te amava Steve, e consigo ver o por que.
- É, vou ter que te conquistar novamente, ******** - assim que terminou a frase, virou o rosto para o outro lado.
- O que você disse por último? Não consegui entender!.
- Não foi nada, deixa para lá, você quer alguns biscoitos? Vampiros precisam de sangue, mas podem comer normalmente também. Vá la pegar! - ele me fez sorrir.
- Eu vou trazer só para mim também, preguiçoso!
-eu não queria mesmo - ele mostrou a língua. Quando estava indo, ele me puxou e me beijou dizendo "eu te amo", me virei e fui em direção a cozinha.
Abri o armário, e quando estava alcançando os biscoitos, Steave apareceu atrás de mim com uma estaca, sem chance de reação ele apunhalou meu coração, quando estava perdendo a conciência eu o ouvi dizer " o que eu tinha dito é: espero que me perdoe".
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Sede de sangue
VampireSangue, tensão, e um ataque, sangue para todo lado, sangue, sangue inocente. Ester acorda em um lugar estranho, sem lembrar de nada, apenas com uma sede incontrolável por sangue, ela sabia apenas seu nome. Ester vai precisar descobrir seu passado...