Capítulo 3 - Perseguida pelo alfa.

88 4 9
                                    

Passamos por becos escuros, e sem saídas, ruas bem sinistras. Até pararmos em frente a uma humilde casa, com no máximo dois comôdos.
-Bem-vinda ao seu "terceiro" lar, assim digamos.
Eu adentrei a casa, apesar de simples, muito bem cuidada e arrumada, mas a única coisa que percebi, foi o forte cheiro de sangue, sem me dar conta estava com uma bolsa de sangue na boca, aquele gosto de sangue percorrendo minha garganta, era um alivio e tanto. Steve colocou sua mochila no sofá e se sentou.
-Estava com fome mesmo né, meu amor, bom chega de enrolação vou te contar o pouco que sei sobre você, você estava quase confiando totalmente em mim quando, bom você sabe o que aconteceu. Vamos começar por onde nos conhecemos, eu havia acabado de me transformar, estava assustado, com sede, foi então que ataquei uma criança, ela chorava mas não conseguia parar, e quando ela já estava sem vida... - Lágrimas escorreram de seu rosto, ele rapidamente as limpou - Foi ai que você apareceu... -terminei a bolsa, fechei a geladeira e sentei-me ao seu lado.- você me disse palavras de conforto, você me deu esperança, quando finalmente consegui olhar em seus olhos, eu me apaixonei pelo brilho deles, eu te amei desde daquele dia Ester, e vou continuar amando para todo o sempre.
Me virei para frente, e ao ver uma fotográfia de nós dois juntos, me lembrei desta noite em que nos conhecemos, flashback "era uma noite fria, chovia muito, havia acabado de sair da escola, foi quando o vi chorando em um beco escuro, também ao lado uma criança já sem vida, eu olhei em seus olhos, e assim pude ver sua alma, que ainda era pura, e assim já sabia que ia me apaixonar"
Assim que voltei a mim, me joguei em seus braços, e lágrimas não paravam de cair, em meio ao choro sussurrei "Steve, senti tanto a sua falta". Ele me abraçou ainda mais forte, "eu te amo, my love". Em meio a várias lágrimas e abraços, ouvimos batidas na porta. Steve me soltou e olhou pelo olho mágico, era Camille.
-É Camille, ela parece furiosa, bom não é para menos, você atacou o irmão dela, deixo-a entrar?
-Deixe! Preciso me desculpar, e perguntar se ela sabe de algo, ela pode me ajudar a lembrar.
-ok, você que manda - então a porta se abriu, como se um furacão enfurecido tivesse entrado, sua presença era forte como de um lobo, não, como de uma alfa.
- ESTER VOCÊ TEM 5 MINUTOS PARA ME EXPLICAR POR QUE ATACOU MEU IRMÃO? -ela me jogou na parede com força.
- Acho que vou precisar de mais tempo.
Steve quis interferir, porém não deixei.
Então, expliquei tudo a Camille, tudo mesmo, ela ficou confusa, mas por fim entendeu, me abraçou e disse "vamos passar por essa juntas", assim que me soltou olhou para baixo com tristeza.
- O que foi ? -perguntei curiosa.
- Nada, deixa para lá, você já passou por muita coisa hoje.
- Realmente ela passou. - Steve aparentava preocupação. - Por agora Ester, temos que sair daqui, no caminho eu explico - ele puxou minha mão e fomos em direção a porta.
- Você não vem Camille? - perguntei aflita.
- Não, eu não vou, já que as coisas foram esclarecidas, preciso fazr algumas coisas. -ela jogou um olhar de preocupação para Steve, ele balançou a cabeça e abriu a porta,  me puxou novamente.
- Steve??, para onde estamos indo??? -parei no meio do caminho.
- Qualquer lugar que não seja aqui. - ele me puxou com mais força
- MAS POR QUE?
- Se lembra que o garoto que você atacou tem como pai um alfa? Então, a alcateia dele já deve estar a sua procura, Camille vai tentar acalma-lo, mas conhecendo a rivalidade entre seus pais, não acho que adiantará algo. Então temos que fugir.
Pegamos um carro roubado assim que tivemos acesso a rua, Steve dirigiu, ele disse que iamos a uma cabana nas montanhas, eu sentia que podia confiar nele, mas ainda tinha minhas dúvidas.
No caminho ele me contou como eu costumava desconfiar de tudo e todos, era cautelosa para com minhas amizades e inimizades, ele disse que tentava ao máximo me tirar dos pensamentos de vingança, mas era dificil. Ele disse que eu evitava dizer coisas sobre como me transformei, minha idade e etc... Isso vou ter que descobrir sozinha, e outras tantas coisas, perguntei a ele sobre algum livro ou caderno, se ele já tinha visto:
-você nunca me falou sobre livro nenhum, Ester - ele segurou com mais força no volante.
- Depois disso precisarei voltar a minha casa para investigar - já estava de noite.
- Você não vai mais voltar lá Ester! Estamos indo para a cabana pra passarmos a noite, logo de manhã vamos fugir e recomeçar a vida! - ele disse com convicção.
- NÃO! - Berrei.
- SIM!
- Steve, eu não posso abandonar minha vida assim, mesmo que eu não me lembre de nada, mesmo que eu corra perigo, vampiros não são imortais? -questionei
- O que eles vão te fazer passar é mais cruel do que a própria morte, meu amor, eu te peço por favor, fuja comigo para bem longe deste lugar.
- Pare o carro imediatamente!
- não vou parar...
-PARE!
- tudo bem... Ester, posso te fazer uma proposta?
- O que?
- você fica uma noite na cabana para que se proteja do alfa, mas pela manhã veremos se o alfa entendeu a situação pela Camille, está bem?
- Então está tudo certo...
Chegamos a cabana tarde da noite, mal sabia eu que ali aconteceria algo desesperador, entramos na cabana, parecia um lugar antigo, pois seus móveis eram todos de madeira e estavam empoeirados, derepente Steve jogou um pote com um pó brilhante no chão, dei um pulo e um gritinho:
- Sério, você costumava ser mais corajosa, meu amor. - ele começou a sorrir despreocupado.
- Você quase me mata de susto, apesar de tecnicamente eu já estar morta, queria saber como eu morri, muito provavelmente de um susto como esse! - começamos a rir. - mas sério, por que jogou essa purpúrina ai?
Ele sorriu, mostrando seus perfeitos dentes:
- essa "purpúrina" é um pó magico que inibe o som, o cheiro, e a cabana em si dos lobos, era muito ultilizado por humanos, para se proteger de alcateias de lobos ameaçadas pela caça.
- Nossa já estava achando que a casa começaria a flutuar, ou era um ritual de boas-vindas sei lá. - rimos muito.
- está ficando frio não é?
- isto não é normal para uma vampira, você está com medo Ester?
Eu olhei para cima e dei de ombros.
-teimosa como sempre - ele foi até um quarto pegou um cobertor jogou sobre mim, e logo em seguida me abraçou.
- Eu te amo Ester...
-Eu não sei se te amo, mas provavelmente te amava Steve, e consigo ver o por que.
- É, vou ter que te conquistar novamente, ******** - assim que terminou a frase,  virou o rosto para o outro lado.
- O que você disse por último? Não consegui entender!.
- Não foi nada, deixa para lá, você quer alguns biscoitos? Vampiros precisam de sangue, mas podem comer normalmente também. Vá la pegar! - ele me fez sorrir.
- Eu vou trazer só para mim também, preguiçoso!
-eu não queria mesmo - ele mostrou a língua. Quando estava indo, ele me puxou e me beijou dizendo "eu te amo", me virei e fui em direção a cozinha.
Abri o armário, e quando estava alcançando os biscoitos, Steave apareceu atrás de mim com uma estaca, sem chance de reação ele apunhalou meu coração, quando estava perdendo a conciência eu o ouvi dizer " o que eu tinha dito é: espero que me perdoe".

Sede de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora