Recobrei a consciência, abri meus olhos lentamente, percebi que estava apoiada em um carro, no meio do que parecia ser uma floresta gigante, a minha frente Steve estava com o olhar fixo em mim, então tentei atacá-lo, porém minhas mãos estavam presas e minhas pernas não se moviam, assim que reagi ele disse:
-Bom dia meu amor, melhor não se mexer você passou um bom tempo dormindo calmamente, suas pernas devem estar dormentes. - ele continuava a me olhar fixamente.
-É SÉRIO STEVE?, EU PENSEI QUE FOSSE ME MATAR! - berrei, mas meus gritos não pareciam alcança-lo, pois em seu rosto não havia expressão alguma.
-Eu jamais te machucaria Ester! -Steve respondeu confiante.
- MEU DEUS! NÃO ACREDITO NO QUE ESTOU OUVINDO! -tentei gritar apontando para minha camiseta cheia de sangue.
-Isso jamais te mataria, você apenas estava desacordada, eu sabia que você não viria comigo, você é teimosa! Eu não poderia deixar eles te pegarem! Você não entende a gravidade da situação? - ele começou a andar de um lado a outro.
- Eu posso fazer as minhas escolhas sozinha!
- Não quando te colocam em risco, vamos andando precisamos pegar o avião! - ele começou a me puxar.
-Espera!!! Eu não posso ir!!! E além do mais eu posso gritar, assim você vai ter que me soltar! - tentava me segurar no carro mas era impossível com as mãos amarradas.
- Se eu fosse você eu não gritaria, seria ainda mais fácil para eles te localizarem, você tem que vir comigo, você só vai estar protegida comigo! Entenda Ester! - ele me puxou floresta adentro.
Não conseguia mais dizer uma palavra se quer, só lágrimas caiam de meus olhos, eu perderia tudo, toda chance de me lembrar quem era, o que fazia, e por que tinha perdido minhas memórias. Steve permanecia em total silêncio apenas olhando para frente, fingia ignorar meu sofrimento.
Paramos cerca de 5 minutos de caminhada.
-Vamos descansar. - olhou em um relógio no seu pulso. -o voo sai as 13:00 e são 12:06, e faltam mais ou menos 5 minutos de caminhada.
-Por que você não foi direto de carro? - perguntei indignada.
- Por que o carro era roubado, e descobri que tinha um rastreador.
-Ah sim... - respondi e sentei em um tronco de árvore.
Bom, esses horários me fizeram pensar tenho menos de uma hora para fugir, se não todas minhas lembranças vão ser tiradas de mim permanentemente.
12:09 AM.
-vamos temos que ir agora! - Steve disse com a voz tremula.
- está bem... - levantei-me, abaixei a cabeça e segui em frente.
12:17 AM
Restavam 47 minutos para minha fuga, tinha que dar um jeito de escapar de qualquer forma!. Essa foi a hora que demos entrada ao aeroporto. Sentamos para esperar o horário. Eu olhava para os lados tantas pessoas, o desespero tomou conta e eu corri, corri sem olhar para trás, mas fui interrompida por Steve, que apareceu em minha frente.
-Não torne isso mais difícil do que já é, Ester. -ele segurou meu braço.
Meus olhos ficaram vermelhos e entristecidos, naquela época não tinha noção do poder que tinha, Steve tinha essa noção e se aproveitou do meu momento de fraqueza. Eu batia em seu peito, mas estava sem força, chorava muito, e as algemas pareciam me enfraquecer.
-por favor, p-por favor Steve. -eu suplicava, mas parecia que falar não ia adiantar. Ele me puxou de volta aos assentos.
12:45 AM
Eu não sabia o que fazer, então engoli minhas lágrimas e comecei a pensar racionalmente:
- Eu quero ir ao banheiro! - pedi séria.
-Não, você usa o do avião, nós já vamos embarcar! - ele respondeu com certa frieza.
- Vai me proibir de ir ao banheiro agora?, por favor, você pode até ficar na porta eu não vou fugir. - insisti.
- Ok, mas se fugir eu saberei para onde.
Então começamos a andar na direção do banheiro, no caminho uma sensação familiar me subiu a espinha, tudo ao nosso redor parecia ter ficado mais lento, não sei por que mais fechei os olhos e aquela voz sussurrou "direita". E o mundo voltou ao normal, parei de andar no mesmo instante:
- O que foi Ester? Vamos! - Steve questionou.
Eu virei meus olhos para olhá-lo, e voltei-me para um extintor de incêndio, sem pensar duas vezes arranquei-o e com todo o resto de minha força, taquei-o na cabeça de Steve, aquilo não o mataria, nem o faria desmaiar, claro, mas atordoado, era tempo o suficiente para correr para direita. E eu corri e corri, era um corredor muito longo e no meio dele haviam duas entradas, e da entrada da direita surgiu um garoto familiar berrando:
-Ester!! Venha para cá!! Agora!!.
Eu não tinha escolha a não ser ir, então sem ao menos cogitar que acabará de ser traída por alguém que dizia ser meu namorado, corri na direção do garoto. E ele jogou um pó que nos envolveu em uma esfera. Quase sem fôlego disse:
-purpurina de novo? - coloquei as mãos em meus joelhos ofegante.
13:00 AM
- Isso definitivamente não é purpurina! - ele me olhou sério.
Dava para ver tudo o que acontecia lá fora, mas pelo jeito ninguém nos via ali dentro, dava para ouvir os gritos de Steve, até ele chegar bem perto da esfera, ele não estava mais sério, estava chorando e gritando meu nome foi quando ouvi ele dizendo bem baixinho "me perdoe Ester, não queria fazer aquilo", vi sua sombra virar o corredor e sumir.
Estava imóvel, assustada de mais para agradecer ou perguntar o nome do garoto cujo me salvou, ele também permanecia imóvel a minha frente.
- Ester sei que está assustada, mas não sou seu inimigo - ele disse calmamente.
- Dada as circunstâncias, você ainda quer vir falar isso? - estava inquieta.
- Depois que me ataca e eu te salvo ainda tem dúvidas para com as minhas palavras.
-Eu não acredito! Você é o irmão da Camille! - meus olhos se arregalaram.
-é, e viva a todo mundo - ele falou com um toque de ironia em sua voz.
- ME DESCULPA! - gritei, sem querer.
-tá!!! Só não grita!! Você sabia que lobos tem os ouvidos mais sensíveis por um acaso?
Eu realmente sentia muito, mais esse cara está me irritando:
-enfim, fiquei sabendo que você não se lembra de nada, então é um NÃO prazer novamente Ester, meu nome é tobi. - ele esticou a mão.
Eu não contive a risada:
- Tobi?! Tipo um cachorro Tobi? - estendi a mão, gargalhando, ele por sua vez a apertou que deu pra ouvir cada osso quebrando. - AI! VOCÊ TÁ LOCO?.
- Para de drama! Você é uma vampira, logo se cura!, e sabia que quando nos conhecemos ambas as coisas aconteceram!. - Ao final de sua frase minha mão já estava curada.
- mas o que você veio fazer aqui? - perguntei enfurecida.
- Não é obvio? Vim te salvar!
- Eu estava muito bem sozinha!
- A claro, estava a ponto de entrar no avião e nunca mais lembrar quem é, patética, deveria me agradecer! Estou aqui apenas pela Camille, e por que devia a você alguns favores!
Revirei os olhos:
- Tá, obrigado... CAMILLE!
- Tanto faz, temos que sair daqui, antes que seu namorado maluco, nos ache.
Levantei as mãos:
-mesmo que saiamos daqui ele vai me achar, acho que ele colocou um rastreador nessa coisa!.
-Nossa dá até dó te ver nesse estado...
- Como assim?????
-Ester, foi você que criou essas algemas. - logo em seguida ele as tirou com um golpe.
- Eu???.
-Tá, tá perguntas depois. Primeiro, vamos sair daqui, tem uma porta no fundo do corredor, quando eu disser três a esféra vai sumir e vamos correr até lá, tudo bem?
-Ok.
- Um... Dois... Três...
Então corremos, e rapidamente estávamos do lado de fora.
- Foi você que sussurrou em meu ouvido "direita"?
- Não, está doida?
-Então como pretendia me salvar.
- Eu sinceramente não sabia, agradeci aos céus naquele momento que você virou o corredor, não sabia como te salvar sem fazer um escândalo.
Eu realmente preciso descobrir de quem é essa voz. Ouve um curto espaço de silêncio até eu dizer:
- E agora? - Questionei.
-Você vai até ao alfa! - ele soltou um sorriso irônico.
- E não seria ele que quer me fazer passar por "algo pior que a morte"? - rebati.
- Sim, e você vai ter que convencer ele, do contrário...- seus olhos azuis tocaram o céu.
- caso contrário?
-sofrerá eternamente - soltou um sorriso falso.
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Sede de sangue
VampireSangue, tensão, e um ataque, sangue para todo lado, sangue, sangue inocente. Ester acorda em um lugar estranho, sem lembrar de nada, apenas com uma sede incontrolável por sangue, ela sabia apenas seu nome. Ester vai precisar descobrir seu passado...