Chapter II

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Entrei no restaurante pelos fundos, esbarrando e cumprimentando algumas cozinheiras e colegas de serviço. Me encaminhei até o banheiro para fazer a troca de roupa. Meu uniforme era um vestido preto que iam até o meio das pernas, e na lateral do vestido perto do ombro tinha as iniciais do restaurante gravado; Golden Pearl.

O restaurante que eu trabalhava era de classe média. Era bem requintado, com azulejos e luminárias combinados em tons de dourado e as luminárias revestidas em pérolas, o que fazia jus ao nome do local. Havia mesas espalhadas pelo enorme salão, ao meio ficava um mini palco, onde iam alguns cantores locais para tocar ao vivo.

A maioria dos clientes que frequentavam, eram pessoas bem conhecidas no ambiente comercial. Mas nada de pessoas muito ricas, já que essas pessoas que eram donas das maiores empresas do país frequentavam o restaurante concorrente; Eldorado Restaurant. Lá, o lugar era muito sofisticado, e o melhor mesmo, era o salário dos garçons e das garçonetes. Eu tenho uma conhecida que trabalha nesse restaurante, e ela me disse um dia que o seu salário era o triplo do meu. Se eu conseguisse um emprego lá, melhoraria muito minha vida. Mas para conseguir uma vaga, eu precisaria de uma recomendação, e para conseguir isso, teria de vim de pessoas com grande influência; o que eu não tinha.

Voltei a prestar atenção no movimento do restaurante, e logo peguei o meu caderno de anotações e fui atender uma família que adentrou no local.

A noite de serviço transcorreu tranquila, com um movimento calmo, e com algumas gorjetas recebidas de alguns clientes que apreciavam o meu serviço. Sempre busquei trabalhar da melhor forma, com um bom humor e um carisma, para que o jantar dos clientes sempre seja de um clima muito agradável.

Ao sair do restaurante, caminhei até o ponto de ônibus, mas antes de ir encontrei um rapaz encostado em sua ferrari, me analisando. Com certeza ele estava no restaurante concorrente, já que era na mesma avenida. No primeiro momento eu não me incomodei, mas depois de perceber que ele me analisava por muito tempo, eu voltei a observá-lo, e sentia sua presença ser forte. Seu corpo não era de uma pessoa atlética, mas era bem desenvolvido com braços fortes e veias grossas. Seu rosto era másculo, com uma barba rala bem alinhada e olhos castanhos escuros. Seus cabelos eram incrivelmente negros pareciam ser sedosos.

Minhas mãos tiveram que lutar contra a vontade de tocá-los, sentir se eram tão sedosos quanto pareciam.

Pisquei mais algumas vezes para voltar a consciência e sair daquele lugar, notei um sorriso sarcástico surgir nos lábios do homem, e fui praticamente correndo até a parada do ônibus. Que homem é esse?! Porque me senti tão atraída por um homem desconhecido? Fiquei pensando nisso até meu ponto.

Retornei ao meu apartamento, e dormi tranquila a noite toda, mas ainda pensava no belo rapaz.

Assim que amanheceu, dei um sorriso, pois hoje era dia de visitas no hospital, e apesar de não querer ouvir a pergunta rotineira de minha irmã, eu estava morrendo de saudades de seu sorriso.

Fiz minhas higienes matinais, e peguei apenas uma maçã que iria comer no caminho.

Depois de alguns minutos no ônibus, cheguei no hospital, seguindo para a recepção, onde as recepcionistas já me conheciam por eu ir constantemente. Subi pelo elevador, e entrei no quarto 21. Entrei devagar, e observei a minha irmã dormindo, ela parecia um anjo.

Sentei em um banquinho próximo a ela, e logo em seguida uma enfermeira entra para trocar o seu soro.

- Bom dia senhorita Steele.

Nina me cumprimenta.

- Bom dia, Nina. Como ela está?

Digo sussurrando para não acordar a minha menina.

SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora