Dragonjin *Reescrevendo*

Cap.2 - Sonho ou Realidade?(reescrito)

"Sinto muito garota. Mas esse é nosso segredo"

Eu estava de frente para o Dragão, ele não olhava os homens atrás de mim, ele me olhava, seus grandes olhos roxos ME olhavam, como se esperassem que eu reagisse a aqueles homens. Mas... Um dele .esta com a arma apontada para as costas da minha cabeça e.....
Pera.... Costas?.... Acho que tive uma pequena ideia.

Eu: covarde...

"O que disse?"

Eu: covarde é aquele que mata pelas costas. Se for mesmo me matar, que seja com honra, olhando em meus olhos.

Eu sei que é tolice, mas foi a única coisa em que pensei para ganhar tempo. Eu não sei pra que ainda, mas logo a minha oportunidade irá chegar.

Eu me virei lentamente pra ele, soltei minha adaga a deixando cair na fofa grama e fiquei com a boca da pistola bem em minha testa.

"mate-a logo." — diz o líder. "Quero jantar coração de dragão hoje"

Com medo do que iria acontecer eu fechei os olhos com força, graças a isso pude ouvir tudo. O som do tambor se movendo para encaixar a bala no cano, e o som do gatilho sendo apertado devagar. Quando o som travou indicando que faltava pouco esforço para o projétil sair diretamente para a minha testa, não passava nem wi-fi.

Ouvi o som de algo se partindo com força e não houve o tiro. Algo golpeou minhas pernas me derrubando com tudo no chão e eu me encolhi. Houve gritos e cheio de fumaça, quando abri os olhos, todos os três homens estavam queimando com intensidade. Eles tentavam apagar o fogo do corpo, mas sua já estava exposta e sendo queimada, isso ergueu um cheiro horrível. Levei a mão a boca a tampando enquanto observava a cena de morte a minha frente até eles caírem mortos com a carne totalmente exposta com partes queimadas.

Um ar quente bateu em minhas costas e algo lampejou em minha mente como um trovão no céu negro. Tirei a mão da boca e olhei para trás, dando de cara com o grande focinho alongado do dragão. Ele parecia um pouco cansado e deitou sua cabeça na grama. Olhei para seu grande corpo escamoso, seu peito se enchia a cada momento em que ele inspirava, ali deve haver ar o suficiente para três pessoas respirarem por algumas horas O-o

Olhei para suas patas amarradas, quando ele arrebentou a parte da corda que comecei a cortar, ela ricocheteou e se amarrou por seu corpo. Sorte não ser arame farpado, ou ele estaria muito ferido.

Eu: relaxa aí dragão. — digo pegando minha faca do  chao. — Só vou te soltar...

Fui até suas patas e comecei a cortar as cordas que o prendiam, quando a corda finalmente arrebentou, ele partiu as outras usando as garras e se levantou.
Vei.... ELE É ENORME!
Eu sou um pouco menor que suas patas e o focinho dele tem quase o dobro do meu tamanho, suas asas também são enormes para que ele levante voou, sua cauda é muito longa. Ele deve pesar toneladas....

Eu: t-tudo bem?

Que beleza ein Talia. Falando com um dragão. Ele não vai te responder nem te cumprimentar. Ele apenas vai te engolir feito petisco.

Eu: espero que esteja bem mesmo..... Ja vou....

Eu dei as costas pra ele e sai andando, olhei em direção aos corpos mas não havia mais nada ali além de três poças de gosma soltando fumaça. Parei observando incrédula e desacreditada e continuaria assim para pensar no que pode ter acontecido, mas sinto algo grande se enrolar em minha cintura, eu iria começar a gritar bem assim "SOCORRO! UM DRAGÃO QUE ME FAZER DE PALITINHO DE DENTE!"
Mas por um milagre eu não gritei, apenas fiquei imóvel. Então eu comecei a ser tirada do chão, aí meu pai do céu, EU ODEIO ALTURA! Eu fui sendo girada até que fiquei cara a cara com o Dragão, olhar com olhar, então eu percebi que era a ponta de sua calda enrolada em minha cintura e não suas patas.
Eu o olhei confusa e então eu comecei a escutar uma voz masculina em minha mente....

" Obrigado por me salvar, pequena."

Eu: você... É o Dragão?

"Obviamente. Não tem ninguém além e mim aqui"

Eu: que legal. Tô falando com um dragão. E telepaticamente.

"como deverei servi-la?"

Eu: servir? Como assim?

"você salvou minha vida. Agora tenho uma dívida com você. Por isso... Como quer que eu a sirva?"

Eu: de jeito nenhum. Nao quero você como meu servo nem como meu escravo. Além disso, você salvou a minha também, ao... Queimar aqueles homens. Obrigada.

" humph" — Ele parece pensativo e me põe no chão. — "seu coração é bondoso... Não deixe ninguém mudar isso."

Eu: pode deixar. Não mudarei.

"assim espero."

Eu parei de escutar sua voz em minha mente e ele me olhou novamente. Nossos olhos se encontrando mais uma  vez naquele hora. Ele saiu andando em direção a floresta mas parou como se pensasse em algo. O dragão olhou por cima do ombro pra mim e balançou a cauda rapidamente em minha direção, a batendo contra minha barriga, fazendo com que eu me batesse com tudo nas rochas e cair no chão.
A dor latejava em minhas costas, eu não conseguia me mexer por causa disso. Eu sentia um líquido escorrendo pela minha cabeça, acho que é sangue, eu nao sei, não consigo ver nada e tudo ao meu redor está deixando de ser sentido por meu corpo, até que, não sinto ou ouço mais nada.

{...}

Fui acordando aos poucos, minha cabeça e meu corpo estão doendo muito, abri os olhos e vi que estava deitada em minha cama, no meu quarto, na minha casa.

Eu: eu eim. Que sonho estranho....

Me levantei um pouco manca e fui pro andar debaixo, olhei as horas na parede e vi ser 03:15 da manhã.......
PORQUE EU ACORDEI TÃO CEDO ASSIM? AINDA TA DE MADRUGADA!

Eu voltei batendo o pé cheia de raiva pro meu quarto, bati a porta com força e me joguei ma cama friazinha, mas no momento em que eu bati com as costas no colchão uma dor enorme latejou me fazendo gritar.

Eu: mas que poha é essa?

Rolo no colchão e ponho os pés no chão para me por de pé. Ando meio travada pra não doer mais e viro de costas no espelho. Suspendo a camisola revelando o short curto de algodão que uso e vejo uma grande mancha roxa em minha pele.

Eu: como isso aconteceu? ;-;

Continuei a olhar a mancha que tomava toda a extensão das minhas costas, eu estava confusa até ter um lampejo de memória do momento em que fui lançadas nas rochas.

Eu: foi real. — digo incrédula abaixando a camisola. — eu vi um dragão...

Por um bom tempo eu pensei ter sido apenas um sonho super estranho, mas o hematoma em minhas costas diz o contrário.

O sonho era a mais pura realidade.

Continua...