Capítulo 14 - Lobo em pele de cordeiro

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Depois de alguns dias, tudo estava correndo tranquilamente. Infelizmente eu ainda não estava trabalhando ainda, nem sabia o que cursar, mas com o apoio de Ethan eu estava muito bem. Eu sempre saia à noite com ele para beber, ele me ensinou a usar o nosso brinquedinho novo – drogas – E eu estou muito bem com isso. Aquele homem ainda aparece, e cada vez mais, nos meus sonhos e pensamentos. Esses dias ele não falou nada, apenas me encarava e sorria maliciosamente. Como se soubesse de algo.

Hoje eu iria visitar Felipe, eu nem contei nada para Ethan, pois quando acordei já não estava mais em casa e seu telefone não atendia. Coloquei roupas simples e fui andando até o Felipe, apesar de tudo eu sentia sua falta. Quando toquei a campanhia sua mãe me atendeu e foi gentil como sempre. Quando entrei Felipe e Sam estavam conversando alegremente.

— Nat! – Samira veio até mim e me abraçou forte, fazia bastante tempo que eu não a via.

— Oi Sam – Cumprimento. — Oi Felipe – Sorrio de leve para ele que vem até mim e me abraça forte, eu sentia falta dele.

— Mãe, vamos deixá-los – Samira puxa sua mãe para a cozinha me deixando com o Felipe.

— Você está abatida – Ele coloca as mãos nas minhas bochechas e me fita bem. — O que tem acontecido com você?

— Eu preciso da sua ajuda – Sento aflita, eu precisava contar sobre as visões que eu estava vendo.

— Qualquer coisa – Ele diz colocando sua mão na minha, mas eu tiro. Ethan era ciumento com esse tipo de aproximação. — O que foi?

— Desculpa, não é nada... – Coço meu nariz e meus olhos, sinto meus olhos arder, eu não estava me sentindo assim quando estava em casa. Agora me sinto tão mal. — Eu ando vendo coisas Felipe. – Digo apreensiva, olho para os lados e chego um pouco mais perto do meu amigo.

— Como assim? – Questiona.

— Um homem, sujo e falando umas coisas perturbadoras para mim, ele aparece sempre lá em casa – Torço meu cabelo e olho mais uma vez para os lados. Percebo a quão ressecada minha boca está e molho ela com saliva, e sinto algumas rachaduras.

— Desde quando você está vendo isso? – Questiona angustiado.

— Desde que vim entregar o carro para meus pais. Eu não via as ligações nem os emails que vocês estavam me mandando, eu pensei que não queriam saber de mim – Disse meio avoada, não conseguia olhar em seus olhos. Só para os lados — Felipe... – Eu me levanto inquieta e ando de um lado para o outro — Será que eu estou louca? – Meus olhos estavam marejados e eu estava sem ar. Começo a tossir e ele se levanta para me fazer sentar novamente.

— Se acalma Nat, vai ficar tudo bem – Ele diz agachando a minha frente e fazendo carinho na minha mão — Você quer uma oração? – Quando ele diz isso meu corpo eletrifica e me levanto furiosa.

— Eu não quero oração! – Grito e Samira e sua mãe vem para a sala.

— Está tudo bem? – A mãe de Sam pergunta e eu balanço freneticamente minha cabeça consentindo.

— Não está não, você não está bem Nat, está pálida e abatida, parece doente. – Samira diz e eu fungo mais uma vez a coriza que quer sair. Pego minha bolsa e fico calada.

— Nat, quer que eu te leve ao médico? – Felipe pergunta pegando novamente na minha mão, eu a puxo bruscamente.

— Não! – Exclamo — Eu não estou louca! – Eles me olham, assustados.

— Está começando a cair à ficha Natasha. Você está louca, não devia ter saído de casa para se prostituir. – O homem aparece para me atormentar. Atrás de Felipe. Jogo minha bolsa em sua direção e dou um berro.

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