Capítulo 18 - Mal pressentimento

265 48 7
                                    


Quando passa um pouco da hora do almoço, me visto de forma confortável e me ajoelho na sala, com as mãos estendidas para o céu. Fecho meus olhos, antes de ir para a casa de Daniel e Natasha, para segui-los para a queixa, preciso fazer minha oração de todos os dias.

— Senhor, meu amado Jesus, como eu te amo. Apesar de todas as dores, apesar de todo o sofrimento, eu te amo. É tão difícil dizer isso, mas eu sei o quanto foi mais difícil ser humilhado, cuspido, chicoteado na frente do povo que o senhor realizou tantos milagres. Foi muito mais difícil, morrer injustamente por um povo injusto, morrer apenas por amor. Ser condenado por algo tão vil. Eu te amo por isso, meu Pai, nada do que eu passar aqui na terra será comparado com a sua entrega, eu serei grato a Ti por toda a minha vida, eu sou Teu meu Jesus. Obrigado por me libertar. Amém.

Levanto do chão, pego as chaves do carro, carteira e celular e vou para a casa dos Levesque. Quando chego lá, Samira e David abrem a porta para mim. Abraço minha irmã e entro. Todos já estavam prontos, de costas Natasha estava sentada em uma cadeira da mesa, com o cabelo preso num coque bagunçado. Vou até ela e agacho ao seu lado e ela sorri.

— Oi – Sorrio para ela. — Está se sentindo melhor?

— S-sim – Sua voz sai num fiapo o que parte meu coração.

— Já estamos indo prestar queixa – Daniel diz. — Victor e Clarisse vão nos encontrar lá – Ele diz. — Parece que a tal noiva do cara já veio para cá – Ele continuou.

— Tão rápido? – Questiono.

— Eles têm um jatinho – O pai de Nat diz e eu balanço a cabeça, impressionado.

— Nat, tem certeza que está bem para ir hoje? – Stella pergunta preocupada.

— Sim, eu quero acabar logo com isso – Ela responde olhando fixo para o chão.

— Tudo bem, então vamos – David diz.

Daniel e eu ajudamos Natasha a se levantar e a levamos para o carro, nos dividimos em dois carros. Os Levesques em um e David, Samira, e eu em outro. A escolta policial estava bem atrás de nós.

Quando finalmente chegamos à delegacia vemos de longe Victor, Clarisse e uma moça de cabelos castanhos com algumas mexam mais claras, seus olhos brilhavam ao sol, os olhos eram verdes. Ela estava abatida, o que é mais que compreensível.

— Boa tarde – Daniel os cumprimenta.

— Vamos lá acabar com esse cretino – A moça diz com raiva.

— Me desculpa – Nat de repente diz. — Eu não sabia que ele era noivo – Diz meio rouca e com a voz baixa.

— A culpa não foi sua, meu irmã sempre me alertou de como ele era, eu não quis acreditar e agora estou pagando o preço. Só quero que ele pague pelo que te fez e o que me fez – Ela diz e todos concordaram. — Desculpe, que mal educada, meu nome é Alicia.

Entramos na delegacia, e por alguns minutos, meio longos, ficamos esperando sermos chamados. Quando finalmente acontece fico feliz de ser o mesmo delegado de antes, o que cuidou do caso de Raquel e Samira. Os pais de Natasha, Clarisse, Victor e Daniel entram junto de Natasha na sala do delegado. Stella, David, Samira e eu ficamos do lado de fora esperando, pois não somos diretamente testemunhas.

Fico esperando angustiado e vejo por várias vezes Stella fechar seus olhos e orar. Eu não conseguia me concentrar, eu queria tanto que tudo isso acabasse, eu queria que tudo isso chegasse ao fim. Meu coração estava angustiado, mas tenho certeza que Natasha está muito pior que eu, eu preciso ficar firme. Ser um bom amigo agora, o melhor de todos. Eu não posso imaginar o que ela está sentindo, porém, eu preciso ter empatia e ter fé de que tudo ficará bem.

Quem Sou Eu?Onde histórias criam vida. Descubra agora