Capitulo 11 - Fica comigo? (Parte 1)

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Minha cabeça só sabe girar, doer e meu corpo, eu nem o sinto direito, o que estou sentindo mesmo é uma ardência enorme, uma dor gigante. Eu nem ao menos estou lembrada do que houve ontem, minha cabeça está girando tanto e eu nem ao menos tentei abrir os olhos ainda, meus olhos eu sinto um peso enorme. Levo minha mão até minha testa e... Estou pelando, estou com febre? O que será que houve comigo na noite passada? Eu mal posso descrever o quão mal me sinto.

É como se o peso do mundo caísse ontem nas minhas costas, mas ao mesmo tempo não sei do que estou falando. Estou deplorável mesmo, me afoguei em algo que eu nem tinha noção do gosto há dias atrás, eu deveria culpar Ethan, mas não, ele não é culpado, foi uma escolha minha. Ele não tinha uma arma na minha cabeça, e também, não é como se eu me arrependesse daquilo.

Aquilo me acalma aquilo não, BEBER me acalma, eu não preciso colocar uma palavra em cima para censurar. Eu tenho que ser valente e admitir que... Eu não acredito que demorei tanto tempo para experimentar álcool, se eu soubesse que aliviava tanto minhas frustrações já teria feito.

Meus olhos se abriram, meus olhos estão tão ardidos e minha visão está turva. Meus olhos estão apenas semi cerrados, olho um pouco em volta e vejo que estou em cima de uma cama, num apartamento, aparentemente. A janela está aberta e uma leve brisa entra para o quarto balançando as cortinhas brancas. Sento-me na cama e olho a roupa que estou eu estou limpa e com uma camiseta enorme, claramente masculina e uns shorts que com certeza também é masculino, meias e meu cabelo estão cheiroso.

— Bom dia – A porta se abre e me encolho em baixo das cobertas com vergonha de ser vista dessa maneira.

— Saia daqui! – Digo jogando um travesseiro sem nem saber quem é. — Eu vou chamar a policia – Digo com os olhos fechados.

— Vai falar o que? “Senhor meu amigo me salvou quando eu estava jogada no chão, na chuva” – Reconheço a voz e de imediato olho.

— Ethan? – Pergunto arqueando as sobrancelhas.

— Não, a fada madrinha – Diz sarcástico se aproximando de mim com uma bandeja que continha suco, um sanduíche e remédio.

— Engraçadinho, porque eu estou na sua casa? – Questiono.

— Porque não acho que você ia querer chegar à sua casa ás quatro da manhã – Ele diz pegando minha mão e puxando para colocar o remédio.

— Eu fiquei até essa hora na rua? – Pergunto abaixando meu olhar.

— Sim, você estava jogada na lama, na chuva e agora está com febre – Diz me dando o copo de suco. Coloco o remédio na boca e bebo o suco em seguida.  — Você vai melhorar logo – Diz me dando o sanduíche.

— Porque eu estou com suas roupas? – Questiono.

— Você não podia usar as suas depois de tomar banho né – Arqueia uma das sobrancelhas e sorri de canto ao ver meus olhos arregalados.

— Você me viu pelada? – Pergunto assustada.

Ele joga a cabeça para trás e dá uma gargalhada, eu sei que não era hora para isso, mas ele ficava lindo pela manhã e sendo tão gentil assim comigo. Ele se levanta e anda um pouco e depois se vira e fixa seu olhar em mim com seu sorriso malicioso que me fazia arrepiar. Ele senta novamente ao meu lado na cama e respira fundo.

— Responda logo Ethan – Dou um leve empurrão em seu ombro e ele sorri mais uma vez.

— Não amor. Não te vi nua. Uma amiga lá na festa me ajudou a te trazer e ajudou com o banho e te vestir, eu só penteei seu cabelo e fiquei com você até dormir. Nada mais. – Ele pisca para mim e meu coração acelera, ele me chamou de amor.

Sinto minha pele esquentar ainda mais e todo meu rosto corar, então como o sanduíche e desvio meu olhar desse sorriso que tanto me encanta. Por um segundo me senti feliz, mas isso acabou quando me lembrei que não tenho mais onde ficar.

— Quando melhorar você pode voltar para casa – Diz ajeitando as cobertas.

— Não... Eu... – Largo o sanduíche na bandeja e mais uma vez abaixo meu olhar, uma lagrima anseia em sair, mas eu seguro — Eu não moro mais lá – Digo e ele se espanta.

— Como assim? O que houve? – Docemente ele coloca uma de suas mãos no meu rosto e me faz olhar para ele.

— Meu pai me expulsou de casa – Respondo num fio.

— Ah, nossa, isso deve ter sido horrível – Diz limpando a lágrima fujona.

— Bem, eu vou ter que me virar para arrumar algum lugar para ficar sem nem a ajuda financeira deles – Digo.

— Isso pode ser loucura, mas... – Ele puxa o ar e olha dentro dos meus olhos — Você pode morar aqui, comigo – Ele diz calmamente, como ele consegue me fazer tremer tão rapidamente.

Ele realmente me quer por perto, dessa vez eu admito que não estou vendo nenhum resquício do antigo Ethan, ele realmente mudou. Realmente gosta de mim. Eu queria beijá-lo agora, mas eu não devo estar com o melhor hálito.

— Então, o que me diz Nat, mora comigo? Fica comigo?

Continua...

"Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça" 2Timóteo 3: 16

Eu sei que está curto, mas eu decidi separar esse capítulo em duas partes, é só para não ficar sem capítulo amores. Até o próximo capítulo🎈

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